Saí do quarto sem esperar que Lorenzo me respondesse. Não quero brigar com ele por causa disso, mas... como ele me pede para não ter ciúme da Anna se ele mesmo tem ciúme do Andrew?
Contraditório e repleto de hipocrisia.
E olha que eu não tenho uma história com o Andrew, nós somos apenas amigos. Amizade essa que surgiu do nada e no momento que eu mais precisei, era ele e Peter que estavam lá por mim.
- Andrew! – o chamo assim que entro na sala. Ele está parado perto da porta, cumprimentando Reese e Mattia. Caminho até ele e o abraço. Como ele sempre faz, encaixa seu rosto em meu pescoço e eu passo meus braços pelo seu pescoço. – Está se sentindo melhor?
- Agora sim. – ele responde e suas palavras me atingem de uma forma diferente. Pela primeira vez me sinto constrangida em abraçá-lo. Tento não imaginar que ele disse isso com um duplo sentido e me afasto para olhar o seu rosto. – Vou embora amanhã. Precisava me despedir de você.
- Vai embora? – pergunto triste e confusa. – Mas chegamos ontem...
- Tenho que ver as crianças, Emma. – ele se justifica. – E quarta tenho uma audiência sobre guarda com a Maggie.
- Pode voltar sempre que quiser, sabe disso. – Reese sorri para o Andrew quando ele olha para ela. – Dá próxima vez traz as crianças. Não é, Emma? – eu assinto quando Reese me olha, concordando com ela.
- Nossa casa estará sempre aberta. – Mattia completa.
- Quem é esse rapaz tão bonito e porque não fomos apresentados ainda? – minha mãe diz se aproximando de nós.
- Mamma, esse é o Andrew. – ele estende sua mão para a minha mãe, mas ela o puxa para um abraço. Andrew me olha confuso e eu balanço a cabeça. Os americanos não estamos acostumados com o calor humano dos italianos, definitivamente. – Andrew, essa é minha mãe, Diane. – eu me viro para ela. – Andrew é do FBI, mamma. Ele e Peter cuidaram de mim quando eu estava em NY.
- É um prazer conhecê-la. – Andrew diz a ela. – Emma falou muito da senhora quando estávamos em Nova York.
- Ah, querido. Diane, por favor. – ele assente e eu sinto as mãos do Lorenzo em meus ombros. Seu aperto é suave e eu sei que suas mãos em mim estão carregadas de um sentimento de posse. Minha mãe abraça o Andrew mais uma vez e diz a ele: - Obrigada por ter cuidado da minha menina.
Ergo meu rosto para olhar para o Lorenzo e ele está encarando o Andrew como se ele fosse a sua presa e Lorenzo um animal faminto.
- Andrew. – Lorenzo o cumprimenta, mas seu tom sai como uma advertência. Andrew não diz nada, apenas dá um aceno com a cabeça, quase imperceptível.
- Não precisa me agradecer, Diane. – Andrew diz desviando os seus olhos do Lorenzo para a minha mãe. – Emma é uma pessoa agradável. Cuidar dela foi fácil.
Lorenzo aperta os seus dedos em meus ombros com tanta força que eu me encolhi.
- Andrew veio se despedir, querido. – digo tentando fazer com que ele relaxe. Quem sabe com a informação de que Andrew está indo embora amanhã, ele perca essa postura de predador. – Ele está voltando para Nova York amanhã.
- Que bom. – é tudo o que Lorenzo diz.
Coloco minha mão por cima da sua e dou um aperto suave nela, é uma forma de chamar sua atenção e repreendê-lo. Devo lembrá-lo que existe um limite e que ele não deve ultrapassá-lo.
Puxo Andrew para dentro da sala e apresento ele a Luigi e a Anna, que estão sentados no sofá, tomando vinho tinto.
Nos sentamos todos por ali, nos espalhamos pelos sofás e poltronas. Eu me sento no chão, apoiada nas pernas do Lorenzo, que está no sofá.
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Nos teus braços - Livro 2.
RomanceEmma não consegue retomar sua vida normal quando deixa a Sicília e volta pra Nova York. Tudo que ela queria era se dedicar a sua revista e ao seu trabalho, mas além de conviver com o medo diário, pois a máfia ainda a persegue, ela tem que lidar com...