Capítulo 36

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Não vou desistir de nós
Mesmo que os céus fiquem violentos
Estou te dando todo o meu amor
Ainda estou melhorando

E quando você precisar do seu espaço
Para navegar um pouco
Estarei aqui esperando pacientemente
Para ver o que você vai encontrar

I won't give up - Jason Mraz

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- Lorenzo narrando:

O dia na delegacia tem sido um inferno. Os crimes não param de acontecer em Messina e parece que vou explodir a qualquer momento, principalmente porque a última vez que falei com a Emma ela estava estranha. Mesmo que ela diga o contrário, eu a conheço o suficiente para sentir em sua voz quando ela está incomodada com alguma coisa.

Ergo meu rosto quando escuto batidas suaves no vidro da minha porta e vejo Mattia entrando na minha sala.

- Está tudo bem? – ele pergunta enquanto se joga no sofá de couro. O encaro com curiosidade e ele completa: – Está enfurnado aqui dentro já tem algumas horas.

- Emma não está bem. – confesso preocupado. – Desde que falei com ela isso não sai da minha cabeça.

- Estranho... Reese me disse a mesma coisa mais cedo. – Mattia franze o cenho e inclina a cabeça ligeiramente para o lado.

- O que ela te disse? – o questiono me inclinando sobre a mesa e apoiando meus cotovelos nela.

- Para falar a verdade, nada. Sabe que Reese e Emma tem algum tipo de irmandade entre elas, sem contar que Reese sabe que se me contar alguma coisa você saberá. Então... – ele dá de ombros.

Se Reese teve a mesma impressão que eu, significa que não é coisa da minha cabeça. Emma está com problemas e não quer me dizer o que é, isso é fato. Ela perguntou algo sobre o meu passado quando nos falamos pelo telefone e por mais que ela me diga que não recebeu mais nada, eu desconfio que o seu comportamento tenha alguma coisa a ver com isso.

- Falta um pouco mais que uma hora para sairmos. – a voz do Mattia me tira dos meus pensamentos e eu volto a encará-lo. – Vai para casa, eu seguro as pontas por aqui.

Não penso duas vezes diante da sua oferta. Me levanto, pego meu paletó sobre o encosto da poltrona e o visto.

- Obrigado. – o abraço quando passo por ele e sinto dois tapas suaves nas minhas costas.

Passo pela delegacia como um fantasma. Mal cumprimento quem eu encontro na minha frente. Só preciso encontrar minha mulher e tirar essa maldita sensação do meu peito.

Dirijo na velocidade máxima que meu carro aguenta, Marcus e Guido estão no carro comigo. Nenhum dos dois me questionam quando eu digo que vou dirigir. Apesar da distância entre a delegacia e a minha casa não ser muito grande, eu preciso chegar em casa o mais rápido possível.

Depois de uns 20 minutos estou contornando a fonte no quintal de casa e parando o meu carro.

Salto dele com pressa e jogo a chave para o Guido, que está saindo de uma das portas na parte de trás do carro, para que ele estacione o carro para mim.

Enrico e Anna estão na sala, mas eu apenas aceno para ele ao passar pelo cômodo e antes de entrar no corredor já estou chamando pela Emma. Preciso, desesperadamente, vê-la.

Nos teus braços - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora