Nos teus braços - Livro 2.

Capítulo 39

Diga alguma coisa, eu estou desistindo de você.
Eu serei o seu amor, se você quiser.
Eu te seguiria para qualquer lugar.
Diga alguma coisa, eu estou desistindo de você.

E estou me sentindo tão pequena.
Isso estava tomando conta da minha cabeça.
Eu não sei nada.

Say something - Christina Aguilera.

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Não sei dizer por quanto tempo eu fiquei jogada na cama encarando o teto e pensando na grande merda que eu tinha me metido. Primeiro ao me envolver com o Lorenzo sem saber, de verdade, quem ele é e segundo por correr atrás dessa verdade com tanta vontade ao ponto de colocar a vida do meu filho em risco.

Pensei diversas vezes em Lorenzo desesperado, vasculhando os quatro cantos da Sicília, atrás de mim. Em Reese, na minha mãe... Deus, se arrependimento matasse.

Eu sinceramente não sei o que deu em mim.

Em algum momento sinto meu estômago reclamar de fome e decido aguardar por Alonso sem reclamar, já que ele disse que viria me buscar para o almoço.

Mas ele não veio.

Acredito que já era o meio da tarde quando eu não estava mais aguentando de fome e decidi ligar pelo telefone que eu usei mais cedo, para chamar o Alonso antes do café da manhã.

Tirei o fone do gancho e coloquei no ouvido, mas ele estava mudo. Chamei algumas vezes, mas foi em vão. Poucos minutos que eu o coloquei no lugar a porta se abriu e Alonso passou por ela. Dessa vez, vestido em um terno impecável.

- Estou com fome. – digo assim que ele entra no quarto. – Preciso comer alguma coisa, por favor. – falo e me sento na beirada da cama, esperando sua reação.

- Francesco não me deu autorização para liberar o seu almoço. Eu sinto muito. – ele disse, mas não me convenceu. Sua feição de indiferença me diz que ele não sente nada. Ele não está nem aí para mim.

- Alonso, pelo amor de Deus! Eu estou grávida! Preciso comer. – esbravejo.

Além de irritada estou preocupada com o meu filho.

- Eu sinto muito. – repete com a voz fria. Me levanto e vou na sua direção, furiosa. - Lorenzo ligou agora a tarde. – suas palavras agem em mim como um paralisante. Imediatamente eu paro e o encaro surpresa com a sua confissão rápida.

Tento achar algum vestígio de blefe ou de sarcasmo em sua voz ou na sua feição, mas não encontro. Ele está dizendo a verdade quando disse que Lorenzo ligou.

- Você está mentindo! – rosno irritada não querendo acreditar no que ele disse. Irritada comigo mesmo, na verdade. Porque eu sempre tive convicção que Lorenzo estaria empenhado em me achar e agora... ele ligou para cá? E nem ao menos quis falar comigo?!

Não é possível que ele saiba que eu estou aqui e aja com tanta naturalidade.

- Não, não estou. Ele ligou, queria falar com o Giacomo, mas o Don está em Palermo. – tento fingir que suas palavras não me feriram, mas feriram sim.

E muito!

Tomar ciência de que Lorenzo sabe onde eu estou e não vem me buscar me machuca tanto quanto estar nessa situação por causa dele.

- Eu quero falar com ele. – sussurro quase inaudível. Agora não estou decepcionada só comigo, estou com o Lorenzo também.

Eu precisava saber dele o porquê de não vir me buscar. Ele não se importava mais comigo? Não me amava mais?