Capítulo 8

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Então me desculpe, meu amante desconhecido.

Desculpe-me por não conseguir acreditar.

Que alguém um dia, realmente.

Comece a se apaixonar por mim.

Desculpe-me, meu amante desconhecido.

Desculpe-me por ter sido tão cega.

Eu não pretendia abandonar você.

E tudo aquilo que tínhamos

Sorry - Halsey.

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- Lorenzo narrando:

Faz poucas horas que cheguei na Sicília e vim direto para a delegacia, só dei uma passada rápida em casa. Deixei Anna lá com o Guido e tomei um banho rápido, depois de quase 19h dirigindo e atravessando a Itália, eu precisava disso.

Enrico veio comigo para a delegacia e durante o caminho foi me atualizando sobre as coisas da casa. Eu tinha pedido a ele que visse uma casa nova para eu comprar, mas isso foi antes da Emma me deixar e quando ela precisava de um lugar novo e seguro para ficar.

Hoje já não faz mais sentido.

Saí de Viena na quinta, por volta de duas horas da tarde e cheguei na Sicília às 11 da manhã de sexta. O caminho foi longo e torturante, porque tive que ouvir Anna cantar durante todo o trajeto.

Chego na delegacia na hora do almoço e cumprimento os oficiais da recepção ao passar por eles. Todos, sem exceção, me acompanham com olhos curiosos e até surpresos, mas eu faço como da outra vez, os ignoro.

Hoje é dia 29, estamos no ano bissexto, e faz exatamente um mês que passei por aqui completamente desnorteado e com lágrimas nos olhos.

Caminho direto para sala de Vicenzo e após dar três batidas, ele ordena que eu entre.

- Quem é vivo sempre aparece! – me forço a não revirar os olhos enquanto ele se levanta e vem até mim. Viro o meu rosto quando ele me cumprimenta dando um beijo de cada lado.

- Quando ela chega? – vou direto ao ponto. – Já está tudo preparado? Já fez as escalas?

- Calma, Lorenzo. – ele aponta para a cadeira a frente da sua mesa e se senta em sua poltrona. Eu balanço a cabeça e continuo em pé. Estou ansioso para caralho, não quero me sentar. Sem contar que fiquei sentado por horas, enquanto dirigia. – Infelizmente, as coisas estão sendo mais difíceis dessa vez.

- Como assim? – pergunto confuso e um pouco irritado.

- A comissão de proteção à testemunha está empacando em burocracias, algumas completamente desnecessárias, mas que eles fazem questão. – ele revira os olhos.

- Como o que? – questiono desolado.

- O primeiro impedimento é um lugar para a Emma ficar, que seja seguro para ela, mas isso o ministério público já está resolvendo. – esfrego a palma da mão no rosto sem saber o que fazer e encaro Vicenzo angustiado quando ele diz: - Ela só poderá vir no final de março.

- O que? – me altero. – Daqui há um mês? Nós conseguimos achar um lugar para ela ficar mais rápido do que isso, Vicenzo. Per Dio.

- Infelizmente não posso tomar a frente do ministério público, Lorenzo. – ele diz sério. – Sabe disso. No mínimo eu seria exonerado e falta um pouco mais de um ano para eu me aposentar.

Nos teus braços - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora