Capítulo 10

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Não, eu não acredito em você.

Quando você diz, não apareça mais aqui.

Eu não vou te lembrar.

Que você disse que não iriamos nos separar.

Não, eu não acredito em você.

Quando você diz que não precisa mais de mim.

Então, não finja.

Não me amar mais.

I don't believe you - Pink.

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Assim que chegamos à delegacia sou escoltada, literalmente, até a sala do Vicenzo.

Me sinto um político importante caminhando entre tanta gente fazendo a minha segurança. Quando chegamos a porta da sala do delegado, Mattia abre a porta sem bater e gesticula para que eu entre. Logo depois de mim entra Reese, Andrew e Lorenzo.

- La bella e dolcissima Emma. Causando sempre confusione. – Vicenzo cantarola e eu rolo os meus olhos.

Me sento na cadeira a esquerda da sua mesa e Reese se senta na cadeira da direita.

- Acho que todos aqui sabem que eu falo italiano, Vicenzo. – ele não se surpreende com as minhas palavras e se senta.

- E quest'uomo, dove è partito? – Vicenzo olha para Andrew com um certo desdém e aquilo me incomoda.

- Este é o Andrew. – eu digo. – Ele é agente do FBI e meu amigo. – falo em inglês para que todos entendam, mas meus olhos estão em Lorenzo. – Ele era meu protetor nos Estados Unidos e meu amigo também.

Lorenzo desvia os olhos de mim, incomodado, e fita Vicenzo.

Stronzo! Como ele pode ter concluído uma coisa tão absurda!?

- Bom... – Vicenzo estende a mão para Andrew e ele a aperta. – Bem-vindo a Sicília, garoto. – Andrew murmura um obrigado, mas Vicenzo continua. – Sabe que está com sérios problemas, não sabe?

- Sim, senhor. – Andrew responde com a voz firme. – Mas Emma estava sofrendo sozinha na América. – me surpreendo quando Andrew encara Lorenzo e diz: - Mas talvez fosse melhor ela realmente ter ficado por lá, não é?

Um som escapa dos lábios de Lorenzo, como um riso carregado de sarcasmo.

Vicenzo olha de um para o outro e volta a me encarar.

- Tem algo acontecendo que eu não saiba? – ele pergunta calmamente.

- Emma passou mais perigo na América do que na Sicília. – Lorenzo reponde sem emoção. Seus olhos são como duas bolas de fogo, cravados em cima do Andrew. – A polícia de Taormina nunca permitiu que a cosa nostra chegasse tão perto da Emma assim. – ele rosna e Andrew dá dois passos na sua direção.

- O que você está insinuando? – Andrew esbraveja.

Eu me levanto entre os dois e espalmo a mão do peito do Andrew, o fazendo parar. Escolho fazer isso no Andrew porque entre ele e o Lorenzo, ele me parece ser o mais racional. Lorenzo nunca pensa antes de fazer as coisas, é sempre impulsivo.

- Andrew, por favor. – peço com calma.

- Você ouviu o que ele disse? – ele quase grita comigo. – Ele quis dizer que não protegemos você direito, é isso? – o empurro quando ele ameaça se mover novamente e olho em seus olhos. – Eu arrisquei a minha carreira para trazer você em segurança para isso? – ele aponta para o homem atrás de mim que ri debochadamente da situação.

Nos teus braços - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora