Capítulo 9

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Prestes a sangrar até te esquecer.

Estamos feridos demais agora pra voltar?

Oh, como eu quero que a gente se entenda.

Não penso em nada além de você.

Grace - Lewis Capaldi.

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Me lembro de pouca coisa do voo entre Frankfurt e a Sicília. Eu odeio fazer escala na Alemanha, é longe demais e cansativo, mas era a passagem com o horário mais próximo que tinha, o da companhia aérea alemã.

Tomei um calmante que a Dra. Zoe me receitou, segundo ela é uma medicação feita com produtos naturais e não prejudica o bebê, então consegui relaxar durante o voo.

- Emma? – ouço a Reese me chamar em um sussurro. – Vamos pousar, precisa colocar o cinto.

Eu me estico no meu assento e olho pela janela. O sol brilha no céu e não tem uma nuvem no céu, faz um dia lindo na Sicília.

- Olha! – aponto para fora com o dedo. – O etna.

- Ah, não! Por favor... – Reese geme entediada e eu rio enquanto afivelo meu cinto.

- O que houve? – Andrew pergunta curioso.

Ele está sentado no corredor, Reese no meio e eu na janela.

- Mongibello. – respondo. – Ou etna.

- Lá vamos nós. – Reese cantarola e Andrew ri.

A aeronave pousa e eu espremo os meus olhos bem forte. Me agarro ao braço dá poltrona até aquela parte horrível passar. Desde a hora que os pneus tocam o chão até o avião parar de frear.

- Odeio isso. – reclamo tentando acalmar as batidas do meu coração.

- Você está bem? – Andrew pergunta preocupado.

- Vou ficar. – garanto.

Uma movimentação a nossa frente nos chama atenção e nós três olhamos juntos na direção de alguns comissários da tripulação.

- Senhoras e senhores, bem-vindos a Sicília. São exatamente 14:18 e faz 19 graus lá fora. – uma comissária diz com a voz quase sensual. – Peço que aguardem em seus acentos, com o cinto afivelado, em breve autorizaremos o desembarque.

As pessoas se entreolham confusas, nós três fazemos o mesmo.

Quando ia começar a ficar nervosa, a saída de emergência se abre e eu vejo Mattia e Paola entrarem na aeronave. Meu coração dá um pulo de alegria e outro de tristeza, eu realmente achei que Lorenzo estaria aqui. Achei que ao saber do meu retorno ele também voltaria, mas pelo visto estou terrivelmente enganada. Me sinto uma idiota por ter achado que Lorenzo viria, se eu for levar em consideração a nossa despedida há um mês, talvez, ele nunca mais queira me ver.

Reese se desprende do cinto e corre até Mattia, se jogando em seus braços.

Um comissário de bordo vai até Mattia e enquanto eles conversam uma outra integrante da tripulação se aproxima de mim e de Andrew e diz em um inglês carregado com o seu sotaque alemão.

- Queiram me acompanhar, por favor. – ela pede com um sorriso genuíno no rosto.

Andrew é o primeiro a se levantar, eu me levanto logo em seguida. Ele pega as duas malas no compartimento acima de nós e eu pego a minha bolsa, que havia deixado no chão, aos meus pés. Andrew não trouxe nenhuma mala, apenas uma bolsa de viagem, pequena o suficiente para transpassar pelo corpo.

Nos teus braços - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora