Capítulo 13

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Estou deitada com a cabeça no peito do Lorenzo. As batidas do seu coração são calmas e seguem o mesmo compasso, eu quase durmo ao som delas de tão calmas que elas estão, mas me lembro que nós não terminamos àquela conversa.

Ele está deitado com as costas no colchão, fitando o teto do quarto. Seu braço está por baixo do meu pescoço e uma das minhas pernas está sobre o seu quadril. Os dedos da sua mão direita, traçam caminhos imaginários e preguiçosos pelo meu braço, arrepiando minha pele.

- Quando foi a última vez que você e a sua amiga dormiram juntos? – pergunto com uma calma que até me assusta, enquanto meu indicador brinca com os pelos do seu peito.

- Emma, por favor. – ele me repreende.

Me mexo na cama e me deito de bruços. Apoio o meu queixo em seu peito e olho em seus olhos.

- Eu quero saber. – afirmo e prendo o meu lábio inferior entre os lábios. Por mais doloroso que isso seja para mim, eu preciso que ele fale. Se ele estiver mentindo, sua versão não será a mesma que a de antes e por mais que a ideia do Lorenzo com outra mulher me machuque, eu não posso condená-lo. Eu fui embora sem dizer para ele se voltaria, pela lógica, ele era um homem completamente livre e a culpa é totalmente minha.

O ciúme irracional que senti ao pensar que Lorenzo teria me substituído tão rapidamente faz parte do remorso de tê-lo deixado aqui.

- Sei lá... – Lorenzo suspira. – Estávamos no último período da faculdade, um cara que cursava direito deu um fora nela e ela bateu na minha porta. – ele dá de ombros. – Acho que essa foi a última vez. Depois nós nos formamos e eu voltei para a Sicília.

Desvio os meus olhos dos dele e deito meu rosto de novo, voltando a escutar o seu coração.

- Você gostava dela? – pergunto com cautela.

Lorenzo se mexe na cama, meu rosto desliza pela parede de músculos em seu peito e ele se senta na cama. Eu fico deitada, só que agora com as costas no colchão.

- Emma, eu nunca amei ninguém, se é isso que você quer saber. – ele toca o meu rosto e eu sorrio para ele. – Não até você aparecer na minha vida.

Ele retribui o sorriso e quando se inclina para me beijar, mas meu estômago reclama.

- Me desculpa. – peço rindo e envergonhada. – Virei uma máquina de comer e fazer xixi.

- E de sexo. – Lorenzo me lembra e quando se inclina de novo, morde o meu lábio inferior.

Sua mão desliza pelo meu corpo e ele congela quando alisa a minha barriga.

Ele ergue o rosto com uma expressão divertida e encara o meu umbigo.

- Olha isso... – ele sussurra e me olha encantado.

- Nosso filho está crescendo. – eu sorrio e coloco minha mão sobre a dele. – Gosto de deitar assim porque é quando o vejo.

Seus olhos já estão marejados quando eles deixam os meus. Lorenzo se inclina sobre o meu corpo, ainda sentado ao meu lado, e descansa a bochecha no meu estômago, fitando a parte mais baixa da minha barriga. Ele fica assim alguns minutos, até eu sentir sua mão acariciar a minha pele e ele soluçar baixinho.

- Está chorando? – pergunto fazendo um carinho no seu cabelo.

- Não acredito que ele está aqui. – ele sussurra. – Quando Mattia me disse que o seu teste deu negativo, alguma coisa em mim morreu naquele dia e agora... agora ele está aqui.

Ele ergue o rosto e me olha. Seus olhos estão encharcados e seu rosto molhado pelas lágrimas.

- Sim, ele está aqui. – assinto e sorrio para ele com doçura.

Nos teus braços - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora