Capítulo 35

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Que coisa doentia de se dizer.

Que nunca sentiu-se assim.

Que coisa doentia de se fazer.

Me fez sonhar contigo.

Wicked game - Cris Isaak

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- Emma, a que devo a honra? – sua voz soa pelo aparelho carregada de sarcasmo.

- Eu não tenho muito tempo, Alonso. – sussurro bem próximo ao microfone do celular. – Quero que me diga o que sabe sobre o Lorenzo. – ele ri do outro lado da linha e eu afasto o aparelho do ouvido, prestando atenção para escutar o momento em que Lorenzo desligará o chuveiro. – Merda, Alonso. Eu não tenho muito tempo! – esbravejo em um sussurro.

- E o que exatamente quer saber, Emma? – me indaga com ironia.

- O que é certificato de punciuta? – questiono. Meus olhos fixos na porta do banheiro.

- Ora, ora... vejo que alguém fez o dever de casa. – ele zomba. – Mas onde viu sobre isso?

Nesse momento sinto falta do barulho da água caindo e pressiono o botão vermelho na tela do celular. No exato minuto que eu encerro a ligação a porta do banheiro se abre e Lorenzo aparece por ela, com uma toalha preta enrolada em sua cintura e uma outra secando o cabelo.

Ele me dá um sorriso sincero e suave enquanto caminha em direção ao closet.

Queria conseguir me segurar, mas não consigo. Caminho até o closet e o encontro já com uma boxer preta, segurando uma calça de pijama na mão.

- Vou te dar uma última oportunidade, Lorenzo. – digo tentando controlar meu nervosismo e essa maldita sensação de estar sendo enganada que faz meu coração bater furioso no meu peito. – O que eu ainda não sei sobre você?

- Era sobre isso que estava falando ao telefone? – me questiona calmamente. Como se estivesse dizendo o cardápio do jantar.

- Não muda de assunto, Lorenzo. – aponto irritada e ele veste a calça sem pressa. – Eu te fiz uma pergunta e eu exijo uma resposta.

- Eu já respondi essa pergunta. – ele me encara enquanto faz o laço da calça. – Não há nada de relevante além do que meu pai fazia.

Ele passa por mim com as duas toalhas nas mãos, mas para ao ouvir minhas palavras.

- O que é certificato de punciuta? – ele se vira lentamente e me encara com os olhos negros e surpresos.

Ele volta os passos que já tinha dado para fora do closet e se aproxima de mim lentamente. Coloca as toalhas úmidas em uma prateleira ao seu lado e cruza os braços na frente do peito, próximo demais de mim.

Lorenzo é alto, sua postura intimida e é amedrontadora. Sei que ele nunca faria nada contra mim, mas isso não impede que eu sinta medo agora que seus olhos soltam faíscas sobre os meus.

- Foi o Alonso quem falou sobre isso com você? – nego com a cabeça e prendo meu lábio inferior entre os dentes. – Onde você viu isso, Emma?

- Não importa. – digo entre os dentes. – E você ainda não me respondeu.

Ele descruza os braços e se afasta de mim. Solto o ar que eu prendia quando ele vira de costas, enquanto caminha para fora do closet, mas para de repente e me olha por cima do ombro direito.

Nos teus braços - Livro 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora