𝐈𝐈 | 𝟒𝟐. DOCE MENTIRA

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selena gomez

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selena gomez

Ayra era uma criaturinha livre e selvagem. Ela corria em círculos com os amiguinhos, segurando uma casquinha de sorvete sabor chiclete e sendo cuidadosa com sua fantasia de Mulher-Gato. Falava pelos cotovelos, encantada pelo felino rajado que ganhara de aniversário, mesmo que o pai dissesse ter alergia. O sorriso e o encanto dela bastavam para que o ex-policial sentisse que havia feito a coisa certa.

Ela se aproximou após correr atravessando o gramado, reclamando do sol que banhava sua pele branca feito neve. Consertara o arquinho em formato de orelhinhas negras e exibiu um sorriso que poderia iluminar a cidade inteira. Seu sentimento de felicidade era notório.

- Mami, posso pegar mais sorvetinho? - juntou os dedos uns nos outros enquanto seus olhinhos castanhos cintilantes tornavam-se pidões.

- Aquele carrinho de soverte é todo seu. Pode tomar quantos quiser, contanto que divida com os seus amiguinhos. - ao responder, vi sua risada se expandir pelo horizonte, na certeza de que aquele era o dia mais feliz de sua vida.

Ayra girou sobre os calcanhares dentro de sua fantasia preta e fez menção de correr outra vez, mas antes que tivesse a oportunidade de se gabar para Javier sobre seu aniversário e o espanhol praticamente fluente, segurei seu bracinho com cuidado e afeção. Ela estava vermelha nas bochechas devido ao verão intenso de Miami. Ficou preocupada comigo, receosa por levar sermão.

- Que tal a gente repassar? - ela fez que sim com a cabeça, de lábios torcidos. - Toda vez que alguém quiser te beijar, te abraçar ou tentar pegar em você de um jeito que te deixa triste, com vergonha e machucada, diga não e conte tudo para mim e para o seu papai, entendeu? - novamente, Ayra mexeu a cabeça. - Que tal me dizer o semáforo do toque?

Ayra respiro fundo e pensou antes de responder. Lembrando-se de nossas conversas antigas, ela aprontou-se na ponta dos pés, como uma bela e pequenina bailarina, e empolgou-se ao dizer:

- O sinal verde é onde podem tocar.

- E onde podem tocar? - ela observou meu sorriso e ficou confortável.

Sentei-me sobre os calcanhares para alcançar sua altura. Assim, nos conectamos mais uma vez.

- Na minha cabeça e nos meus ombros. - dessa vez, sua voz saiu mais graciosa. - O sinal amarelo diz que eu tenho eu prestar atenção. É nas mãos e nas pernas. - Ayra apertou os olhos para tentar se lembrar da imagem onde estava desenhado o semáforo do toque. - E o vermelho é onde não podem tocar de jeito nenhum.

- E onde não podem tocar de jeito nenhum?

- Na minha boca e na minha barriguinha. Para cima e para baixo também não podem.

- E o que mais?

- Não posso esconder segredos da mami e nem do papi.

- E como se chamam o "para cima e para baixo?"

EGYPTIAN BLUE EYESOnde histórias criam vida. Descubra agora