𝐈 | 𝟐𝟐. UM OLHAR DIABÓLICO

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SELENA GOMEZ

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SELENA GOMEZ

Aquele tufão de lembranças veio à tona. Tinha um gosto agridoce e afetava a saúde da minha memória, porque nada daquele dia parecia realmente valer à pena, mas ainda assim tentava ser a melhor versão de mim mesma.

Toda aquela gente tinha uma opinião bem clara sobre quem eu era. E dificilmente isso me assegurava.

Considerava-me uma pessoa sensitiva. Meu corpo mandava mensagens de alerta para o meu cérebro na esperança de deixá-lo à espera de qualquer colapso. Era monstruoso o sentimento de medo que se alastrava pela minha corrente sanguínea. Parecia complicado relaxar em meio a tanta gente que esperava muito de mim, especialmente problema.

- Papai e Eudora viajarão na próxima semana. - comentou Dakota, enquanto levava um petisco à boca e também deixava seu olhar atravessar o cômodo, na certeza de que tudo corria bem em sua casa.

- Engraçado eles terem dinheiro para viagem, mas não terem para pagar a hipoteca da sala. - alfinetar papai e sua esposa, não deixou minha irmã mais velha contente, mas ela estava evitando uma discussão desnecessária, por isso me olhou rígida e deixou meu comentário passar em branco. - Quando é o dia do parto?

- Na terceira semana de janeiro.

Nossa conversa parecia meio robótica, mas eu tentava ser legal.

- Está nervosa?

- Com medo. - Dakota engoliu em seco, mais vermelha nas bochechas do que de costume. - Não quero nem imaginar como é a dor do parto. Tanta gente já me colocou medo nas últimas semanas.

- Não imaginava que fosse um mar de rosas, né? É uma pessoa saindo de dentro de você. Como poderia ser reconfortante?

Seus olhos castanhos pousaram em mim.

- Isso não ajuda, Selena. - soltei uma risada nasal, algo que deixou minha irmã mais confortável. - Pensei em você ser a madrinha. - meus olhos ficaram enormes, então eu não soube digerir aquele suposto pedido. - Sei que a gente tem nossas diferenças, mas não confio em mais ninguém além de você para ser a segunda mãe do meu filho. E gostaria muito que você estivesse lá quando chegasse a hora.

Descarreguei dos ombros aquele sentimento de medo, pois ele me feriu por todo o caminho até a casa de Dakota. Agora, estávamos nos entendendo de uma forma sutil e que provavelmente faria bem a todos daquela família.

- Claro. - respondi sobre as duas coisas, exibindo um sorriso de ternura.

A imagem ressentida de Kiera veio à tona quando ela apareceu na sala. Estava com a cabeça baixa enquanto bebia champanhe. Então, tomou coragem e olhou em minha direção, abrindo, enfim, um sorriso que aparentemente a deixou confiante, mesmo que nossa amizade ainda estivesse meio abalada por um motivo que nada tinha a ver com meus problemas familiares.

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