Livro I: A Resposta É O Amor - CONCLUÍDO

Capitulo 6 - A proposta

Ana

Sinto o telefone vibrar, abro um olho só e vejo no visor o nome de Adrian. Atendo o telefone achei que ele teria notícias do vôo de Bruno, mas ele estava em minha porta. Levanto assustada, visto um hobby e abro a porta, vejo uma cena super esquisita. José com cara assustada, Adrian descabelado e Hudson ao telefone. Perguntei confusa o que eles estavam fazendo ali quando Adrian dar um passo em minha direção e eu deixo eles entrarem no apartamento. O olhar de José me denunciava que algo estranho tinha acontecido, comecei a tremer, meu coração viajou até o meu sonho, ou melhor, meu pesadelo.

José liga a tv, Adrian, parece nervoso e Hudson não sai do telefone. Sinto um frio na barriga e uma pontada na minha nuca, meu corpo esquenta e sinto meus braços formigarem. Quando ouço aquelas palavras eu perdi o sentido, Isso não está acontecendo, isso não está acontecendo. Não tenho controle sobre o que sai da minha boca, não tenho controle sobre o meu corpo, meu coração rasga por dentro, Bruno e Sandra... Tudo escureceu, eu apaguei.
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Sinto dor no meu corpo, mas não consigo abrir os olhos, escuto passos próximos a mim e não consigo abrir os olhos... Deus... Sinto o toque de mãos nas minhas, escuto a voz de Adrian, ele me chama. Aconteceu, aquilo aconteceu. Abro os olhos, o vejo já banhado e arrumado com uma roupa diferente da última vez que o vi. Nos seus olhos havia dor e preocupação, eu fitei aqueles olhos azuis, seu olhar de dor e eu tive certeza, eu os perdi. Estava sozinha, despedaçada e sentindo dor, muita dor. Adrian me abraçou, seu corpo grande me confortou, eu sabia que ele era um amigo e estava ali pra me ajudar. Suspirei e ouvi suas palavras que saíram tão sinceras que entraram no meu coração dando a certeza que eu seria forte, e ele estaria ali.

Subitamente eu lembro da irmã dele, ela também estava no avião me afasto do seu abraço buscando olhar para o seu rosto.

- E você? Meu Deus! Sinto muito, você perdeu a Camila! Me perdoe, eu não me dei conta, você aqui me apoiando e eu esqueci completamente a sua dor. - falei, ele trocou a posição que estava sentado na cama e em um suspiro respondeu.

- Eu ainda não sei como estou me sentindo, tenho muitas coisas e pessoas na cabeça agora, não consigo pensar em mim. Preciso ver meus pais.- Senti que ele não conseguia expressar nas palavras o que acontecia no seu interior, peguei a mão dele novamente mesmo sofrendo era difícil saber que ele também estava.

- Queria poder te ajudar Adrian, mas eu não tenho forças nesse momento nem pra mim, sinto o meu coração despedaçado e uma dor parecida com cólica, não sei o que aconteceu comigo, porque vocês me trouxeram pra cá? - levo uma das mãos a minha barriga e sinto uma pontada na altura do meu útero - Me leve com você Adrian, quero ir até o local do acidente.

Percebi que Adrian e Vilma se olharam, ele levantou da minha cama e ficou de frente para mim. Quando Adrian fez menção de falar o médico entrou no quarto. Dei um pulo e sentei-me na ponta da cama, queria mostrar que estava bem pra ir embora.

- Bom dia Sra Anderson, eu sou o médico que lhe atendeu ontem quando o Sr. Mitchell a trouxe a unidade de atendimento. - Enquanto ele falava senti novamente a pontada de dor na minha pélvis.

- O que aconteceu comigo? Por qual motivo estou sentindo essa dor? - aperto meu ventre e peço - Eu preciso que o Sr. me libere imediatamente pra viajar com Adrian. - o médico suspirou, caminhou para próximo de mim e começou a falar.

- Sra Anderson, a Sra. teve uma alta na sua pressão arterial possivelmente em decorrência do abalo emocional da notícia do acidente com seus familiares, essa pressão alta causou uma eclampsia e infelizmente - ele respirou e concluiu- um aborto espontâneo.

- Aborto... espontâneo... Eu...eu... eu estava grávida?

Senti uma angústia dilacerar o meu peito, uma dor imensurável, meus olhos inundaram de lágrimas, eu sentia o soluço crescendo no meu interior, eu urrei naquele quarto, eu gritava, meu corpo e meu psicológico não aguentava mais tanta dor. Senti os braços de Adrian me apertarem e eu gritava cada vez mais alto.