Ana
Estava arrumando a mala, resolvi não levar muita coisa. Decidi ir, mas na minha cabeça é como se eu desejasse que não desse certo e logo logo estaria de volta, a arte de me auto sabotar tinha virado uma rotina e esse sentimento era constante, eu não posso me acostumar com isso, mas quando você introduz certos hábitos na sua vida é difícil demais largar. Vilma estava me ajudando a fazer a mala e então as lembranças do último jantar me vieram a mente. Eu precisava desabafar com alguém e nesse momento a melhor pessoa é a Vilma.
- Vilma, posso desabafar com você uma coisa? - ela assentiu e eu continuei. - eu me sinto confusa. Tava gostando de ver a forma que ele me olhava quando saímos daqui na última vez que jantamos juntos, me senti interessante, cortejada, aí ele pegou na minha cintura quando estávamos esperando o elevador. Eu não sei o que senti... Foi forte, forte demais, foi como um choque de realidade, como se aquilo dissesse pra mim que eu não poderia mais repetir isso. - ela me olhou atentamente enquanto dobrava uma blusa de gola alta e colocava na minha mala. - Eu deixei claro para o Adrian que não passaríamos de amigos.
- Querida, você só está com medo. Você sente algo por ele não sente? Olhe lá no fundo do seu coração... De alguma forma Adrian ganhou espaço no seu coração não foi? - ela falou e eu fiquei atenta as palavras, eu gosto do Adrian, mas...
- Mas, o Bruno. - falei e engoli em seco. - Só de falar o nome dele meu estômago dói... sabe... esta tão recente, eu não quero que ninguém tome o lugar dele, eu nunca vou esquece-lo... Só de lembrar a falta que o abraço dele faz... eu... eu... não suporto, meu coração parece que vai rasgar. - falei e o meu peito apertou.
- Filha, conhecer outra pessoa, se relacionar, não é
substituir o Bruno. Eu tenho certeza que ele iria querer que você se desse uma oportunidade. Se você acha que está recente peça um pouco de tempo, mas não o afaste. - ela falou com um ar preocupado.- Eu tenho sim uma atração por ele, me peguei encarando os lábios dele na última vez que esteve aqui para pegar meus documento. - assumir isso era aterrorizante - eu estou começando a querer desistir de ir.
- Ana, não faz isso. Se você quiser o beijar, beije. Aposte. Você prometeu que iria viver, viva!
- Céus! Tá tudo caótico na minha cabeça! Eu sou uma viúva que teve o maior amor que alguém poderia ter e eu já estou me assanhando pro amigo forte e sarado estrangeiro do meu marido! Isso é loucura! Se Sandra estivesse aqui estaria me aplaudindo! - falei e caímos na gargalhada e lágrimas brigavam nos meus olhos ao mesmo tempo.
- Se ela estivesse aqui estaria mandando você ir fundo nisso. - ela disse com um sorriso nos labios. - ela sabia como se divertir. - concluiu.
- Eu sei... Vou ver como as coisas se acomodam nesses primeiros 30 dias, se eu me acostumo lá. Quem sabe aí eu tenha certeza do que vou fazer.
Terminamos a mala, não tem muita coisa, É Dezembro e Nova York vai estar frio pra caramba, infelizmente precisarei renovar o guarda roupas quando chegar lá.
Marquei um jantar com minhas amigas para me despedir em um restaurante que gostamos bastante e foi uma noite bem divertida, Paula bocuda contou para todas o que percebeu de Adrian em relação a mim e o jantar virou uma conspiração para que eu pegasse o boy rico e desimpedido. Era o que eu mais queria se não fosse tudo tão complicado.
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O dia da viagem chegou, estamos no aeroporto, Vilma e José me abraçam apertado. Eu entre os braços deles dois me sinto até uma criança.- Eu sou um homem oficialmente aposentado, teremos tempo para visitá-la minha filha. - José fala.
- Eu agradeço, já estou ansiosa pra ver vocês por lá. - falei os apertando mais forte.
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Livro I: A Resposta É O Amor - CONCLUÍDO
RomanceUma mulher forte, equilibrada que cuida da sua família e sua carreira, uma advogada baixinha e extremamente forte. Leva uma rasteira da vida e perde tudo o que mais ama. Um homem criado para ser um grande magnata e implacável com seus negócios, no f...