Ana
Acordei oficialmente como uma Mitchell, percebi que estava sozinha no quarto quando senti a falta do calor do meu gigante preferido. Um bocejo escapou dos meus lábios quando a porta do quarto se abriu revelando o meu marido de calça moleton, camiseta e pés descalços.
Benjamin fazia uma pequena dança em meu ventre quando Adrian começou a conversar comigo e sentou ao meu lado, certamente eles serão grudados. Eu e Adrian conversávamos sobre a festa no dia anterior e rimos de algumas bobeiras, principalmente a acidez de Josh Adams quando estava bêbado. O que parece ter virado rotina.
Tomamos um belo banho e nesse sétimo mês eu percebi o quanto meu corpo está cansando, estou quase indo para o oitavo mês e o meu humor tem oscilado bastante, não só com a melancolia, mas com a impaciência.
As tarefas mais simples parecem cabulosas, tanto pela pouca mobilidade do meu corpo, afinal a barriga é imensa já que eu sou pequena e o bebê está em um tamanho considerado grande, não vejo meus pés, muito menos minha intimidade e minha lombar me mata se fico grandes períodos em pé ou sentada. Adrian me ajuda de bom grado e talvez por medo de que eu o assassine, ele sempre penteia os meus longos cabelos quando estão molhados, porque até para isso eu perco a paciência.
O observando pelo reflexo do espelho, vejo esse homem lindo e dedicado, com um escova trabalhando minuciosamente com seu cenho franzido, lidando com os meus revoltosos cabelos, seu empenho no cuidado para comigo me deixa com o coração quentinho. Eu não posso dizer que nunca fui amada, eu fui sim. Mas a dedicação de Adrian é constrangedora, talvez eu nunca retribua a altura o amor que recebo, porque eu o amo sim, mas Adrian desce até as profundezas do próprio coração e abre inteiramente para mim, eu sou uma mulher de muita, muita sorte.
Depois da ajuda dele para me transformar em uma grávida digna, exausta do pós/festa/casamento, descemos para a sala de jantar que estava maravilhosamente decorada. Fiquei surpresa, não esperava arranjos de flores, o conjunto de mesa que minha sogra me deu vindo da França, as taças de cristal que Vilma trouxe do Canadá muito menos a fartura que aquela mesa oferecia. Salivei, mas antes as abracei.
Adrian saiu para receber o seu primo que ao me cumprimentar e com o desenrolar da conversa durante o café me pareceu bem arrogante, ao estilo de Mark, observei seu comportamento e ele tinha um risinho irônico nos lábios e nos olhos, do tipo provocador, mas não percebi a quem ele queria irritar, além de Hudson.
Depois de alguns assuntos triviais relaxei e até liberei algumas gargalhadas com as gracinhas do primo estranho. Adrian, seu pai, Hudson e Robert foram ao escritório e nós concluímos o nosso café.
Sai um pouco para a varanda da casa e observava as pessoas trabalhando em meu jardim e desmontando a estrutura da festa do dia anterior. O barulho do mar, a brisa que batia em meu rosto me fizeram fechar os olhos e levar as mãos a minha barriga acariciando o meu bebê. Ouvi a porta de vidro sendo aberta e olhei para o lado vendo José se aproximar.
Com as mãos no bolso do seu short ele se aproximou com um sorriso não tão descontraído.
- Ana, me dê um minuto? - falou me chamando para mais perto.
- Claro José! - respondi enquanto ele sentava em um dos sofás de couro branco que decora a varanda de frente a piscina, lateral do jardim, sentei ao seu lado e ele me pareceu mais sério.
- A Vilma comentou comigo algumas coisas sobre o seu acordo pré nupcial. - falou em um tom sério.
- Sim, eu assinei tranquilamente. Ele resguarda os bens de Adrian e a parte que compete a Benjamin será garantida. - respondi.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Livro I: A Resposta É O Amor - CONCLUÍDO
RomanceUma mulher forte, equilibrada que cuida da sua família e sua carreira, uma advogada baixinha e extremamente forte. Leva uma rasteira da vida e perde tudo o que mais ama. Um homem criado para ser um grande magnata e implacável com seus negócios, no f...