Capítulo 10 - Nasce uma fundação

368 40 9
                                    

Ana

Abri os olhos e o ar senti diferente, é estranho assimilar que estou em uma cobertura em Nova York em um dos bairros mais nobres, na casa de um amigo, que eu queria beijar, e que começaria hoje como consultora de uma fundação que atuará em três continentes. Que reviravolta hein, Ana? Levanto e me olho no espelho enorme que tem de frente a minha cama, cabelo assanhado e roupa de frio. É terça de manhã em Manhattan e eu vou conhecer a minha nova vida.

- Pronto Ana, vamos começar. Se tudo der errado você volta para o Brasil, nada te prende aqui mesmo a não ser a sua vontade de recomeçar.

Falo pra mim mesma enquanto estou me arrumando, coloco a melhor roupa que trouxe no estilo executiva, faço uma make básica e calço um sapato fechado de salto bloco. Saio do quarto e já encontro Adrian em sua sala muito bem arrumado de calça social azul marinho, blusa social branca e um coleto do mesmo tecido da calça.

- Bom dia, dormiu bem? - ele me pergunta sorrindo.

- Dormi muito bem. - respondo.

- Vamos? - ele me pergunta pegando seu palitó.

- Nós não tomaremos café?

- Não, pegaremos o café no caminho, tem uma cafeteira perto do prédio da Petroll Industries e nós pegaremos por lá. - ele fala vestindo o palitó.

- Okay. - respondi.

Saímos da cobertura e no caminho a Petroll eu olhava as ruas agitadas da cidade, tantas pessoas circulando, oportunidades, vidas em meio a uma cidade enorme e agitada. Adrian estava quieto, sempre com o olho em seu celular, eu não queria o incomodar com minha agitação, mas confesso que queria um pouco da atenção dele. O carro parou em frente a uma cafeteria, o segurança saltou e depois de alguns minutos voltou com quatro cafés, um pra mim, o do Adrian, o dele e outro para o motorista. Chegando no prédio o segurança abriu a porta para que eu descesse e Adrian saltou do carro pela outra porta. Nós entramos no enorme prédio comercial que era muito luxuoso, tinha uma recepção toda de mármore e detalhes com vidro e leds que davam um ar sofisticado ao local, havia três pessoas que observavam quem entrava e saia, bem como muitos seguranças.

Enquanto nós entrávamos no prédio via que Adrian cumprimentava cada um pelo nome, ele conhecia seus funcionários, principalmente os da portaria e seguranças, achei isso bacana, o pessoal dos serviços sempre são os que estão mais próximos dos gestores e sempre são os que requerem confiança, fazia sentido um homem poderoso como ele conhecê-los.

Subimos ao 20° onde no elevador estava escrito "diretoria" quando o elevador abriu dava de frente a uma enorme janela que era possível ver a cidade, era como se fosse a descrição do topo do poder de Nova York. Um enorme corredor com várias salas, cada uma com placas e nomes dos diretores todas do mesmo lado, já que do outro lado era o janelão. No final do corredor uma porta dupla de frente que tinha uma placa escrita, somente CEO sem o nome dele impresso.

Ele abriu a porta me dando passagem, seu escritório era lindo, tinha uma enorme estante com livros atrás de sua mesa, vi várias fotos de sua família, alguns troféus e duas esculturas que eu sabia que eram obras de arte, na mesa tinha dois monitores e um pequeno porta retrato que não dava pra ver de quem eram nas fotos. Duas cadeiras atrás da mesa e um enorme sofá na lateral. O lado da sala dele era todo uma janela de vidro como se fosse a continuação do janelão do corredor, uma persiana meio fechada mostrava que ele as vezes a fechava, com uma vista dessa eu não fecharia nunca.

- Fica a vontade, Ana. - ele falou se direcionando a sua mesa e ligando o computador para trabalhar.

Eu tomava o meu café em pé de frente a janela e o ouvia se movimentando pela sala, quando depois de alguns toque a porta abre.

Livro I: A Resposta É O Amor - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora