Livro I: A Resposta É O Amor - CONCLUÍDO

Capítulo 20 - Cheia de fases

Ana

Alguns meses depois...

Abro um olho ao sentir um toque lento e carinhoso sobre a minha pele na altura do meu umbigo. Escuto a voz de Adrian sussurrando, decido fingir que não estou acordada enquanto ele faz movimentos circulares em meu ventre.

- Você precisa prometer que vai segurar nas entranhas da mamãe e não sair daí. - ele sussurra e a minha vontade é de rir. - sabe filho, sua mãe é muito forte, mas ela também já passou por muita coisa. Nós temos que combinar que sempre cuidaremos dela. - eu me emociono e levo a mão ao seu cabelo, ele me olha com esses olhos azuis e eu continuo enterrando meus dedos em sua cabeleira negra.

- Bom dia. - falo com um sorriso tímido por ter invadido o momento dele com o bebê.

- Bom dia, minha guerreira. - ele fala subindo a altura dos meus lábios e me dá um selinho demorado.

Olho para Adrian e minha mente se pergunta, como esse homem ficou esse tempo todo sozinho? Certo que ele namorou Jessie muito tempo, mas mesmo assim poderia ter engatado algum romance com uma famosa ou super modelo. Ele é sério, rico, educado, bom de cama e definitivamente um príncipe.

Já existe tanto amor em meu coração e foi tudo tão rápido, não quero ser um peso pra ele.

Algo me ocorre e eu não gosto do que sinto.

- Amor, sei que você está preocupado comigo, mas não quero te ver angustiado por isso. Foi tudo muito rápido e a gente não teve tempo de solidificar as coisas antes dessa avalanche de problemas e correria pra manter nosso bebê a salvo e... - ele me interrompe.

- O que você está tentando dizer exatamente?

- Eu magoaria você se perguntasse se você está feliz? Eu quero que você cuide de nós, mas pelos motivos certos.

- Que seria amar você como nada mais, nem ninguém nessa vida? Que seria capaz de fazer qualquer coisa pra garantir a sua segurança e a dele?

- Sim, mais ou menos isso. - respondo envergonhada.

- Eu não preciso mentir pra você, Ana. Eu estou inteiro nisso. Eu nunca fui uma pessoa que pensasse no amor ou na felicidade como meta de vida, eu só trabalhei a vida inteira, o que nós temos é mais do que qualquer pretensão que um dia eu cogitei pra mim. - ele fala e olha em meus olhos. - Tudo aquilo que eu fiz, planejei e desenhei não me realizaram como o dia que coloquei esse anel em seu dedo, ou o dia em que eu soube que seria pai. E não é pai de qualquer jeito, é pai de um filho nosso.

- Eu sou tão idiota, você me perdoa? - falo e ele deita do meu lado.

- Tá tudo bem, vem aqui. - ele diz já me puxando para o seu peito e me aninha em seu colo.

Nós ficamos em silêncio profundamente quietos, estava envergonhada. Tem um diamante enorme no meu dedo e minha barriguinha já começou a marcar nas roupas, um pouco inchada, mas nada muito perceptível. Eu simplesmente tenho me sentido capaz de ter todos os sentimentos juntos e misturados, fico insegura, chateada, irritada, chorosa e as vezes muito feliz, várias combinações disso durante a semana e também no mesmo dia todas elas juntas.

É uma merda! Hormônios!

Não me sinto a pessoa mais equilibrada do mundo no momento. Definitivamente não o sou, mas nunca pensei que estaria magoando e ferindo o Adrian com minhas inseguranças. Nos últimos meses tem sido bem difíceis, o médico especialista no meu caso me colocou de repouso absoluto e eu virei prisioneira da minha família onde a carcereira é Graça, o chefe do Presídio é o CEO e os guardas que fazem a segurança são meus sogros e Vilma.