Capitulo 7 - Ver e enxergar

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Ana

Tem uma semana que o Adrian chegou ao Brasil e nos vimos todos os dias, não sei como, mas ele me convenceu a jantar fora por duas vezes. Ele é um ótimo negociador, vimos filmes e comemos porcaria no meu quarto, até aquele cara de pau me convencer que a tv da cobertura iria me dá uma experiência mais incrível quando marcamos pra assistir A origem, filme que eu estava louca pra ver com o Di Caprio. Estamos aqui eu e ele vendo os créditos do filme subir, até que foi divertido, mas óbvio que algo teria que me lembrar o Bruno, como quando o personagem do Di Caprio encontra sua esposa falecida em uma das dimensões que ele volta no seu subconsciente... Filme doido do jeito que eu gosto.

Me sinto como na minha adolescência quando entupíamos a casa com nossos amigos sendo que agora na cobertura só estamos nós dois. Isso é estranho? Não né, acho que não, Adrian é tão gente boa que eu acho que nem pensa nessas coisas. Nós somos só amigos. Estou deitada no sofá dele, com um balde de pipocas já no final e um copo de refri que ele acabou de encher.

- Filme bom, Ana. Ótima escolha. - Ele fala sentando aos meus pés e ainda massageia, vai me deixar mau acostumada.

- O final me deixou confusa, eles escaparam ou não? - perguntei olhando pra ele que tinha um sorriso lindo nos lábios.

- Ana, Ana... Acho que o Di Caprio fundiu seu subconsciente também - responde deslizando no sofá quase deitando, meus pés vão parar sobre sua barriga. Jogo uma das almofadas pequenas nele. - Ei! - ele grita surpreso quando sente a almofada em seu rosto.

Ele levanta e começa a fazer cócegas em mim e eu me acabo na gargalhada. Seguro suas mãos com força, tomei muito refri se eu continuar rindo assim vou fazer xixi na calça.

- Pára Adrian, para! - Falo rindo e ele para.

Ele me olha nos olhos, eu vejo um brilho diferente no olhar dele e ele pisca mudando totalmente as feições.

- Eu preciso fazer xixi - eu digo já levantando.

Ele se afasta e volta pro lugar dele, eu sai da sala sentindo uma energia um pouco estranha no ar. Adrian é meu amigo não tem nada demais estar aqui. Não viaja, Ana. Entro no banheiro e me olho no espelho, ele não olharia pra mim. Me pego rindo para o meu reflexo.

Minha filha você está horrível!

Meu cabelo sem cor e sem jeito, precisando arrumar a cor e cortar umas pontinhas.

- Amanhã eu arrumo esse cabelo.

Saio do banheiro e encontro Adrian na sala juntando as baldes de pipoca e os copos de refri. Ele me olha.

- Vamos? Vou te deixar em casa. - ele diz erguendo uma sobrancelha.

- Não precisa, eu vou com o motorista. - eu respondo.

- Eu insisto, Ana. - ele se dirige a mim.

- Adrian, você já me fez sair de casa, eu me diverti tanto hoje. Não precisa você sair de casa nesse horário pra me deixar. - estendo a mão e pego na mão dele - eu vou com o motorista.

Nós ficamos nos olhando, ele olhou pra minha mão na dele, deu um sorriso e apertou. Senti meu coração palpitar, ele é tão alto, largo, tão bonito, tão carinhoso, gentil. Merda Ana!

- Okay, moça. Mas, assim que chegar em casa você promete que me liga? - ele falou e olhou no meu olho.

- Sim Senhor! - respondo com o melhor sorriso que posso oferecer e dessa vez é por querer.

Sai da cobertura e me peguei dentro do carro lembrando do olhar de Adrian pra mim, se fosse qualquer outro homem e não ele, eu diria que foi quase um flerte inocente. Mas, isso não seria o Adrian. Pára Ana... Só pára!

Livro I: A Resposta É O Amor - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora