Adrian
É engraçado chegar em casa e sentir-me mal, é injusto e desgastante. Precisava alertar Ana para a minha situação e do meu pai, senti um olhar de pena dela sobre mim e isso me irritou, não ter uma boa relação com meu pai era algo que eu estava acostumado, ele sempre buscaria formas de me diminuir e eu já estava saturado disso, não ia admitir nenhum tratamento desrespeitoso nem comigo nem com ela.
A verdade é que eu cheguei totalmente armado em casa, pronto para brigar com meu pai se fosse preciso. O Sr. George Mitchell sabe ser desagradável quando quer e eu não estava mais no humor de simplesmente ignorar, não sei por qual razão, mas hoje seria diferente. Lá no fundo do meu coração eu sabia que meu pai estava preparado para jogar suas frustrações sobre mim e dessa vez eu ia reagir.
Entramos em casa, receber o abraço de minha mãe foi maravilhoso, ver a felicidade de nos ter ali do lado dela foi reconfortante. Meu pai surgiu depois de mamãe o chamar e apareceu com aquela cara fechada dele costumeira, falou com Ana, mas não a cumprimentou. É lindo de ver como ela não se intimida em situações desconfortantes, ela estendeu a mão para o cumprimentar e ele ficou até envergonhado, aquela pequena mulher sabe ser maior do que eu quando quer e eu a amo por isso.
Esse pensamento me ocorreu e eu precisava assumir, eu a amava, enquanto via ela conversar com meu pai e por um segundo tirá-lo do seu casulo, eu só pensava o quanto a amava e tudo ao redor dela é consumido por seus olhos curiosos e seu sorriso cativante.
Entrei até a cozinha encontrei os empregados de minha mãe os cumprimentei e pedi o que fosse necessário para fazer um chocolate quente rápido. Eu o fiz na textura que mais gosto, ao chegar na sala a vi observando tudo da casa principalmente as fotos, ela riu de mim recebendo o chocolate quente e observei seu rosto corar, não sei o que a envergonhou, mas gostei de ver suas bochechas ficarem rosadas por minha causa. Quando Hudson e Jessie chegaram o ar da casa mudou, eu relaxei e isso foi um erro.
Meu pai voltou a sala e por uma simples pergunta de Ana soltou toda a frustração dele em relação a mim e a fundação. Ele não me considerava seu filho? Que maravilha! Eu realmente nunca fui tratado como um. Mas, o que me irritou profundamente na fala do meu pai foi ser grosso com ela, senti vontade de socar a mesa quando percebi o quanto ela ficou desestabilizada com o desrespeito e a arrogância desmedida do meu pai.
Gritei com ele e saiu tudo o que eu sempre pensei em relação a nós dois, quem sabe um dia eu me arrependa das palavras duras que disse a ele, mas hoje não, hoje ele iria me ouvir.
Quando Ana falou o que ela sentia, sobre suas perdas, sua dor e o quanto meu pai era egoísta, meu coração apertou, quis chorar junto com ela, aquela viagem foi um erro, não deveríamos ter ido aos Hamptons me arrependi amargamente de ter vindo e pior trazido ela.
Ela pediu pra sair daquele lugar e eu a acompanhei, do lado de fora da casa, nós andávamos em direção a praia, ela pediu pra ir embora e por Deus isso não podia estar acontecendo, eu não podia deixar ela ir, Ana voltar para o Brasil não estava nos meus planos, eu a queria aqui. Eu precisava dela do meu lado, ela estava bem até pisar na casa dos meus pais e encarar toda amargura dele, tentei argumentar, mas ela parecia decidida.
Eu tinha perdido a Ana que dias atrás me agradeceu por ter a convencido de vir comigo, ali só estava uma pessoa ferida e confusa. Pedi pra ela não me deixar, mas talvez ela nem tenha me ouvido, então meu último recurso foi dizer a verdade, eu a amava, eu não podia perdê-la, eu não queria perdê-la. O efeito da minha declaração foi exatamente o que eu pretendia, fazer ela voltar a si e ver as possibilidades que nós tínhamos ali.
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Livro I: A Resposta É O Amor - CONCLUÍDO
RomanceUma mulher forte, equilibrada que cuida da sua família e sua carreira, uma advogada baixinha e extremamente forte. Leva uma rasteira da vida e perde tudo o que mais ama. Um homem criado para ser um grande magnata e implacável com seus negócios, no f...