De repente é paixão (Reescrevendo)

10º Capitulo

#Sophia

Gravida, apenas a palavra me deixa em êxtase. Parece que o ser superior quer me fazer viver uma avalanche de emoção antes dos trinta anos. Depois do choque inicial me peguei imaginando um menininho loirinho como pai, e eu me peguei amando esse bebê com todas as minhas forças.

-Tem dois dias que você olha para esse teste, decidiu o que vamos fazer? –A voz da minha amiga me tirou dos meus imensos pensamentos, eu parei de chorar. Eu ainda estou sofrendo é claro, mas tinha uma nova sensação a de ser mãe.

-Vamos cuidar é claro! –Falei o óbvio, ela sorriu. –Eu tenho a sensação que você anda me escondendo algo!

-Como assim? –A maldita loira se fez de desentendida. Enquanto fingia prestar atenção na televisão.

-Samantha, você vive discutindo nesse seu celular com alguém. O que está acontecendo? –Ela me olhou culpada, e eu sabia que é relacionado a mim. –Desembucha... enquanto eu alimento meu bebê.

Me levantei para ir a cozinha, sabendo que ela me seguia com passos lentos, nada mais me surpreende ou me abala. Estou pronta para qualquer informação que ela queira me falar. Eu terminei de fazer o arroz e ela apenas me observava calada, minha irritação começou a ficar visível.

-Eu juro por Deus, Se você não me falar agora terá grande consequências. Lembre-se sou uma mulher gravida! –Ela revirou os olhos enquanto eu falava, e então abaixou o olhar.

-Eu conheci o Daniel e ele quer te conhecer! –Ela me respondeu atropelando as palavras.

-Quem é Daniel e por que ele quer me conhecer?

-Seu irmão, é com ele que fico discutindo. Eu estava esperando você digerir a informação da gravidez para te contar. Você tem um irmão e uma irmã, seu pai quer muito te ver! –Minhas palavras se perderam, eu estou preparada para tudo, mas não para isso. –Eles são pessoas boas e eles são filhos da titia também!

-Filhos da minha mãe? –Então eu me sentir sufocada, o que essas pessoas estão dizendo sobre minha mãe? Ela jamais abandonaria um filho.

-Eu sei.... Eu falei que a titia nunca faria isso. Mas mana, você precisa conhecer o Daniel para tentar entender a história. –Eu neguei. Esse momento da minha vida é um dos piores e eu não quero lidar com isso.

-Eu não preciso passar por isso agora. Preciso de saúde mental para esse bebê! –Sussurrei para minha melhor amiga.

-Eu entendo, eu falei para ele que iria tentar, porém se caso você não quiser. Eles não vão te incomodar mais. –Ela falou segurando minhas mãos, a puxei para um abraço.

-Obrigada por ser meu porto seguro!

[...]

O som da campainha do meu apartamento se fez presente me tirando do meu devaneio, estranhei, pois, ninguém entrar no prédio sem ser anunciado e a Sam tem a chave. Através do olho magico me surpreendi ao encontra com sua impressionante presença Debora Gutier, meu coração acelerou e sentir um medo sobrenatural. O que ela quer?

Suspirei pesadamente, eu não devo abrir!

Me sentir patética tendo medo dessa senhora, abrir a porta.

-Sophia, tudo bem? –A voz fina dela me causou arrepios, ela adentrou meu apartamento sem convite. Olhou cada detalhe antes de se virar para mim. Eu sentir a ameaça no olhar dela sem uma palavra.

-Eu...Estou bem! –Ela sorriu e sentou no meu sofá. –Qual seria a honra da sua visita?

-Eu não diria honra, Querida. –Ela jogou os cabelos para trás e deu uma gargalhada enquanto falava. –Eu ficaria com medo se fosse você. Não costumo ser uma senhora bondosa.

-Senhora, desculpe não estou entendendo o motivo da sua visita! –Ela está tentando me intimidar dentro da minha casa? Quem essa velha pensa que é?

-Eu que não entendo o que meu filho viu em você, tão antipática e sem graça. –Mordi meus lábios para impedir de agredir essa vaca.

-Posso dizer que tenho ótimos outros atributos. –Ela me olhou e não tinha mais nenhum pingo de deboche no olhar dela, apenas ódio.

-Olha aqui sua vagabunda, eu já fiz coisas e conheço pessoas. Eu quero você longe dessa cidade! –Ela se levantou vindo em minha direção. Engoli em seco e dei um passo para trás.

-Isso é uma ameaça? Desculpa, minha senhora, mas se eu não fizer isso, vai acontecer o que? –Perguntei atrevida.

-Sophia, você não gostaria de saber. Pode ter certeza que eu tiro de você o seu bem mais precioso. –Minha mente só pensou em proteger meu bebê, pela expressão e jeito dela de falar, ela seria capaz de tirar ele de mim. Não é uma brincadeira.

-Senh. Debora! Eu não sei qual o seu motivo de estar aqui, eu e seu filho terminamos e não tem motivo para você se preocupar. –Ela sorriu.

-Enquanto você estiver nessa cidade eu tenho sim. Não vai demorar para o meu filho perceber que a Julia é a pessoa ideal, ele fica tão feliz quando falamos sobre o bebe. E eu conheço seu tipinho de mulher, nunca vai deixar ele em paz. –Sentir o impacto das palavras delas me perfurando profundamente.

-Eu não vou atrás do seu filho! –Sussurrei, dando mais um passo para trás enquanto ela deu um na minha direção.

-Claro que não vai, eu tenho pessoas te observando em cada passo seu. Qualquer passo seu perto da minha família ou do nosso hospital será me avisado, e é tão fácil sumir com as pessoas nessa cidade. Você não imagina o quanto é fácil, querida!

Meu estômago embrulhou, ela me lançou um sorriso maldoso, e deu o último passo para perto de mim, fiquei encurralada na parede. Ela olhou no fundo dos meus olhos e eu sentir algo gelado na minha barriga. Meus olhos se arregalaram.

-Você vai sair da cidade, estamos entendidas? –Assentir, sem encontrar minha voz. Ela se distanciou de mim e foi embora sem olhar para trás. Mesmo com as pernas cambaleando corri para fechar e trancar a porta. Sentei no sofá ainda atônica, eu estou correndo risco de vida. E se ela soube do meu bebê estaremos nós dois em risco.

A porta foi aberta e meu coração faltou saltar pela minha boca, me acalmei quando minha melhor amiga entrou segurando um monte de sacola.

-Olha comprei comida para alimentar meu monstrinho. –Ela falou rindo deixando as sacolas na bancada da cozinha, ela se virou para me olhar. –Meu Deus Anny, o que aconteceu com a sua barriga?

Voltei meu olhar para minha barriga, eu estava sangrado por causa de um corte. Engoli em seco enquanto minha amiga corria com um kit de primeiros socorros. Ela me cortou e a ameaça ficou ainda mais clara.

-Você acha que o Daniel. Ainda quer me conhecer? –Minha melhor amiga me olhou e sem conseguir me conter eu solucei e contei tudo que aconteceu.