23° Capítulo Carlos

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    "Dizer te que nunca me deixaria, dizer te que a vida me abalaria, dizer te que na vida eu teria aflições." -Juliano Son
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  Estávamos prontos para sair e buscar minha mulher. Fiz questão de ir junto, quase não me deixaram ir. Damião ficou com a Anna, Sam e Gustavo. Apenas o Daniel foi comigo. Entramos no carro do FBI, cinco ambulâncias estava com a gente e muitos carros do FBI. Chegamos em menos de meia hora no local, como ninguém desconfio desse local antes?
    Descemos e os agentes estavam passando um plano. Dominic Henrique estava do meu lado segurando duas armas.
      - Pega! -Olhei para a arma, nunca usei uma mas peguei mesmo assim. -Sou ex agente do FBI.
     Eu não quero saber a vida dele, sim eu deveria o agradecer mas agora estou preocupado. Deus por favor!
        -Vamos entrar. Agentes um a quatro entre pelos fundos e cinco a nove pela porta da frente os atiradores de elite atire apenas se for realmente necessário. -Um dos agentes o que parece ser o chefe da operação, estava falando por uma espécie de telefone estranho. - Vocês entram com a gente! -Ele falou apontando para mim e Daniel.
     Então eles arrombaram a porta e entraram, foi tão rápido que dois homens que estava no local já estava no chão antes de pegar a arma deles em cima de uma mesa. Entramos e havia muitos corredores mas o grito da minha princesa vinha de uma porta no final do corredor. Os agentes estavam na frente e abriram a porta. Nada me preparou para a vista da minha mulher sangrando, minha mãe doida gargalhando e meus filhos ainda dentro da placenta em cima de uma bandeja cirúrgica. Congelei. Isso é um pesadelo.

     Olhei para a Sophi em choque. Enfermeiros foram avisados para entrar e eles chegaram em uma rapidez, dois deles pegaram os meus filhos e levaram. Todos ali estavam em choque, não é uma cena que todo mundo está acostumado. A raiva me consumiu mas então minha pequena falou.
     -Car...los nos.sos bebês. -Eu chorei e ela também.
      -Amor...-Eu queria dizer que tudo iria acaba bem. Mas fui interrompido.
       - NÃO CARLOS, CALA A PORRA DA BOCA. -A Débora a mulher que me criou que eu não sei mais quem é falou. Ela apontava uma arma calibre 36 para a Anny. -Você é meu. - Olhei para a Sophi e ela não estava mais consciente. Eu queria ir até ela, ela está perdendo muito sangue. Duas enfermeiras foram impedidas de chegar perto dela. Os agentes já estava com as armas apontadas para Débora mas ela continuava me olhando. Vou tentar entrar no jogo dela.
     - Sim mã. -A expressão de raiva se transformou. -Amor...-Minha vontade foi de vomitar. -Vem não precisa acabar assim, vamos embora... -Ela sorriu e os olhos dela brilharam.
     - Eu sabia que você me amava... Vamos sim, mas antes eu prometi que só uma sairia daqui viva. -Ela destravou a arma, eu apontei a minha na direção dela e escutei o tiro. Congelei a minha mira não era boa e meu tiro não acertou.
     - Então diga adeus vadia. -Um voz feminina falou atrás de mim. Me virei e encarei a mulher e voltei meu olhar para a Débora que caia de joelhos chorando.
     - Sílvia? -Débora me olhou chorando e caiu. As enfermeiras foram de encontro com a Sophi. Só pensei em chegar na minha mulher.
      -Ela perdeu muito sangue, temos que a levar para um hospital agora. -Uma enfermeira falou e saiu levando a minha mulher na maca ainda que ela estava, o sangue pingava. Eu estava em estado de choque e fiquei encarando a Débora, a outra mulher Sílvia, chegou mais perto e descarregou a arma na Débora o sangue dela preenchia o chão, os agentes correram e tiraram a arma da mulher só depois dela descarregar. O Daniel me puxou para fora. E tudo passou rápido na minha frente, não me deixaram ir com a Anny. Fui jogado dentro de um carro com o Daniel e nos encaminharam para o hospital. Chegamos transtornados, procurei notícias e ninguém nos disse nada. Uma hora depois Samantha, Damião, Anna, Gustavo, Daniel e meu pai se encontrava no hospital.
    Ainda bem que a trouxeram para outro hospital, não aquele.
    Me sentei em uma das cadeiras duras.
   Senhor por favor, faça que ela esteja bem. Que os bebês estejam bem. Faça um milagre meu Deus.
    Chorei como um bebê, não me importei com os visitantes que me olhavam com pena. Fiz uma oração com a Samantha. Ela chorava e a Anna também. Mais duas horas, três. Então um médico apareceu.
      -Familiares de Anny Sophia Andrade Fernández? -Nos aproximamos do médico.
      - Somos nós. Como está minha filha doutor? - O médico olhou a prancheta várias vezes. Eu tremi, eu já sabia o que ele iria dizer. Ele faz exatamente a mesma coisa que eu faço quando tenho que dá uma péssima notícia a família dos meus pacientes.
    - Ela deu hemorragia e não  resistiu. - Meu mundo desabou de uma vez. Samantha gritou e começou a chorar e Damião caiu no chão e o médico foi o acudir, e eu apenas sair dali sem acreditar. A noite estava estrelada, as pessoas continuava suas vidas e rotinas como se nada estivesse acontecido. Meu mundo tinha acabado de desmorona. E todos estava normalmente seguindo a vida. Não aguentei e chorei desesperado. Culpando o mundo e Deus. Raiva eu orei com fé, será que eu não merecia essa felicidade? Por que você me odeia? O que eu fiz de errado? Por que ela e não eu? Odiei a Débora mais ainda.
    Ela levou minha mulher, eu nunca mais irei ver ela sorrir ou falar que me ama. Olhei a ponte e fui na direção dela, o trânsito lá em baixo estava intenso.
    Caramba eu te pedir um milagre e cadê ele? Eu não te entendo. Cadê o amor incondicional? Ela também era sua filha.
    Olhei mais uma vez para baixo, e subir nos ferros da ponte, me equilibrei. Então a Lara veio na minha mente, minha pequena menina. Eu não posso fazer isso. Desci e chorei ainda mais. Resolvi voltar para o hospital, eu preciso ver ela.
    Todos choravam a Sam está agarrada no Daniel. Ela me viu entrando e correu na minha direção me abraçando. Tentei me segura em vão.
      - Eu não posso acreditar Carlos. Minha bandida...Minha melhor amiga...Minha irmã...Não, eles devem ter errado. -Ela soluçou e eu também. -Eu quero minha irmã de voltar.
      - Eu também quero. -Falei chorando a Anna veio ao nosso encontro chorando nos abraçando.
        - Meu pai esta sedado. -Ela falou chorando.
         - Eu vou tentar entrar para ver a Anny. -Elas choraram e foram em busca do Daniel e do Gustavo que as abraçou forte. Eu não acredito que não vou ter mais isso. O médico estava falando com umas pessoas.
     - Com licença? - Ele me olhou com pesar. -Posso ver ela?
      - Eu não deveria mas irei deixar. Venha. -Ele me conduziu pelas portas duplas. Entramos na sala fria branca. Engoli em seco, minha boca ficou seca. Todos os aparelhos estava desligados e ela ainda estava em cima da cama, o pano cobria o rosto dela. Cheguei perto, criei coragem e tirei o pano. Ela estava pálida, chorei e procurei batimentos cardíacos no pulso, mão dela estava gelada e nada de batimentos. Ela se foi. Chorei.
   - Amor, eu tinha tantos planos, me imaginei velhinho com você e nossos filhos correndo ao nosso redor. Antes de embarca para Nova York eu vim com uma idéia de fazer você voltar para casa animada, mas agora vou voltar com você fria? Eu não posso aceitar isso. -Beijei o rosto dela, o cheiro que eu tanto amo ainda está ali. - Eu te amo e sempre vou te ama minha princesa. -Chorei ainda mais. -Senhor como o senhor foi ruim, eu só pedir uma coisa. Eu pedir com fé ainda, você não é o Deus do impossível? Por que ela se foi?
      - Você não deveria falar isso. -Me assustei e olhei para a porta, a enfermeira loira me olhava. Eu quis mandar ela para o inferno.
       - Não me interessa mais nada. -Falei chorando.
         - Senhor? -A olhei e ela chorava. -Se eu te dizer que Deus me mandou aqui você acreditaria? -A olhei sem achar graça a brincadeira. Fiquei e silêncio esperando ela rir da minha cara. - Ele disse que seu milagre esta na incubadora. -A olhei assustado e levantei. Olhei para a Sophi. -Vai, eu cuido dela.
    Assentir e Beijei a testa da minha mulher. Sair do quarto, um médico passava.
     - Aonde é a incubadora? - Perguntei para ele.
      -Entre no próximo corredor a direita, última porta. -Assentir e seguir a informação dele. Cheguei no corredor e escutei choro de bebês. Parei na porta, havia um vidro que mostrava os bebês a porta se abriu.
     - Posso ajudar o senhor? -Assentir ainda olhando o vidro. Isso deve ser loucura.
      - Meus filhos estão aí dentro!
      - A um papai. Qual é o nome da mamãe? -Suspirei.
       - Anny Sophia. -Ela me olhou surpresa e com um sorriso. -Entre.
     Entrei no quarto muitos bebês estava ali, uns sorrindo outros dormindo. Ela parou na frente de duas incubadoras.
     - Seus bebês. -Olhei para eles, eles ainda estão respirando. Sorri em meio às lágrimas. - Eles foram fortes, tenha orgulho. Lutaram muito bem pela vida e continuam lutando. Foi um milagre eles sobreviverem no estado que chegaram aqui. -Seu pequeno milagre filho. Sentir as palavras no meu coração. Sim, obrigado. Muitos aparelho estavam ligados neles.
     - Eles vão ficar bem?
     - Sim, só vão ficar na incubadora para ganhar peso. Sua menina e menor com um quilo e seiscentos e dezesseis centímetros e seu menino dois quilos e quinhentos e vinte centímetros. Mas todos os órgãos estão formados porém fracos ainda. Mas tenho certeza que eles vão ficar bem. Deus não dá um milagre pela metade. -Sorri para ela.
     Eu prometo meu amor que irei cuidar deles muito bem. Obrigado meu Deus por ter me dado esse milagre. Vou ser o melhor pai para eles.
   Não pude ficar por muito tempo com eles. Tive que sair, voltei para a sala de espera para dar as notícias.
     -Diz que foi um mal entendido.  Que ela ainda esta viva e bem. -Eu voltei a chorar e Neguei. Sam chorou.
       - Mas...-Ela me olhou. -Os bebês estão vivos. - Ela chorou e riu ao mesmo tempo.
       - Que milagre maravilhoso. Ela nos deixou um presente. -Anna falou também rindo e chorando.
       - Acho que vou precisar de ajuda?!-Falei chorando. Pedir minha mulher e não sei bem como vou criar meus filhos.
       -Nos estamos aqui! -Sam falou chorando. Meu coração estava quebrado mas eu sabia que ele ficaria bem.

  "Quando o mundo cai ao meu redor teus braços me seguram, quando o mundo cai ao meu redor és a esperança pra mim, quando o mundo cai ao meu redor e as forças se vão, encontro abrigo em ti. Segura me, segura em minhas mãos." -Juliano Son
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  Também estou chorando aqui, foi o pior e melhor capítulo que eu escrevi. Mas ainda não acabou vamos terminar de ler comigo? Deixe estrelinhas e vamos continuar.
  
 

De repente é paixão (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora