17° Capítulo

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#Carlos (capitulo 17)

Balançava Benjamin enquanto tentava tomar mais um gole do meu café, Lara comia seu misto quente com leite e achocolatado. Olhei meu filho com orgulho e pensei em como é diferente do início, meu sentimento por ele é totalmente diferente. Eu morreria pelos meus filhos.

-Não quero ir à escola hoje! –Lara falou coçando os olhos, suspirei pesadamente me preparando para o sermão.

-Sem essa filha, hoje não teremos essa discussão! –Ela resmungou brincando com a comida. Já estava difícil cuidar de um bebê sem a presença de uma mulher, Julia tinha simplesmente sumido sem dá sinal deixando um bebê recém-nascido com minha mãe. –Ainda mais você não querer perder a sua aula de balé, não é verdade?

Ela se iluminou, sorrir lembrando de como eu conheço minha filha agora, sei tudo que deixa ela feliz ou triste.

-Verdade tenho balé, o vovô vai me acompanhar? –Assentir, e percebi Ben fazer seus primeiros bicos do dia para chorar, o peguei antes disso. Olhei meu celular para ver se tinha alguma mensagem da baba, ela nunca atrasava, porém hoje parecia um dia atípico.

-Sim... E pelo visto levarei você para a escola e o Ben para o serviço! –Minha filha sorriu alegremente. –Pegue sua mochila.

Foi tranquilo deixar a Lara na escola, fiquei mais preocupado em levar o Ben para a reunião com um investidor. Tentei ligar para a baba mais uma vez e sem sucesso, eu preciso fechar esse contrato será muito bom para a empresa. Estacionei em um prédio bem localizado no centro do Rio. A faixada toda espelhada gritava luxo o edifício é de uma multinacional nomeada com o sobrenome do seu acionista Fernandez empreendimento LTDA. Uma empresa de imóveis que estava emprenhada em aumentar sua riqueza investindo em saúde. Peguei o bebe conforto e fechei o carro com segurança, a situação toda me deixava ansioso e eu nunca tive dificuldade em reuniões e em negociação de contratos. Um segurança abriu a porta e me deixou passar depois da minha identificação, a recepcionista me olhou curiosa ao notar o meu filho.

-Sr. Gutier, pode aguardar um momento a senhorita Fernandez te receberá em um minuto!

Agradeci e me sentei próximo a recepcionista, graças a Deus era um bom dia para meu filho que dormia profundamente na cadeirinha, se eu tivesse mais tempo teria deixando-o com a minha mãe. Mas fiquei com receio de deixar a senhorita Fernandez esperando, ela tinha deixado os Estados Unidos para se encontrar comigo. Minha impaciente apareceu depois de meia hora esperado, meu maior medo é meu filho acordar o prédio todo com seus gritos. O toque irritando do meu celular me fez estremecer, o peguei rapidamente.

-Lucas?

-Meninão! –Revirei meus olhos para o meu melhor amigo e balancei meu filho ainda mais rápido.

-Ligou para ser um pau no cú? - Respondi sem paciência para as suas brincadeirinhas.

-Eita mau humor... Não, te liguei, pois, você não vai acreditar quem eu encontrei hoje...

-Quem?

-Samantha e pior ela estava em uma loja de bebê e comprando várias coisas!

-Ela está gravida? –Perguntei não imaginando nada além disso.

-Ela falou que está...-Sentir a voz do meu amigo embargar. –Porém te liguei para falar que se ela está aqui a sua Sophia também deve estar.

-Se ela estivesse no Brasil teria me procurado, você não acha?

-Se ela estiver esperando você ir atrás dela?

-Ela me deixou quando eu pedir para ela ficar, então ela tem que vim me procurar!

-Não seja orgulhoso, você ainda a ama?

-Com todas as forças do meu ser, eu respiro por ela! –Minha voz saiu em um sussurro de desespero. Fiz uma força para não chorar, ela tinha me tornado em um homem emotivo.

-Então não perde tempo, lute por esse sentimento! –Desconheci o meu melhor amigo por um momento, sentir a mudança nele.

-Sentimental? –E a linha ficou muda, meu sorriso foi involuntário, ele estava apaixonado.

-Sr. Gutier, pode me acompanhar a sala de reunião? –Assentir para a secretaria e a seguir pela porta atrás da recepção, meus sentimentos foram ficando bagunçados à medida que me aproximava das portas duplas no fim do corredor. Olhei para o meu filho que continuava a dormir tranquilamente e a sensação de claustrofobia me atingiu, será que eu estava desenvolvendo um ataque de pânico?

Ao chegar na porta eu me encostei na parede sentindo que meu coração iria sofrer uma parada.

-Tudo bem com o senhor? –A secretaria perguntou solicita, me obriguei a se recompor. Essa reunião vai ser um passo a mais para os hospitais Gutier e eu preciso fechar esse acordo. Respirei fundo.

-Tudo sim! –Ela me olhou por mais alguns segundos e abriu as portas, entrei com passos decididos e um sorriso no rosto. Mas sentir todo o meu sangue ser drenado quando meus olhos encontraram a senhorita Fernandes, parada imóvel sentada atrás uma mesa. Eu sentir o meu ar retornando ao meu corpo depois de meses.

-Você? – Deixei as palavras sair dos meus lábios como um suspiro de alivio. 

De repente é paixão (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora