Written in The Stars | Wendy+Suga

Hey, Girl!

Seulgi

Eu olhava distraidamente em direção a porta automática da empresa, sempre que entrava alguma pessoa, aumentava os números no meu caderninho de anotações. Com o pouco movimento de hoje, eu já estava no número 358 – sem contar nas pessoas que perdi enquanto fazia outras coisas. O dia parecia nunca terminar e me fez ficar ainda mais entediada, os clientes e funcionários nem ao menos passavam por aqui, o que geralmente não acontece. Suspirei fraco e comecei a mexer em minhas unhas, tentando espantar qualquer tipo de desânimo do meu corpo, eu não costumava ficar tão parada assim.

— Aish, onde estão os nossos clientes? — ouvi a voz da Sra. Moon na cozinha perguntando.

— Me parece que hoje seria o dia de uma reunião importante na empresa, deve ser por isso a falta de pessoas. — respondeu Yeri, que estava ao meu lado passando os dedos pela tela do celular.

Isso afetava a todos, mas o lado bom era que tínhamos bastante tempo para fazer qualquer coisa, até as sem importância. Comecei a organizar alguns copos de plástico que estavam na caixa, tinham chegado desde a semana passada, mas como não tínhamos tempo, ficou todos jogados no chão. Mas, agora eu podia fazer aquilo sem nenhuma interrupção, era como uma terapia e me fazia relaxar, até mesmo me esqueci de que estava trabalhando. Uma pessoa havia chegado, mas eu nem sequer me importei, Yeri também estava na recepção, ela poderia muito bem atendê-lo.

— Seulgi, você pode atender pra mim? — perguntou, ficando ao meu lado.

— Por que você não atende? Estou ocupada agora.

— Bem, digamos que não sou a pessoa que ele quer ver... — soltou uma risada engraçada, me fazendo ficar curiosa.

Olhei para o balcão, me surpreendendo ao ver quem estava atrás dele, era simplesmente Park Jimin, me observando com uma expressão divertida. Eu arrumei minhas roupas rapidamente e passei as mãos pelo cabelo, tentando arrumar minha aparência, mas isso seria um pouco complicado sem uma bolsa de maquiagem e aparelhos de beleza. Sorri para ele me aproximando, sentindo meu coração bater mais forte ao vê-lo corresponder com um sorriso estonteante, ele conseguia me deixar debilitada somente com alguns olhares.

— Como vai, ursinha? — perguntou baixo, sorrindo aberto, fazendo seus olhos fecharem.

Fazia tanto tempo que eu não ouvia esse apelido sair de seus lábios, se a ideia dele era querer me deixar sem graça, tinha conseguido. Eu abaixei a cabeça envergonhada, me lembrando vagamente de quando tínhamos nos conhecido, foi a maneira mais peculiar de se conhecer uma pessoa, mas eu agradecia todos os dias por isso ter acontecido.

• • •

Andando pelos corredores, Seulgi fazia de tudo para que não fosse pega pelos funcionários da escola, teve a ideia de matar aula e ninguém conseguiria tirar isso de sua mente. Aquela não era a primeira vez, já havia feito aquilo antes sozinha e não ligava para a consequência de seus atos, somente queria se livrar da prisão, titulada como “ensino médio”. Enquanto estava no fundamental, a garota conseguia passar raspando pelas matérias, era difícil para ela se controlar e manter a atenção, tinha uma imensa vontade de viver intensamente.

Porém, isso não bastou para que ficasse no ensino médio, o que fazia a mesma ter até mesmo pesadelos. Uma vez, sonhou que estava sendo perseguida por um livro enorme de álgebra, enquanto sua professora ditava exercícios freneticamente e ela nunca se vía longe daquela tormento. A partir desse momento, percebeu que não conseguiria passar e seu futuro estaria acabado, tinha vergonha de si mesma, mas não suportava ter de fazer algo que não gostava.