Capítulo 11/Anne

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Estou no mercado, falando ao telefone com Joey em uma dúvida cruel entre suco de uva ou maracujá.

-Eu não sei amor, gosto de ambos -Respondo pela milésima vez.

-Maracujá e um vinho, lhe agrada?-Oh meu Deus, quem é esse? "Lhe agrada?" Joey nunca diria isso!

-Pra mim está perfeito

-Pode vim então, te espero ansioso.

Desligo o telefone e suspiro. Ele está aprontando alguma coisa.

Meu carro preto pode ser visto de longe, ele está imundo. Chego em casa cerca de 25 minutos depois que desliguei o telefone, a fila estava enorme.

-Joeeey! -Grito do lado de fora da porta, minhas mãos estão todas ocupadas com sacolas pesadas.

-Joeeeey! -Repito mas Joey não responde. Abro a porta enfurecida e todas as luzes estão apagadas.

Derrepende uma música começa a tocar, não qualquer música, aquela que toca antes dos filmes começarem e todos cantarolam.

-Oh! -Exclamo. Não aguento mais que 2 segundos encarando Joey e disparo a rir. -Joey o que é isso? -Estou rindo tanto que mal consigo pronunciar uma palavra. Ele está vestido de Superman.

-Não ria Anne! -Ele parece surpreso com as minhas risadas, logo sua expressão muda para confuso e depois ele parece um pouco mais irritado

-Des...CULPA -Eu praticamente cuspo a palavra "culpa" por que não segurei a risada. Tenho que parar de rir digo a mim mesma, mas por que não consigo? Disparo a rir novamente.

-Eu estou tentando fazer uma surpresa para você e você reage assim! -Ele parece furioso -Estou tentando ser romântico.

-Superman não é nada romântico -Digo -Na verdade, é engra...-Ele me interrompe.

-Foi um sonho da noite passada, esquece. -Ele diz desistindo e saindo com a capa da fantasia balançando.

-Talvez Claire goste do Superman -Ele diz tirando a capa.

OK, isso realmente mexeu comigo, bem mais do que eu gostaria.

-Continua brincando Joey -Eu digo em um tom de repressão. Já parei de rir.

-Vou adorar continuar -Ele diz me afrontando.

-Depois que a gente terminar de brincar disto -Aponto para a roupa dele e mexo a mão no ar -Você pode brincar de ficar solteiro.
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Joey ainda não está falando comigo, Mike me disse que ele se vestiu assim porque teve um sonho erótico comigo e ele estava vestido de Superman. Já pedi desculpas mas estamos nos estranhando, como eu pude rir? Ele só tentou ser romântico. A imagem dele vestido volta a minha cabeça e solto um risada abafada.

-Anne? -Mike me interrompe

-Oi -Respondo ainda rindo

-Vou sair com a Amélia e volto as 21:00 -Mike diz. Eu concordo com a cabeça.

-Mike! -Grito antes de ele sair da sala

-Hã? -Ele se virou para mim e volta andando em minha direção.

Eu preciso que Joey me perdoe, não sei como fazer isso mas acho que sair com ele já é um bom começo. Não posso me esquecer dos problemas da cede mas também não posso me esquecer da minha vida pessoal, do meu relacionamento.

-Podemos sair nós 4? Eu, você, Amélia e Joey? A noite?

-Podemos, claro. Vou avisar a Amélia. Aposto que ela vai adorar -Ele diz em um sorriso. -Joey é um ótimo homem Anne, não o perca.

-Não pretendo -Agora eu não rio, nem fico feliz, só de imaginar Joey me largando meu coração acelera.

Estamos brindando o encontro de casais. Encontro a mão de Joey em seu joelho e seguro firme, ele me olha e aperta nossas mãos agora intrelassadas, eu respiro fundo. Foi uma trégua.

-Então, vocês estão juntos a quando tempo? -Amélia diz logo após um gole em seu champagne.

-A quanto tempo amor? -Pergunto me virando para Joey

-Muito tempo, mas nem perto do tempo que eu quero continuar ao seu lado. -Uaaal, para quem estava bravo pela tarde, se comportar assim na noite realmente me é surpreendente.

Meu coração dispara, eu nem posso acreditar! Joey é muito fofo comigo, como um cara como ele pode ter visto algo em mim!?

-Eu te amo tanto -Falo como um desabafo

-Eu também te amo Anne -Agora Mike e Amélia olham para nós com olhares encantados. Percebo que Amélia está encostada em seu peito e eles também estão de mãos dadas.

-Vestido deslumbrante -Digo olhando para Amélia, mudando de assunto.

-Foi da minha mãe, eu o adoro -Ela olha para o próprio vestido e percebo um sorriso de leve em seu rosto, quase impossível de se ver.

-Foi? -Joey pergunta e eu aperto sua mão, como ele pode dizer isso? É claro que ela já deve ter morrido.

-Ela morreu quando eu tinha 16, foi difícil, ainda é. Nunca superamos.

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Terminamos a noite lá para as 23:00, estou elétrica e super animada, acho que foi o champagne.

-Adoro nossa cama -Joey já está deitado, esfregando os braços na cama de casal

-Eu também. Vou ver uma série, se importa? -Pergunto a ele.

-Não, qual?

-Supernatural -Eu amo supernatural!

-Se importa se eu ver contigo?

-Será um prazer -Aviso a ele.

Arrastamos o criado que fica ao lado da cama e colocamos o computador sob ele. Joey me segura e estamos deitados de conchinha. Eu respiro fundo lá para os 10 minutos do episódio. Não estou mais aguentando Joey me provocando. Ele morde o meu pescoço pela centésima vez e me aperta contra ele, pauso o episódio. Me viro e olho para ele.

-Não brinca com fogo -O repreendo.

Ele abre um pequeno sorriso e me beija. Sinto sua respiração quente em mim, meu coração dispara e eu o beijo, um beijo suave, não do tipo rápido ou quente, mas um beijo doce e calmo.

-Você quer?

-Shhhh -coloco o dedo em seus lábios, coloco uma perna no meio e outra em cima das pernas dele, nós nos encaramos por alguns segundos.

-Só quero ficar aqui, olhando para você e refletindo a sorte que eu tenho, sexo nenhum no mundo paga isso.

Fanfic da saga DivergenteOnde histórias criam vida. Descubra agora