Anne e Joey entraram primeiro, o porteiro que estou conversando agora é novo, ele disse que é obrigatório uniforme -exeto para as chefes, diretores e coordenadores- e que estão pensando em uma reforma na cede.
-Obrigado, e bom dia -Digo e ouço ele me desejar bom dia quando já estou longe. Anne e Joey estão andando no corredor, estranho, pelo tempo que demorei eles já deveriam estar nas suas salas. Ignoro e continuo a andar.
Chego a minha sala e logo vejo Luke.
-Luke?
-Eu mesmo. Pronto para a bomba do dia?
Eu ainda nem falei com a Amélia e já terei problemas para resolver, espero que seja algo pequeno.
-Diga -A semana nem começou e eu já estou desanimado.
-Revolta no lago -Oh, será que foi de madrugada?
-Continue
-Dois mortos e três feridos -Ele fala calmo, pausadamente -Um dos mortos foi uma criança.
-Porque a revolta? -Sempre quando crianças morrem é um problema, da ultima vez resolveram fazer um manifestação e alguns líderes da cede foram ameaçados, -Thomas e Alice- na época Anne e Joey não foram.
-Reclamaram dos picos de luz, a luz vai e vem. Houve uma briga entre dois caras e um esfaqueou o outro, dai começou a muvuca e no final deu nisso -Ele está esparramado na cadeira e me olha, sem expressão.
-Os pais da criança lamentaram muito, deram entrevista mas não nos culparam, disseram que a criança só for morta porque soltou da mão da mãe -Ele por fim termina a história. Claro que não seria nossa culpa, somos a segurança não os heróis.
-Você bebeu Luke? -Ele parece com o olhar vago, e a sala de comandos fede a bebida.
-Um pouco -Ele ainda deve estar chapado -Não dormi de ontem para hoje.
-Vai para casa -Digo a ele, tenho uma equipe de 15 pessoas, 10 armadas que ficam dia e noite a espera do meu comando e 5 nerds da computação que ficam de olho nos painéis e me avisam quando algo de estranho acontece. Toda a cidade é monitorada por câmeras, e os painéis mostram a imagem dessas câmeras.
-Obrigado chefe -Ele pega o casaco na cadeira, me da um breve abraço e sai fechando a porta.
As outras pessoas da sala me olham estranhando eu ter liberado Luke. Meu celular toca. É Amélia.
-Amor? -Saio da sala
-Oi amor, tudo bem?
-Melhor agora, e você? -Levanto o olhar quando alguém esbarra em mim.
-Desculpa -Uma loira dos olhos azuis me diz.
-Ok -Que mulher incrível, magra, 1.70 de altura e deve pesar uns 50 kg -Você é daqui?
Eu abaixei o telefone, ele está apoiado na minha coxa, a loira educadamente responde que sim, é daqui. Eu olho para ela hipnotizado, ela me olha do mesmo jeito e parece desconfortável, seus óculos pretos são Prada, consigo ler no cantinho.
-Um minuto -Peço a Amélia que me aguarda na linha -Te ligo depois.
Desligo o telefone e acompanho a loira até sua sala, seu nome é Haley.
-Então, o que te trouxe a cede? -Estamos no refeitório.
-Dinheiro -Ela ri -O salário é ótimo.
Concordo com cabeça.
-E você Mike, o que te trouxe a cede? -Minha irmã e meu cunhado.
-Você gostaria de ser um dos líderes? -Ela me pergunta passando o dedo na borda da sua xícara de café.
-Não -Anne diz que é tediante e toda a responsabilidade cai sob eles. -Ouvi falar que é chato.
Levando e estico a mão para Haley, ela segura e eu a ajudo a levantar do banco. Levo ela a sua sala, ela irá mexer com papelada, organizar e arquivar documentos.
-Boa sorte -Digo educadamente.
-Obrigada -Ela abre um sorrisinho e eu me viro, quero sair de perto dela antes que eu faça uma besteira.
Decido não comentar isso com ninguém, pego o meu telefone e ligo para Amélia, digo que uma mulher esbarrou comigo e que a ajudei, ela parece convencida.
Trombo com a Anne no corredor e tento disfarçar meu nervosismo, aquela Harley mexeu comigo.
-Ora, ora sr. Blunt -Ela zomba de mim.
-Você não deveria estar de uniforme? -Pergunto
-Líderes/Chefes e coordenadores não precisam -Ela deve se orgulhar muito de não ter de usar roupas tão feias -Você não precisa, e se precisar eu dou um jeitinho.
Ela pisca para mim e sai. Sei que Anne mexeria uns pauzinhos lá dentro para me ajudar, mas eu não preciso usar uniforme, sou um chefe e ela uma líder.
-Que orgulho de mim mesmo! -Falo baixinho.
-Orgulho de quê? -Amélia surge derrepente.
-De ter uma namorada tão linda -Beijo sua boca.
Minha cama é quente e confortável, vai ser difícil morar sozinho, hoje por exemplo Anne fez um frango assado com purê e estava delicioso. Eu não sei cozinhar nem comprar os melhores vinhos como Joey. Pego meu Batman que fica em uma das gavetas do meu guarda roupas e resolvo bater um papinho com ele, é algo que faço desde criança, sempre que quero desabafar eu converso com um boneco, um Batman.
-Estranho né? Só te procuro quando tenho problemas. Acha que é possível gostar de duas pessoas ao mesmo tempo? -O Batman não me responde, claro que não vai, mas é como se respondesse. Sempre que falo com ele eu acho respostas para os meus problemas, soluções fantásticas.
-É, talvez seja atração pela Harley, eu a conheci hoje, não posso gostar dela!
-Mike!? -É a voz de Anne
-Oi -Ela ouviu minha voz, devo ter falado alto.
-Está tudo bem? -Sua voz está próxima, ela deve estar detrás da porta.
-Sim, estou com Amélia no telefone -Minto para que ela vá embora.
Escuto os passos de Anne logo depois, ela foi embora. Bato mais um papinho com o Batman e decido que é hora de ir dormir. Mando um boa noite para Amélia por mensagem.
-Eu a Amélia, a Harley não é nada -Repito para mim mesmo antes de dormir, se preciso vou repetir mais 10 mil vezes até essa ideia entrar na minha cabeça.
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Fanfic da saga Divergente
FanfictionNão satisfeita com o final trágico do ultimo livro da saga Divergente eu resolvi reinventar um final, não qualquer final, um final épico. Afinal de contas, por que não!? Anne e Joey vivem em Chicago, eles tentam a todo o custo se acostumar a nova vi...