Fanfic da saga Divergente

Capítulo 1/ Anne

Acordar ao lado da pessoa que ama é uma das melhores sensações do mundo, e é assim que tem acontecido comigo desde a libertação. Confesso que fiquei um pouco confusa depois que o sistema de facções acabou, mas não é nada surpreendente que alguém fique perdido em uma situação dessas. O meu antigo mundo acabou, tudo o que eu conhecia era mentira. Essa cidade nova, essas pessoas, isso tudo parece muito mais que um planeta diferente, parece um novo universo. Aqui eu tenho perspectivas que eu nem imaginava poderem existir.

Joey me da um cheiro no pescoço e eu finjo acordar, fiquei o observando por mais de 10 minutos, sua beleza exterior é tão grande quanto a sua beleza interior, suspiro e viro para ele. Sou completamente apaixonada por esse homem, cada detalhe de seu rosto e corpo, me encantam de uma maneira extraordinária, eu consigo me perder em pensamentos só de o olhar nos olhos. Aqueles olhos azuis que escondem tantos segredos tristes.

-Bom dia - diz ele em um suspiro

-Bom dia Joey

-Dormiu bem?

-Impossível dormir mal ao seu lado - Respondo com um sorriso

Joey levanta e vai direto para o banheiro. E eu sonolenta vou em direção ao quarto do meu irmão

-Está na hora Mike

-Detesto essa frase - Responde ele seco, provavelmente me odiando por estar o acordando tão cedo.

Estamos na mesa comendo, todos entretidos com seus pratos, quando me dou conta que é mais um dia de trabalho e o horários a cumprir. Olho no relógio da parede da cozinha e rapidamente digo ao meu irmão:

-Já são 7:00 Mike, você está atrasado

-Vou pegar a guarda da noite, se importa Anne? - Diz Joey me interrompendo

Fico um pouco decepcionada mas tento não demonstrar, pegar guardas da noite é uma péssima ideia, perigoso demais.

Só nego com a cabeça, mentindo, e dou um sorriso de leve.

-Por que os revoltados não aceitam a ideia de que não existe mais o sistema de facções? Estou cansado de ter que ficar de olho neles por horas - Diz Mike, se comportando como um adolescente.

Ninguém responde, Joey só abre um sorriso de leve e se levanta, ele começa a juntar os pratos e eu o ajudo.

8:10 Eu chego a cede, 10 minutos de atraso não é muito, mas Alice me olha com uma cara de reprovação e aponta em direção ao relógio. Como pude me esquecer? Hoje tem reunião! É difícil ser um dos membros da cede, pelo menos tenho o Joey junto a mim.

-Desculpa Alice, dormimos muito - Diz ele calmo

-Tudo bem, vamos? - Ela responde apressada e sai em direção ao elevador. Já dentro do elevador sinto o braço de Joey me envolvendo e encosto em seu peito, lembro imediatamente porque dormi muito, os beijos de boa noite dele são os melhores.

Na sala de reunião, estamos todos os 5 chefes da cede, eu, Joey, Alice, Amélia e Thomas. Me sinto suja só de suspirar ao olhar para Thomas, seus olhos verdes são bonitos, mas com toda a certeza os olhos azuis do Joey são melhores.

-Sei que é muito complicado ser alguém da cede, principalmente um dos diretores, precisamos resolver algumas pendências como a energia. - Diz Amélia iniciando a reunião com o seu típico discurso de "vocês são importantes, então trabalhem direito".
Nós 5 temos direitos iguais no comando da cede, decidimos juntos o que fazer para solucionar diversos problemas da cidade, e em consequência, temos grande influência na aqui. Somos um comitê. Tomamos decisões que influenciam milhares de pessoas, e delegamos funções importantíssimas.

O resto da reunião foi o de sempre, muita conversa, muito debate, alguns suspiros de discórdia mas no final sempre acaba tudo bem, todos entramos em acordo.

No caminho de volta a minha sala meu telefone toca. É Mike, atendo sem nem pensar muito.

-Alô

- Anne rápido, aciona os guardas da cede, está tendo uma pequena revolta aqui na ponte!

Ouço um tiro, a voz de Mike parece sumir, confiro na tela do celular para ver se a chamada havia caído. Não, ele continua lá, mas em silêncio.

-Mike, Mike, Mike, Mike por favor - Digo sentindo uma agonia no meu peito. Forte como o desespero.

-Estou bem, calma

Suspiro aliviada.

-Saia deste lugar, imediatamente -Falo com uma voz brava

-Eu posso ajudar os feridos, sou bom nisso, calma -Ele tenta me tranquilizar. O admiro por um segundo, por tentar me passar o ar de responsável.

-Não ouse me desobedecer Mike! -  Grito com raiva, voltando minha atenção ao perigo que ele está correndo.

-Você nunca muda - Responde ele com calma. Entendi o que ele quis dizer, insinuou que sou mandona, e talvez eu seja, mas é apenas para protege-lo. Ele desliga o telefone. Boquiaberta com tamanha rebeldia eu saio andando rápido em direção a sala de segurança, dou o aviso que os rebeldes estão dando problemas e eles saem as pressas. Vejo Joey na porta me olhando com cara de perdido, sabia que algo estava acontecendo mas continuava calmo. Eu o invejava por tamanho controle emocional.