Capítulo 34/Mike

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Joey me pede uma calça emprestada mas meu número não serve nele, já sabia que isso iria acontecer.
Perco meu horário de almoço focado em resolver alguns problemas no trabalho, pelo menos isso eu consigo, manter tudo em ordem no trabalho. Agora sou amigo de Harley e Hayley, só percebi agora que quando trombei com uma delas, a primeira foi a Hayley, ela até chegou a se apresentar como Hayley, mas os nomes são tão parecidos que eu nem percebi que "ela" mudou para Harley depois. Eu sempre demorando para entender tudo.
Amélia me ligou a uns 5 minutos perguntando se eu estava com fome, mas eu não estou, meu estômago apenas dói. Não vou comer sem fome. Confirmo a reunião sexta com a Anne e chamo a Amélia para jantar fora.... Opa, não apenas Amélia, nosso bebê também...

-Gostou do macarrão? -Amélia me pergunta
-Adorei, estava delicioso -Sorrio satisfeito -Deveríamos agradecer ao chefe pessoalmente
Ela concorda com com a cabeça terminando o jantar.
-Estava pensando em alguns nomes... -Digo
-Logo você Mike? Achei que não gostasse desse tipo de coisa... Melosa -Ela diz surpresa levando a última garfada de macarrão. O garçon chega imediatamente com o cardápio de sobremesa e o chefe logo atrás para receber os devidos elogios pelo macarrão, como sempre bato um rápido papo com ele, tempo apenas para 3 perguntas antes que ele seja solicitado na cozinha, um italiano barrigudo com um sotaque engraçado. Amélia comenta todas essas qualidades/defeitos enquanto aguardamos a sobremesa.
-Pensei em Carla -Retorno ao assunto dos nomes.
-Comum demais -Retruca Amélia
-Joelma? -Torno a opinar
Ela balança a cabeça negativamente bebendo água na sua taça transparente. O ambiente ao redor não me da inspiração, pessoas sorrindo, outras falando em alto tom, algumas em silêncio e os músicos sendo totalmente ignorados.
-Carly -Ela sugere
-Carly. Eu confirmo.
E se for homem? Surge a questão na minha cabeça.
-E Damon? -Ela pergunta para mim.
-Não -Damon é estranho.
-Ainda temos muito tempo pra decidir -Ela bate de leve na barriga
-Com certeza, né Carly? -Brinco dizendo isso olhando para a sua barriga, que praticamente não cresceu. Um sorriso cativante aparece no rosto da Amélia.

Ao longo da semana a parede que havia caído foi reconstruída muito mais resistente, eu mesmo me encarreguei de cuidar de boa parte da decoração e da parte pesada da reforma, somente a afiação que não faz o meu tipo, não sei mexer com fios. Nesta semana fiquei encarregado também de reservar as passagens e o hotel no Brasil para o Joey, Anne e mais 2 pessoas, tive que mudar todas as datas das passagens e das hospedagens, ou seja, cancelar tudo e comprar tudo de novo... Uma super trabalheira. Morro de curiosidade para saber quem são as duas pessoas que irão com eles.
Ligo para Anne para avisar que já fiz tudo como pedido. Torço mentalmente para que ela não peça mais nada até o fim do meu expediente.
Chego no meu apartamento já bem organizado e paro na porta, estranho tentar me imaginar como pai, Anne que é mais velha praticamente nunca toca no assunto de engravidar. Amélia sai do quarto com uma camisola de cetim de cupcakes rosa e uma pantufa encardida de coelho, rosa também.
-Não vai entrar, amor?
Não consigo sair do meu transe e continuo a me imaginar, imaginar Amélia com um bebê no colo, e começo a me lembrar dos meus tempos antigos, facções, roupas, me lembro de muitos rostos mas não de seus nomes, só pessoas que serviram para preencher espaços da minha vida. Melhores amigos que nunca mais vou rever, professores que nunca vou poder agradecer, pessoas e mais pessoas.
-Desculpa amor -Entro e fecho a porta, trancando e me dirigindo ao meu quarto.
-O que você tem? -Amélia entra um pouco depois com um copo de suco de uva na mão para mim, me entregando.
O suco desce na minha garganta ardendo, deve ser um desses sucos orgânicos fortes, que custam uma fortuna, mas Amélia faz questão de comprar, principalmente no seu período de gestação. 9 meses é o suficiente para me falir?
-Nada, só estou pensativo.
Mais alguns assuntos passam na minha cabeça.
-Você quer se casar? -Pergunto a ela.
-Não grávida de 7 meses.
Rio, e tento entender se ela quer se casar antes ou depois de ter o bebê, novamente me perco em meus pensamentos.
-Você não está muito bem hoje -Ela diz sem uma entonação na qual eu possa saber se é uma pergunta ou uma afirmação. Apenas concordo com a cabeça e digo que é dor de cabeça, desculpa que a Anne usa desde criança quando não quer conversar ou explicar nada.

O dia amanhece quente, queria poder trabalhar de bermuda. O posto de gasolina está cheio, e Amélia não para de falar sobre tudo o que faz mal a gestantes, parece até que ela está de 9 meses. Fico preocupado em me imaginar aguentando as suas maluquices e disparo a rir.
-O que tem graça? Você acha que é legal ficar fazendo xixi o tempo todo? -Ela diz indignada, parecendo uma adolescente em crise.
Disparo a rir novamente e a beijo antes de sairmos do posto com o tanque cheio.
Sorriso no rosto a manhã inteira, Luke está namorando e só sabe falar dessa tal garota. Já tive uma cadela com o nome dela, mas preferi não comentar. Quem sabe em uma oportunidade eu não diga...
Espero preocupado e levemente ansioso para a reunião que Anne marcou a tempos, será sobre o que? Será que eles vão se casar? Joey não comentou nada. O expediente passa demorado, e agradeço no final do dia por não ter tido muito trabalho, apenas uma ocorrência demorada. Tomo um banho quente e bem demorado, Amélia manda eu ir na frente para o apartamento de Anne e Joey, e eu obedeço, estou treinando para ser um bom e obediente marido a ela. Quem sabe em pouco tempo eu não seja?

Fanfic da saga DivergenteOnde histórias criam vida. Descubra agora