Os irmãos de Joey vão embora hoje, acho que sentirei saudades da Jody cozinhando no meu lugar e me ouvindo reclamar da vida.
-Sem choro Jody, você pode voltar quando quiser -Joey abraça a irmã -Em breve nos veremos, lembra?
Ele pisca para ela e ela cai no choro, deve ser difícil ficar longe de quem você ama, sou grata por ter Joey e Mike próximos a mim.
-Espero que da próxima que a gente se ver você sorria -Digo a Josh, ele sempre calado. Será timidez?
Deixamos os dois no aeroporto e partimos de volta para o nosso apartamento, cansados de carregar tantas malas, Jody fez muitas compras.
-Meus ombros estão doloridos -Digo a Joey.
-Fraca -Ele ri e me belisca fraquinho.
Ele fixa os olhos em mim e me encara firme, eu sou completamente apaixonada por esse olhar, ele me diz tudo o que eu preciso saber. Abro o vidro sem tirar os olhos dos olhos dele.
-Olha para a frente, você está dirigindo -Desvio o meu olhar para que ele volte a concentração para a estrada, é um sábado frio. O vento gelado bate em mim e eu respiro fundo, tão feliz e tão calma.
-Estava pensando em ir ao mercado, vai comigo amor?
-Vamos demorar? -Pergunto, paramos em uma rua quando ele se lembrou que tem de fazer compras.
-Não, por favor Anne, vaaaaaaai -Ele me pede de um jeito que é impossível negar. Uma mão no volante e outra na minha bocheca esquerda, ele sempre me segura assim quando vai me beijar.
-Vamos -Respondo. Ele está me encarando daquele jeito de novo. Resista Anne.
Não resisto, retiro o meu cinto de segurança o mais rápido possível e pulo em cima dele, o joguinho acabou Joey. Iniciamos uma squência de beijos frenética, cheia de calor e desejo.
-Você perdeu -Ele diz -Não resistiu aos meus olhares.
Por que ele me parou de beijar? Só para dizer que ganhou um joguinho de sedução?
-Quando se trata de você, eu nunca perco. Minha frase foi épica, vou até anotar -Adoro estragar momentos como esse dizendo essas coisas divertidas.
-Te amo -Ele diz
-Eu te amo mais, muito mais -É a mais pura verdade.-O que falta? -Joey me pergunta empurrando o carrinho cheio.
-Camisinhas -Respondo olhando para a lista de compras na minha mão, esse item não está na lista.
Rimos muito e vamos para o caixa pagar tudo.
O flanelinha parece um sem facção, todo sujo, ele ajuda a colocar as compras no porta malas do carro e lhe entregamos algumas moedas.
-Você realmente gosta dessa cidade? -De novo esse papo, Joey está me estressando com essas perguntas
-Chicago? -Me faço de boba.
Ele concorda com a cabeça e eu também -para indicar que gosto de Chicago-.
-E Vegas? -Ele me pergunta
-Brasil -Respondo, estamos nos comunicando apenas por gestos e pequenas frases, como estranhos mas a minutos atrás eu estava em cima dele em um carro no meio rua, as vezes parecemos tão próximos e tão distantes.
-Minha TPM está vindo -Digo a Joey
-Estou ferrado -Ele ri e eu também.
-Comprou sorvete né? -Ele cai em uma gargalhada com a minha pergunta.
-Sim, e chocolate também -Rimos mais, até o meu celular tocar.
-Alô? -O número não é identificado.
-Alô, Anne? -Essa voz é conhecida.
-Eu mesma, quem gostaria? -Pensa Anne, de quem é essa voz?
-Kamaella
Respiro fundo.
-Podemos tomar um café? -Ela me pergunta.
-Amanhã, passa na minha casa umas 14:30, você deve ter o endereço na minha ficha médica.
-Sim, tenho. Obrigada -Ela sempre é simpática, dessa vez me pareceu preocupada e séria.
-Nos vemos em breve, beijos -Digo o mais educada e suave possível.
Ela desliga sem me responder mais nada.
-Quem era? -Joey me olha, ele sempre me olha quando vai falar, mesmo dirigindo.
-Kamaella.
Ele não fala mais nada até chegarmos em casa, guardamos tudo calados, um clima estranho.
Vou tomar um banho, estou muito cansada, mas cansada de quê? Não fiz nada além de ir ao aeroporto e ao mercado. Depois de guardar tudo vou direto para o banheiro, tomar banho.
-Joey -Minha voz não sai, a água quente é relaxante e tentadora, meus olhos estão se fechando mas sei que não posso fecha-los.
-Joey! -Dessa vez minha voz sai fraquinha, quase um sussurro.
Caio no chão, consigo ver o teto do banheiro e sentir a água quente nas minhas pernas.Acordo com frio, estou de toalha na cama, isso me lembra a uns dias atrás, quando dormi após o banho. Não me lembro de nada. Tento me levantar mas estou fraca, não tenho controle absoluto em minhas pernas, é como se elas estivessem dormentes. Espero alguns segundos para sentar na cama, onde está Joey? Eu preciso dele aqui, do meu lado.
-Amor -Minha voz sai baixa, limpo minha garganta e grito de novo, dessa vez mais alto.
Dessa vez ele vem, ele aparece na porta com rapidez e logo senta na minha frente em cima da cama.
-Outro desmaio Anne, isso está ficando sério.
Não tenho o que falar, sei que esse poço é mais fundo do que parece. Minha saúde deve estar uma merda.
-Não tomei os remédios -Lembro em voz alta. Levanto da cama deixando Joey sozinho, olhando para a parede.
-Deve ter sido isso -Volto instantes depois com 5 comprimidos na mão e um copo d' água.
Estou tomando muitos remédios por contra a anemia, ferro, cálcio, e mais um monte que eu não lembro.
-Anemia né? Você vai começar a comer fígado batido no liquidificador com feijão. Sem discutir -Dessa vez ele que se levanta e sai, me deixando paralisada. Sei que tenho de comer isso para melhorar, e se isso for o necessário eu o farei.
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Fanfic da saga Divergente
FanfictionNão satisfeita com o final trágico do ultimo livro da saga Divergente eu resolvi reinventar um final, não qualquer final, um final épico. Afinal de contas, por que não!? Anne e Joey vivem em Chicago, eles tentam a todo o custo se acostumar a nova vi...