Capítulo 28/ Mike

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O despertador toca e eu acordo as 6:15, Amélia também acorda mas pede mais 5 minutos para dormir, ontem a noite a festa foi boa, levanto e vou direto tomar banho, água quente para relaxar.
-Vamos tomar café fora? -Pergunto enquanto ela ainda está deitada.
-Vamos, é melhor -Ela senta na cama semi nua -Posso te perguntar algo?
Paro de abotoar a minha camisa e sento na cama, sei que ela quer conversar.
-Pode dizer amor
-Por que você disse a Joey que tínhamos terminado?
-Como você sabe que disse isso? -Ela estava no andar de cima e não tinha como escutar nada porque a música estava alta.
-Não muda de assunto! -Ela fala paciente.
-Eu estava desesperado! Depois daquele dia você não atendia minhas ligações, não respondia minhas mensagens! -Eu levanto para falar.
Uma estranha pausa na conversa antes de ela falar:
-Nunca poderíamos nos separar Mike, nem se eu quisesse -Ela fala triste, olhando fixamente para mim.
Não estou entendo nada.
-Estou grávida
Abro a boca surpreso e dentro de mim estou a decidir se isso é bom ou ruim. Lágrimas vem aos meus olhos sem eu querer e eu não consigo falar nada.
-O que? -Pergunto para ter certeza.
-Estou grávida, você vai ser pai -Ela senta na cama sorrindo de felicidade.
-Ai meu Deus! -Agora eu grito. Por que estou feliz?! Não sei! -Vou ser pai!
Me a próximo dela na cama e lhe dou as mãos para ela levantar.
-Você é tudo para mim Amélia -Minhas palavras foram as mais sinceras do universo.
-Vocês são tudo para mim -Ela diz e eu demoro um tempo para entender porquê está no plural.

Depois da nossa comemoração vamos para o trabalho, eu não posso mais faltar porque acabei de sair de um feriado.
-Quer ajuda para sair do carro? -Pergunto enquanto Amélia abre a porta para descer. Chegamos a cede.
-Eu to grávida Mike, não deficiente -Será que essa mudança de humor também é coisa de grávida?
-Ok, mas se precisar é só me avisar -Eu não quero que ela se machuque muito menos nosso bebê.
-Precisamos pensar em um nome -Digo a ela.
-Estou grávida de 3 semanas Mike, nem sei o sexo do bebê.
Eu concordo com a cabeça, ainda nem sabemos se é menino ou menina, é que eu estou super empolgado, vou ser pai! Mesmo quando eu morrer uma parte minha vai ficar no mundo, meu sangue e meu DNA vão correr em outras veias, isso é fantástico!
-E se forem gêmeos? -Pergunto a Amélia.
-Mike! Calma! -Ela parece meio nervosa -Vamos devagar amor, não conte pro Joey.
-E para a Anne?
-Ela já sabe.
Como assim Anne já sabia de tudo e não me contou?
-Não fica bravo amor, aquelas roupas não eram para um chá de bebê, Anne comprou uns presentes e antes de me entregar aconteceu tudo aquilo...
-Espera, você tomou suco de maçã aquele dia, está usando roupas mais largas, não estava bebendo porquê está grávida?! -Tudo faz sentido para mim agora.
Ela concorda com a cabeça rindo e entra na sua sala, hoje ela está vestida com um vestido preto coladinho e um salto baixo elegante, cabelos castanhos recém pintado amarrados em um rabo de cavalo.
-Bom trabalho -Desejo a Amélia -Para os dois.
-Bom trabalho para você também amor -Ela me beija e entra na sala fechando a porta.
Meu coração ainda acelera quando eu a beijo. É uma sensação única, mesmo depois de tanto tempo os seus toques ainda me causam arrepios e frio na barriga.
Vou para a minha sala e envio uma mensagem a Anne dizendo que já sei de tudo e desejando um bom dia a ela e a Joey. Pego uns papéis e uma caneta e começo a fazer uns cálculos de quanto custa ter um filho. Um adiantamento, sai caro.
-Bom dia chefe -Luke me deseja.
-Bom dia mano -Retribuo
-Você deveria estar trabalhando não? Por que está fazendo calculos? Quer mudar para a contabilidade?
-Não idiota -Sei que ele está brincando -Seu perfume é bom, Paco Rabanne?
-Sim, porquê?
-Eu também tenho um, tenho uma novidade -Digo já abrindo um sorriso -Vou ser pai.
-Parabéns mano! -Ele levanta e vem me abraçar, eu que estava sentado também levanto para abraça-lo.
Conversamos mais um pouco e eu termino meus cálculos, um filho sai caro mas eu tenho condições de ter até 3. Ligo para Amélia.
-E se forem trigêmeos?
Ela solta uma risada
-Para de paranóia você está ficando doido.
-Doido por vocês, doido pela minha família.
-Eu vou chorar -A voz dela muda de tom no celular.
-Não chora amor, trabalha, um filho sai caro.
-Ou uma filha.
-Ou uma filha -Digo ao desligar, e se tivermos uma filha? Não tinha parado para pensar nisso. Eu quero um filho, já existem muitas mulheres na minha vida.
-Novidades chefe -Luke volta para a sala. Ontem uma senhora morreu na beira do lago, e com mais essa morte fechamos março com 10 mortes.
-Um recorde -Paro pensativo, muitas mortes para um mês.
-Os diretores e outros chefes vão perguntar o que aconteceu, a população está ficando revoltada com tantas mortes.
Franzo a sobrancelha. O espírito de calma e felicidade que me tomava por inteiro foi embora, eu não posso ser demitido, vou ter que inventar uma desculpa a Anne.
Convoco uma reunião com os 5 chefes principais da cede.
30 minutos depois todos estão na sala de reuniões.
-Mike -Anne me puxa para o lado branco da sala -O que você está fazendo? Por que uma reunião?
-Sentem-se todos -Ordeno calmo me soltando da Anne.
-Veio falar sobre as mortes? -Alice pergunta.
Afirmo com a cabeça
-Tivemos 10 mortes esse mês, isso é muito mais que o normal, a segurança está sendo reforçada ao máximo para que isso não volte a acontecer -Todos me encaram fixamente, pela primeira vez em muito tempo me sinto intimidado, Thomas tem um olhar assustador, Anne está atenta a cada palavra minha, Alice está esperando qualquer erro meu para me corrigir e Joey parece distante, são cinco pessoas da cede principal, está faltando alguém.

Fanfic da saga DivergenteOnde histórias criam vida. Descubra agora