Capítulo 33/Joey

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Anne está com os olhos inchados, provavelmente chorou hoje cedo, me sirvo no selfie service e me sento ao lado dela.
-O que aconteceu?
-Claire, depois te falo -Ela mexe a salada sem animação no prato.
Me preparo para morder o tomate vermelho no meu prato que parece apetitoso porém resolvo utilizar uma tática que li um dia desses em uma revista, fazer um elogio a uma mulher para melhorar sua auto estima, Anne parece desapontada.
-Legal a calça rasgada -Aponto para a coxa dela.
-É moda -Ela sorri e começa a comer.
Depois de já estar na metade do prato falo logo o que Mike me contou sobre Harley e Hayley, Anne para a minha surpresa não parece chocada. O telefone dela toca.
-Olá sr. Russue -Ela diz com um breve sorriso no rosto.
O advogado da empresa? Antes que ela me permita qualquer pergunta ela se levanta e sai. Não basta ter que almoçar no refeitório da cede, o telefone ainda tem que tocar durante o almoço. Odeio a comida desse lugar, o clima é desagradável e as pessoas grossas.
Ela volta instantes depois.
-Trabalho. Desculpa -Ela me da umas das mãos e aperta forte se sentando novamente a mesa.

Muitos papéis para ler e assinar, começo com a papelada sobre a falta de energia. Problema resolvido gracas a Mike e suas idéias geniosas. Minha irmã me liga por volta das 14:00 PM uma conversa breve e informativa. A saudade bate forte ao ouvir a voz dela, quem sabe depois do Brasil uma viajem para Vegas? Ia ser o máximo!
Oh Deus, como é bom ter dinheiro.
-Falando sozinho? -Luke entra na sala. Ele é uma amigo de Mike, trabalha na cede a muito tempo, desde a libertação.
-Pensando alto -Digo rápido levantando as sobrancelhas.
-Mike pediu para entregar isso, o advogado colocou na mesa dele, mas era pra Anne, deve ter sido o sobrenome que ele confundiu.
Concordo com a cabeça e guardo em uma das minhas gavetas. Não é da minha conta o que está escrito, mas a curiosidade está me matando.
Abro a gaveta e encaro o envelope.
-Vamos Joey, abra! -Digo para mim mesmo.
-Não é da sua conta! -Me convenço a não abrir. -Deve ser apenas documentos, veio do advogado da empresa...
Esqueço e volto a me concentrar no trabalho. Reunião em 20 minutos.
Chata e demorada a reunião passa logo. Problemas e mais problemas, eles me perseguem. Uma mensagem de Anne informa que precisamos conversar, outra de Mike informa problemas na gravidez de Amélia.

O cansaço me toma por completo logo ao voltar da academia quando entro no apartamento e me deparo com cerca de 20 mulheres espalhadas pela sala. Amélia tagarela no centro, fazendo um discurso de agradecimento à todas as mulheres ali presentes. Me lembro vagamente do meu pai na abnegação discursando como se fosse um rei prestes a salvar todos. Pura baboseira. Aceno para as mulheres que estão na sala, mas elas parecem fixa na minha roupa suada e colada no meu corpo, me orgulho do meu abdômen definido. Passo direto para meu quarto, pego uma toalha limpa e começo a tirar minhas roupas quando a porta do quarto abre, me assutei à toa, é Anne. Fico surpreso em vê-la em casa, porque não a vi na sala.
-Boa noite amor -Ela diz doce como sempre
-Boa noite
-Chegou tarde hoje -Anne entra fechando a porta
-Academia -Retiro minhas meias sujas e me aproximo dela para beija-la -O que é aquilo?
Me refiro aquela gigantesca bagunça na sala, Amélia comprou um apartamento aqui no condomínio, não faz sentido ela fazer uma mini festa no meu apartamento.
-Minha cunhada passou mal durante a manhã e a casa dela está em reforma graças a uma parede que caiu do nada, inclusive ela passou mal porque se assustou, estava sozinha em casa...
Tudo começa a fazer sentido
-E as 200 mulheres na sala? -Exagero na quantidade
-Uma amiga ligou pra outra, e todas ficaram preocupadas...
Entro no banheiro e ligo o chuveiro para esquentar, volto para o quarto e a Anne está sentada na cama vestindo um lindo vestido branco e preto da altura dos joelhos e um salto agulha de uns 12 centímetros preto com spikes no calcanhar. Uma pulseira prata que eu mesmo comprei completa o visual formal em um corpo escultural. Eu amo essa mulher.
-O que você queria mesmo comigo durante a tarde? -Recobro meus pensamentos.
-Depois a gente conversa sobre isso -Ela me da um beijo breve e sai do quarto.
Água fria nas minhas coxas doloridas da musculação de hoje. Deito com fome porque não quero passar pela sala para pegar comida, provavelmente vergonha e cansaço. Adormeço em pensamentos sobre academia e suplementos, contas e prejuízos, conversas e mensagens de texto.

Acordo cedo, mas me levanto da cama tarde, para variar quase atrasado, Anne não se deitou comigo pelo jeito. Nem tomo banho hoje, apenas me visto e vou ao banheiro para terminar de me arrumar, faço a barba de forma demorada, mas fica perfeita, exceto pelo corte no meu queixo, ainda sangra um pouco.
Inovando como sempre Anne marca uma reunião para sexta a noite, e tomamos café da manhã no MC Donalds, como sempre chegamos super atrasados na cede.
A porta de madeira grande da minha sala imperra, e a chave fica presa, forço o máximo que posso até a porta abrir de uma vez. Alívio ao entrar na minha sala, um breve ódio da faxineira do andar bate em mim, ela deve ter molhado a madeira e agora está podre, com certeza não foi a primeira vez que ela fez isso. Me sento na cadeira e sinto minha calça molhar.
-DROGA! -Berro alto, irritado.

Fanfic da saga DivergenteOnde histórias criam vida. Descubra agora