Capítulo 31

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              Ela suspirava.

             Desta vez, colocara o vestido esmeralda de princesa que se encontrava no fundo do armário. A cor era exatamente a mesma de Slytherin, com fios de prata a brilharem por entre as camadas de tecido verde-esmeralda que lhe caía em ondas pelo corpo abaixo. Ao contrário do vestido negro que vestira alguns dias antes, este arrojava pelo chão, deixando-a majestosa e extremamente agradecida a Meredith por tê-la ensinado a usar saltos altos o suficiente para não pisar a cauda daquele vestido. Os cabelos cor de fogo permaneciam soltos, os olhos safira opacos e sem vida fitando o seu próprio reflexo, os seus lábios finos e vermelhos suspirando de alívio e terror.

           Iria finalmente sair daquele quarto.

           Os motivos porque isso iria acontecer não eram os ideais, visto ter de alegadamente se unir a Voldemort para que isso acontecesse, mas a esperança de sentir a brisa lá fora e o calor do Sol a beijar-lhe a pele como há muito tempo não sentia dava-lhe forças para continuar.

          Quando a porta se abriu, Laurel sentiu a pele arrepiar-se, a presença do Lord das Trevas gélida como sempre.

        Com um sorriso distorcido no seu rosto de boneca, a ruiva segurou a barra do seu vestido e inclinou-se ligeiramente, numa vénia que nada mais era do que uma mistura de deboche e seriedade.

- Milord.

       Os olhos cor de sangue de Voldemort analisaram-na, o manto negro arrastando-se pelo chão. As mãos ossudas puxaram-lhe o braço, o rosto de serpente demasiado perto dela, as narinas salientes inspirando-lhe o odor feminino a jasmim.

- Pronta para te renderes a mim?

        Laurel sorriu, fria, cruel, debochada. Os seus olhos safira brilharam, o azul substituído rapidamente pelo mesmo vermelho-sangue que a fitava a ela. Inclinou a cabeça, fitando Voldemort como se de uma presa se tratasse.

- Eu não me rendo, Milord. Achas que te entregava o teu poder de volta assim sem mais nem menos? - a ruiva abanou a cabeça, soltando uma risada - Eu quero fazer parte. Aliás, eu quero fazer a única coisa que tu não podes em troca de me deixares a mim e aos meus em paz.

        O homem que de humano nada tinha estreitou os olhos, intrigado.

- Que é?

- Não é óbvio? Pensei que fosses mais inteligente...

          Voldemort rosnou, apertando-lhe o braço. Junto dos seus pés, Nagini sibilou, o seu corpo roçando-se no vestido de Laurel, num claro sinal de aviso. Quando esta sequer pestanejou, Voldemort soltou-a, a raiva faiscando na sua expressão.

- Não me testes, Ravenclaw.

- Não tenho medo de ti, Voldemort. Colabora comigo e saímos os dois a ganhar. O Herdeiro de Slytherin e a Herdeira de Ravenclaw, juntos... Não era isso que querias? - Laurel ergueu o queixo, desafiando-o - Tu não podes matar o Harry, nem mesmo com a Varinha de Sabugueiro.

- Mentirosa!

              Com brusquidão, o Senhor das Trevas soltou-a, fitando-a. Num movimento subtil, alcançou a varinha que jazia escondida no interior do seu manto, a varinha que Laurel tantas vezes vira nas mãos de Dumbledore, a varinha que Voldemort roubara do seu túmulo.

        A Varinha que nunca lhe obedeceria.

- Se essa é a tua tentativa idiota de me impedir de saquear o túmulo do teu querido avô, chegaste tarde. - o feiticeiro ergueu o braço, cravando a ponta da sua nova varinha no peito de Laurel, que mordeu o lábio inferior para impedir-se a si mesma de gemer de dor - A Varinha de Sabugueiro é minha, Laurel Ravenclaw, e ela dar-me-á o poder para matar o Potter. Só preciso da minha magia de volta para me tornar completo...

RUBY [4]⚡ HP ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora