Capítulo 34

42 7 6
                                    

         Ela fitava o castelo com emoção.

        Pura energia protegia Hogwarts dos seus inimigos. Lá dentro, Laurel podia ver as estátuas ganharem vida e dirigirem-se a cada canto do castelo, possuídas por um feitiço que Dumbledore lhes lançara, na eventualidade de estarem sob ataque. Um homem inteligente, sempre o fora.

         Laurel fechou os olhos por breves instantes, ignorando a tensão e o entusiasmo que os Devoradores da Morte partilhavam entre si. O seu coração acelerou ao sentir a presença de Harry e de Ashley lá dentro, as lágrimas subindo-lhe aos olhos. Tinha tantas saudades deles, da sua família. Do seu pai adotivo, de Meredith, de Hermione. Depois de meses trancada e sozinha, tudo o que desejava era correr pela colina abaixo e abraçar cada um deles, sem nunca mais os soltar.

         Infelizmente, não podia.

         Um aperto no peito e o fogo nas suas veias fê-la ranger os dentes, à medida que Voldemort lhe sugava a Magia Negra dentro dela. A sua expressão era assassina e cruel, a boca abrindo-se para que as palavras magicamente amplificadas soassem por todo o lado:

- Sei que se estão a preparar para lutar. - afirmou, os olhos cor de sangue fixos no castelo onde também ele crescera - Os vossos esforços são inúteis. Não podem lutar contra mim. Não quero matar-vos. Tenho o maior respeito pelos professores de Hogwarts. Não quero derramar sangue mágico.

          Voldemort fez uma pausa. Aos seus pés, Nagini sibilou. Laurel cerrou os punhos, tentando a custo engolir as emoções e manter o Encantamento que ludibriava Voldemort para que ele achasse que ela estava a ser controlada. Pensara que seria mais fácil; subestimara a sua própria capacidade para sentir.

- Entreguem-me o Harry Potter. - ordenou o Senhor das Trevas - E ninguém ficará ferido. Entreguem-me o Harry Potter, e deixarei a escola intacta. Entreguem-me o Harry Potter, e serão recompensados.

      "Têm até à meia-noite"

        Laurel estremeceu, cerrando os punhos. O movimento foi suficientemente abrupto para Voldemort notar, o rosto de serpente aproximando-se do dela, como um predador observando a sua presa.

        A jovem fitou-o, apática. Estava quase lá. Conseguira sair do quarto, fizera Voldemort confiar nela o suficiente para estar ali, livre, longe daquele quarto onde quase enlouquecera.

       Ela só precisava ludibriá-lo mais alguns minutos, até entrar no castelo.

- Vai. - ordenou a criatura, a voz gélida arrepiando-lhe os pêlos da nuca - Traz-me o Potter. Quero que o mates, sim, mas à minha frente.

         A Ravenclaw assentiu, embora por dentro gritasse. Aquela cobra traiçoeira dera-lhes um prazo sem sequer ter o intuito de o cumprir. Não tinha honra? Orgulho?

       Que raio de Herdeiro de Slytherin ele era?

- Sim, Milord.

         Baixou a cabeça, numa vénia. Pelo canto do olho, notou uma figura feminina encará-la com aflição, as mãos agarradas ao peito. Os olhos de Narcissa buscaram os dela, vermelhos de choro e angústia.

        Os lábios finos abriram-se, as palavras saindo sem som, causando um impacto em Laurel que ela não precisava naquele momento.

        "Draco está lá dentro."

- Estás à espera do quê? - questionou Voldemort, intrigado - Entra lá dentro e traz-me o Potter. Sei que consegues Aparatar dentro do castelo, és a neta de Dumbledore e ele deu-te essa permissão. Obedece ao teu Mestre, Ravenclaw, antes que eu perca a paciência.

RUBY [4]⚡ HP ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora