Capítulo 39

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      O leão enjaulado dentro de si estava finalmente livre e Laurel nunca se sentira tão bem.

      Desde que nascera que procurava controlar a sua magia, o perigo de perder o controlo e magoar alguém assombrando-a constantemente. A habilidade de fazer magia com as mãos era intrínseca, a única força que não conseguia controlar. Perdera a conta quantas varinhas se tinham partido ao longo dos anos por sequer tentar usá-las.

      Agora, ela tinha o controlo simplesmente por aceitar quem era e o que era.

       Havia relâmpagos. Havia vento. Havia labaredas azuis a consumir quem lhes tocava. Havia raios vermelhos nas suas mãos. Havia Magia Negra a levitá-la.

      Havia poder.

     Do outro lado do fio, podia sentir a raiva de Voldemort borbulhar. Perceber que ela o ludibriara e o enganara aterrorizava-o mais do que gostaria de admitir, a perceção de que não era tão omnipotente como julgara enchendo-o de ódio pela Ravenclaw. Depois, o uso da Magia Negra contra si. Contra o seu exército. Aquela magia era sua, aquele poder era o seu e Laurel usava-o a seu belo prazer, esfregando-lhe na cara quão insignificante ele era.

       Os Devoradores da Morte temiam-na. O olhar aterrorizado era visível na maioria deles, o facto de voar como o seu Mestre assustando-os. Os gigantes tombavam à medida que os relâmpagos que ela invocava os atingia, os seus gruinhos de dor soando por cima dos gritos de feiticeiros e lobisomens.

       Laurel pousou no chão, os olhos desiguais faiscando. Perto de si, Nymphadora Tonks lutava agilmente com Yaxley, a Auror claramente mais hábil na arte do duelo do que o Devorador da Morte. Ainda assim, a Ravenclaw estava irritada, atirando Yaxley para longe com um girar da sua mão.

- O que fazes aqui?! - questionou a ruiva, caminhando a passos largos ma direção da metamorfaga.

- Olá Laurel! Estou a lutar, continuo a fazer parte da Ordem da Fénix.

- Onde está o Teddy?!

       Tonks sorriu, achando graça à forma protectora como a Ravenclaw falava do irmão.

- Remus já to mostrou? É adorável, não é? - Tonks baixou-se, mesmo a tempo de se desviar de um feitiço da morte vindo de muito longe - Ele ficou com a minha mãe, está seguro.

- Devias estar com eles. Remus...

- Eu sei mas não podia deixar o meu marido arriscar a sua vida pela nossa. Sou perfeitamente capaz de lutar e precisamos de todos os guerreiros possíveis, certo?

       Laurel abanou a cabeça, erguendo-se no ar. Para seu desespero, Voldemort nunca mais aparecia e nenhum dos lados parecia estar a ganhar. A Ravenclaw fechou os olhos, procurando Harry, tentando perceber se o Grynffindor estava perto de matar Nagini, restando apenas um Horcrux: ele próprio. Como ele perceberia isso, Laurel não fazia ideia. Não era da sua conta. Ela tinha a sua própria profecia para cumprir.

     Um fragmento de segundo. Apenas um fragmento de segundo bastara para que o mundo começasse a ruir. Quando Laurel abriu os olhos, sentiu o coração parar de bater, a respiração ficando presa na garganta. Um fragmento de segundo depois, ela pousou no chão, ajoelhando-se perto do corpo caído de Nymphadora Tonks.

- DORA! - gritou Remus, ao longe.

         A Ravenclaw engoliu as lágrimas. Tonks, a mãe de Teddy, a mulher de Remus, jazia morta nos seus braços, a sombra de um dos seus sorrisos travessos ainda desenhado no seu rosto.

- A traidorazinha finalmente está morta. - disse a voz de Bellatrix, o sorriso maníaco distorcendo-lhe as faces que um dia poderiam ter sido bonitas - A minha querida prima não tinha muito jeito para sobreviver, pois não?

RUBY [4]⚡ HP ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora