Capítulo 43

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      O Rei Negro morre esta noite, Tom Riddle.

     Laurel sentia-o. A fúria de Voldemort alastrava-se sobre o seu corpo como veneno, intoxicando-a, ao mesmo tempo que ele a sugava tanto quanto podia. A Magia Negra que partilhavam rugiu, disputada pelos seus dois Mestres.

- Laurel Ravenclaw está a delirar. - afirmou o Senhor das Trevas, afastando-se dela - Harry Potter morreu ao tentar fugir, como o cobarde que sempre foi. Eu ganhei. Não tenho qualquer interesse em derramar mais sangue mágico, por isso peço-vos: juntem-se a mim. Escolham o lado vencedor e pouparei as vossas vidas, as dos vossos familiares e a de todos os que se renderem a mim.

- Não ouviste o que eu disse? - questionou Laurel, com um sorriso - Estás a perder o teu tempo. Podes mentir com quantos dentes tens na boca sobre Harry, não consegues convencer ninguém. Um verdadeiro líder deixa um legado para trás e o de Harry era este: lutar até ao último suspiro.

     Algo queimou no peito de Laurel, fazendo-a prender a respiração. Ela tinha uma teoria; a mesma que Dumbledore teria se fosse vivo. Quando o medalhão de Ravenclaw ferveu no seu peito, a cor do mais belo rubi preenchendo-o, ela soube que estava certa.

     Harry estava vivo.

      Ao contrário de Cora, ela tinha uma chance. A sua antecessora perdera a oportunidade de concretizar a profecia porque o Herdeiro de Grynffindor, James Potter, morrera antes que pudesse defrontar verdadeiramente o Herdeirode Slytherin. Agora, Harry estava ali e os Herdeiros acabariam o que Salazar Slytherin começara, tantos séculos antes.

-Draco, por favor, vem para aqui...

     Narcisa Malfoy destacara-se do exército de Voldemort, o rosto transfigurado de terror ao ver que o seu filho não se mexia. Laurel suspirou; Draco sequer parecia respirar, os olhos cinzentos fixos na mãe, pesarosos, como se lhe pedisse desculpa. Ele fizera a sua escolha.

- Narcisa. - chamou Laurel, aproximando-se dos Malfoy - Juntem-se ao vosso filho. Não deixem que este monstro vos separe.

- S-Somos l-leais ao nosso S-Senhor... - gaguejou Lucious, sem convicção, a voz saindo-lhe histérica e atormentada.

     Os olhos negros de Narcisa fitaram Laurel, vendo através dela. Não era ela que a Malfoy procurava nas suas feições, o olhar perdido no tempo. A Ravenclaw assentiu, como se dissesse aquilo que ela queria ouvir: Cora aprovaria a sua escolha, fosse ela qual fosse. Lentamente, o rosto de Narcisa virou-se, buscando a outra pessoa que a relembrava de alguém importante. Ashley Hufflepuff prensou os lábios, os olhos âmbar fitando-a com compaixão.

     Narcisa Black respirou fundo, apertando a mão do marido com força, antes de a soltar.

     Lucious engasgou-se, vendo a mulher caminhar de forma altiva para junto de Draco. O mais novo sorriu-lhe, entrelaçando a mão na sua, o orgulho bem presente na sua feição. Laurel sorriu, dando as costas a Voldemort e juntando-se ao noivo. Narcisa sorriu, olhando para o céu por breves instantes.

     Onde quer que estivessem, as amigas estariam orgulhosas dela. Ela era, por fim, corajosa.

- Pai... - chamou Draco.

     Lucious Malfoy abanou a cabeça. Tinha feito muita coisa pela sua família. Protegera Laurel, aceitara o seu noivado com Draco, escolhera a família vezes e vezes sem conta. Com os olhos cor de sangue de Voldemort fixos em si, ele não era nem capaz de respirar, quanto mais.

- A tua mulher e o teu filho assinaram a sua sentença, Lucious. - rosnou Voldemort, enfurecido - Os restantes... não sejam estúpidos. Juntem-se a mim e as vossas vidas serão poupadas. Façam-me frente... e morrem.

RUBY [4]⚡ HP ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora