- Tive muitos seguidores ao longo da vida. Puros-sangue que acreditam na minha verdade, mestiços que querem sobreviver, feiticeiros leais, cobardes, traidores... Muitos mataram em meu nome, muitos torturaram em meu nome, muitos morreram por um mundo justo e orgulhoso.
Voldemort encarou o rio cheio de corpos, o seu rosto de serpente sem esboçar qualquer emoção.
- Regulus Black era um dos mais brilhantes Devoradores da Morte que já tive ao meu lado. Leal, adorava-me como um Deus, procurava orgulhar a família mais do que tudo. Foi o mais novo a juntar-se a mim até Meredith Lovelace aparecer. Ele era um Black da cabeça aos pés, fiel, dedicado, um jovem com os seus meros quinze anos que sabia qual era o lado certo.
Laurel jazia petrificada no chão, as mãos firmemente agarradas à rocha onde uma bacia fora colocada. Estava demasiado assustada para se levantar, os olhos safira fixos no exército de mortos à sua frente. Os Inferi tinham-se erguido das águas, os corpos distorcidos virados na direção dela como se apenas a adorassem, os olhos vazios aterrorizando-a mais do que estava à espera. Pálida, estava atenta à história que Voldemort contava sobre o seu pai, por mais assustada que estivesse.
Nem Remus nem Sirius sabiam como Regulus morrera. No Lembrol que Cora encantara para lhe contar a sua história, referia apenas que um Devorador lhe batera à porta uma noite anunciando a morte misteriosa do seu pai, um antigo amigo de ambos. Sabia, contudo, que Regulus deixara de ser fiél a Voldemort a partir do momento em que se apaixonara por Cora, se é que realmente alguma vez o fora. Sabia que ele as quisera proteger e sabia que ele morrera por isso.
Como e porquê ela nunca soubera.
- Ninguém sabe a verdade sobre a morte do teu pai, a não ser eu. O boato espalhou-se de que fui eu que o matei, que ele morreu às minhas mãos... Bom, não exatamente.
Voldemort ergueu a varinha, apreciando o poder que esta lhe conferia, o mesmo que preenchia as veias de Laurel como combustível. Uma cortina de fumo pareceu surgir ao seu redor, ao mesmo tempo que imagens eram projectadas, tão reais que Laurel sentiu o coração falhar uma batida ao ver o rosto que só vira em fotografias pairar perto ao seu.
Regulus Black erguia-se, a expressão tão aterrorizada como a dela.
Num ímpeto, a Ravenclaw estendeu a mão, que passou pela figura à sua frente sem lhe tocar. Não passava de uma ilusão, uma miragem.
Uma memória.
- A caverna está enfeitiçada com muitos feitiços de proteção e camuflagem, suficientes para afastar olhares curiosos. - explicou o Senhor das Trevas, indiferente à emoção que a percorria por inteiro - Um desses feitiços é responsável por detetar a presença de bruxos e mostrar-me. Qualquer feiticeiro que ouse pousar aqui os pés terá a sua imagem magicamente gravada e não escapará impune, faça o que fizer. Então, quando soube da morte de Regulus, vim até aqui ver o que realmente tinha acontecido.
A cena desenrolou-se sobre os seus olhos. Regulus chegara sozinho no barco, a expressão pálida e os olhos negros vasculhando todos os cantos, receosos. A imagem não transmitia o som mas Laurel podia apostar que Regulus falava com alguém, alguém que não aparecia na memória. Os olhos safira dela observaram comovidos a figura do seu pai; teria a idade dela quando ali estivera, a face temerosa contrastando com os seus passos firmes e certos.
Ele passou por ela com cautela, subindo os degraus até à bacia onde Voldemort colocara o medalhão. A superfície cristalina da poção que protegia o Horcrux refletia a face de Regulus, que sequer hesitou em pegar na concha que ali se encontrava e começar a beber a poção.

VOCÊ ESTÁ LENDO
RUBY [4]⚡ HP ✔️
FanficLIVRO 4 ⚡❤ RUBY: rubi; pedra da coragem, vitória, força. O confronto final aproxima-se. Laurel Ravenclaw sabe que toda a magia tem um preço e o dela está prestes a chegar. Com Meredith de um lado da guerra e Ashley no outro, a jovem tem de escolher:...