Capítulo Bónus 1

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5 meses depois...

          Os raios de sol adentraram a Mansão Ravenclaw numa mistura de prata, safira e esmeralda, reflectindo a decoração interior. A jovem deitada na cama de dossel abriu os olhos, sonolenta. Ao olhar para o lado, sentiu-se esmorecer, dando de caras com a cama vazia, novamente.

          Laurel Ravenclaw pôs-se de pé, observando em silêncio a figura encostada à janela. A luz tornava-o uma mistura de sombras e prata, o cabelo loiro platinado despenteado como raramente acontecia, o tronco nu mais magro, as olheiras salientes marcando-lhe o rosto bonito e gélido. Lentamente, aproximou-se dele, envolvendo-o num abraço apertado, beijando-lhe as costas num gesto gentil.

- Bom dia. - saudou ela, com a voz sonolenta - Conseguiste dormir?

         Os olhos cinzentos de Draco encararam-na, respondendo sem palavras. Aquele era o dia em que Lucious Malfoy iria a julgamento, o primeiro dos vários julgamentos que ele e Laurel iriam assistir. Fora preciso cinco meses para que o Ministério se reerguesse, ao contrário do que tinham anunciado meses antes. Os danos causados por Lord Voldemort eram superiores ao que tinham contado, a morte e tortura de muitos dos seus membros, principalmente membros do Wizengamot, a ser um problema a resolver. Havia muitas vagas a preencher, traidores a acusar, obras a fazer no próprio Ministério, já que houvera partes afetadas. Aquele era um dia importante para Draco, que não pregara olho ao pensar nos pais. Por mais que a sua relação com o pai fosse complicada, a mãe estava preocupada com o homem, o que levava Draco a preocupar-se também. Para além disso, embora ele não o admitisse em voz alta, Lucious não deixava de ser seu pai, uma ligação que ficaria para toda a vida, acontecesse o que acontecesse.

- Vou pedir ao Dobby para tomarmos o pequeno-almoço aqui. - disse Laurel, esticando-se em bicos de pés para o beijar - Ovos e bacon?

- Laurel, não precisas...

- Ovos e bacon, querido?

           Draco revirou os olhos, fazendo-a sorrir. Ele detestava quaisquer nomes carinhosos e Laurel sabia-o, utilizando essa arma sempre que o queria calar ou convencer de algo. Não que fosse difícil. Por muito orgulhoso que fosse, o Malfoy faria tudo por ela e ambos tinham essa noção.

          A ruiva afastou-se, deixando-o apreciar o seu corpo nu por breves instantes, antes de vestir o seu robe de seda cor de vinho. Os olhos safira brilharam ao ver a expressão de adoração que ele tinha no rosto, uma das preferidas de Laurel.

- O que foi? - perguntou-lhe, divertida.

          O marido abanou a cabeça, com um sorriso leve no rosto que minutos antes estava tenso e sério.

- És linda, mulher. Dás comigo em doido, sabias?

        Laurel sorriu, piscando-lhe o olho antes de virar as costas em direção à porta. Antes de sair, virou-se, observando-o cuidadosamente. Fazia dias que Draco não dormia, acordando sempre primeiro que ela ou passando noites em claro a tentar não acordar. Os tempos tensos tinham finalmente chegado, interrompendo a bolha de felicidade e amor em que ambos tinham vivido.

        Não tinha sido tudo felicidade, claro. Viver com Draco era um desafio, já que eram ambos novos, inexperientes em viver com um companheiro e inexperientes em relacionamentos. Meses após o casamento de Meredith e Ley, eles próprios se tinham casado, seguindo a tradição de ambas as famílias de se casarem cedo. Contrataram Kreacher para ajudar com a Mansão, sob a condição de trabalhar honestamente como qualquer criatura. O elfo recusara-se a receber dinheiro e Laurel aceitara, com outras condições: ela própria lhe comprava roupa, comida, tinha oferecia-lhe um pequeno quarto na Mansão, férias, todas os outros direitos normais de um trabalhador, o que ele aceitara com reluntância. Enquanto os julgamentos não ocorressem, Draco e Laurel eram obrigados a ficar em Inglaterra, por isso não tinham tido oportunidade de desfrutar da lua-de-mel, tal como aconteceu com Meredith e Ashley.

RUBY [4]⚡ HP ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora