Angel

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A casa dele é realmente gigantesca tanto por fora como por dentro, eu nunca vou conseguir limpar tudo num dia só, acho que só a sala é meu apartamento inteiro não sei porque os ricos compram as casas tão grandes se vão morar sozinhos.

— Angel pode me alcançar um copo? — Aparece ele com aquele maldito pacote de oito de fora, toma no cú quando vi quase tive um infarto. Pego o copo e quando coloco na mão dele o bastardo deixa cair, se espalhando caco pelo chão inteiro.

— Aí meu Deus— Exclamo colocando a mão na boca pelo susto. Ele vai se abaixar para limpar, mas eu o faço primeiro.
— Pode deixar que eu limpo seu Fernando. — Falo já juntando os cacos.

— Que isso eu que derrubei eu que limpo. — Diz me ajudando. Num deu nem dois segundos a mão dele estava jorrando  sangue.

— Jezuiz, — Digo correndo na pia molhando um pano e me agachando para enrolar na mão dele. — Você é muito desas... AIIII. — Grito ao cortar meus joelhos, como eu sou burra.

— O que dizia? — Pergunta debochado. Me segurando me levanto puta da vida e vou buscar uma vassoura e uma pazinha pra limpar o chão, Fernando não está mais aqui e eu continuo arrumando tudo.

Limpo o fogão tirando a gordura a pia, o armário, as paredes e por fim o chão.
Então vou para a sala, passo aspirador nós sofás um limpa vidros da mesinha de centro e passo aspirador no tapete.

Mano que sala mais grande, aqui em baixo ainda tenho que limpar a sala de jantar o banheiro e a varanda, depois tenho que ir para o segundo andar, mas como já está quase dando o meu horário resolvo deixar o segundo andar para amanhã.

Término de varrer a varanda e quando vou entrar vejo o carro do seu Fernando entrando na garagem, ótimo assim vou avisar pessoalmente que estou indo embora.

— Boa noite seu Fernando. — Já são 7 da noite meu horário é às 6.
Ele me olha e da um sorriso largo  quase disfarçando seu semblante cansado.

— Angel estava pensando, pra você não ter que voltar todos os dias a essa hora pra casa de ônibus, você podia ficar aqui de segunda a sexta e passar os findes na sua casa. — Fala, é mais fácil não vou precisar gastar muito e não preciso ter medo pois a parada de ônibus é um pouco longe da qui. Mas mesmo assim.

— Acho melhor não seu Fernando minha mãe vai ficar sozinha e eu não posso fazer isso com ela.— Falo meio acuada.

— Não é como se ela não passasse o dia inteiro sozinha não ia mudar nada. — Fala simples.

Dou um suspiro longo e olho para minhas mãos.

— Eu vou pensar e falar com a minha mãe, amanhã eu te dou minha resposta. — Falo e vou pegar as minhas coisas. — Até amanhã seu Fernando. — Falo e quando estou passando por ele, o mesmo segura meu braço.

— Eu te levo. — Diz saindo junto comigo.

— Não você teve um dia cheio, eu vou de ônibus não vai cair pedaço. — Tento faze-lo mudar de ideia, o que não acontece já que ele entra no carro e abre a outra porta pra mim.

Tá bom neh.

Não falei nada o caminho todo,  o único barulho é do vento que passa cortando do lado de fora e o som do motor quase imperceptível.

— Angel, você quer morar comigo? — Vem do nada quando passamos pela sinaleira. — Digo... Vai ficar mais fácil, assim você não precisa pegar dois Ônibus pra chegar na sua casa. — Se explica quando a sinaleira fecha.

— Fernando, me desculpe mas eu não o conheço de verdade hoje é apenas o meu primeiro dia.— A lógica dele faz sentindo mas não posso deixar minha mãe sozinha. — Alem do mais não posso deixar minha mãe sozinha.

— Você podia ficar de segunda ao meio dia até sexta após o expediente, comida e uniforme garantido. — Fala mas mesmo assim não quero aceitar. — Eu pago mais, e a sua mãe de toda forma fica sozinha todos os dias da semana. — Pensando por esse lado ele está certo, na verdade certíssimo,  nada de mais pode acontecer só de eu ir morar com ele não é?

— Eu preciso pensar seu Fernando. — Realmente não posso ir morar na casa de um estrando ainda mais sendo do sexo oposto, se eu disser que não me senti atraída pelo seu Fernando estaria mentindo, seu Fernando é um homem muito bonito, mas nunca olharia para uma garota como eu.

— Não precisa ficar me chamando de Seu Fernando pode me chamar só de Feh. — Então tá neh, num falo mais nada já que eu chego na frente do meu prédio. — Então moça bonita, está entregue. — Fala e eu coro violentamente.

— Obrigado Seu Fer... Feh tenha uma ótima noite e amanhã agente se ver. — Digo e noto seu sorriso, retribuo o sorriso e quando vou sair ele segura meu braço fazendo com que eu vire para ele, que está a centímetros do meu rosto.

Por alguns segundos, perco o dom de fala e respiração, era como se só nós dois estivéssemos naquele caro.
Me perdi dentro de seus olhos Esmeralda um oceano de brilho.
— Boa noite Angel. — Fala e então eu saio do caro, ele fica esperando até que eu entre no prédio, e então ele vai embora.

Aí Jezuiz o que eu faço nem conheço ele direito e já estou me apaixonando, é difícil falar e aceitar pois isso não acontece muito comigo, na verdade nunca aconteceu. Estou tão, tão confusa, aínda mais esse convite de ir morar com ele.

Por Marshmallow eu o conheço só a duas semanas, e ainda trabalho para ele, droga droga.

Mas eu preciso esconder ao máximo e negar até o fim esse sentimento platônico que minha mente criou.
— Mãe preciso falar com você. — Encontro ela sentada no sofá olhando sua novela favorita. Acho que o nome é Amores verdadeiros em que as mulheres se apaixonam pelos seguranças.

Minha mãe me olha e desliga a teve, é agora senhor, me ajude a não levar uma bronca da minha mãe.

Doce Pecado.Onde histórias criam vida. Descubra agora