Angel

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Trimmm, trimmm.

Desperto mais uma vez com meu despertador gritando em meus ouvidos, desligo e volto a dormir.
Mentira kkkk eu levanto e vou tomar uma banho, afinal hoje é segunda é o primeiro dia de trabalho na semana, são 3:00 da manhã. É sedo mais eu amo meu trabalho amo o que faço.
Sou panfleteira e adoro meu trabalho.

As pessoas peguantam como essa garota gosta de acordar às 3:00 da manhã, caminhar até às 8 e depois ir entregar folheto na sinaleira, com um monte de gente que finge não te ver ou fecha o vidro do caro, finge estar mechendo no celular ou até mesmo conversar com alguém.

A resposta é simples, em meio a todas essas pessoas, existem as que te dão bom dia com um sorriso no rosto, as que brincam com você, e as que você vê diáriamente as que divertem com frases e brincadeiras e no final fazem valer a pena.

Eu sou a Angel James, tenho 19 anos, sou morena dos cabelos cacheados pele clara, meus olhos são escuros e eu tenho 1,55 de altura, sou do peso ideal para o meu tamanho e tenho a genética da minha mãe, o que me faz ter peitos médios e uma bunda um pouco grande. E eu não gosto, dependendo da roupa me sinto desconfortável.

Gosto de roupas um pouco mais largas, me sinto confortável.

Eu sou uma viciada em suco de tuti-fruti  e tenho uma melhor amiga chamada Nathália que mora na cidade vizinha, não nos vemos frequentemente mas sempre nos falamos pelo Watts ou Facebook.

Depois do meu maravilhoso banho coloco uma legging preta meu tênis de caminhada e a camiseta da firma. Faço tranças boxiadoras no meu cabelo, pego a água na geladeira guardando na mochila.

— Bom dia Angel. — Diz minha mãe colocando a xícara com café quentinho em minha frente, eu amo café, amo quando o gostinho amargo fica mais forte que o açúcar.

— Bom dia dona Maria. — Eu a chamo assim quando estamos sozinhas já è mais um costume.

Eu moro sozinha com ela, num condomínio do programa minha casa minha vida, mas as vezes eu queria me mudar esse local foi tomado por facções criminosas e as vezes sinto medo de sair na rua e levar um tiro.

Depois do meu café maravilhoso olho a hora e são 4:20 pego minhas coisas, celular e fone de ouvido, porque música é vida e ajuda a disfarçar o medo de sair de madrugada.

Seu Jandir passa exatamente as 4:30 na parada para me levar para o escritório como sempre já está cheio e tenho que sentar no colo da, Didi.

— Bom dia seu Jandir. —  fora ele temos a Luana, Rafael, Alex, Didi, Gabriel, Rose  e Eu sei é gente pra caramba dentro de um celta, mas fazer o que não é.

Todos eles me respondem com desânimo talvez cansados da semana passada pois trabalhamos no sábado também mas eu não me importo, estou feliz.

Vou a estrada inteira escutando Hungria, eu sou viciada nas músicas deles também gosto da Tribo da periferia e Matue.

O caminho todo vamos em silêncio, o único som que ouvimos é o do ronco extremamente alto que o motor do carro faz.

Assim que chego vou direto assinar meu nome, afinal eu preciso receber não é!!

Depois de uma longa seleção, eu sou designada para minhas rotas ou seja, duas ruas compridas atrás do shopping e duas curtas, logo após eu terei que voltar ao escritório trocar de panfleto e ir para a minha amiga sinaleira.

— Bom dia seu José.— Digo assim que o relógio toca as 6:00 da manhã, e eu passo na casa 754.

— Bom dia pequeno Anjo. — Fala sentado em sua cadeira de balanço.

Seu José mora num bairro um pouco distante do meu mas mesmo assim é meu amigo, e todos os dias nesse mesmo horário ele já está sentado em sua cadeira tomando seu fiel cafezinho.

Dou tchau e prosigo meu caminho, vou dando bom dia a todos com meu melhor sorriso, alguns me respondem alegremente e outros simplesmente ignoram, mas eu não me importo.

Término as ruas compridas e vou fazer as curtinhas. Estou tão alegre, como se alguma coisa boa fosse acontecer hoje, uma coisa tipo muito boa só não sei o que.

As ruas curtinhas são um pouco complicadas já que as casas são mansões enormes que ocupa quase toda a rua. As pessoas daqui estão saindo pro trabalho em geral Advogados, Empresários, Engenheiros, Militares e Artistas.

Alguns são gentis outros ignorantes mas eu não me importo, continuo com meu sorriso no rosto, sorrir é vida e eu quero sorrir o máximo que poder.

Quando vou colocar um panfleto numa casa em que a caixa de correio é na portao, e muito alta, fico na pontinha dos pés e quando vou colocar a porta se abre, e o panfleto vai em direção a um peitoral musculoso, dá pra ver pois a camisa social está quase se rasgando de tão apertada.

A pessoa é bem mais alta que eu, e usa um terno sobre medida. Olho pra cima e vejo lindos olhos esmeralda, a barba rala dá um tchan no maxilar perfeitamente desenhando. Esse com certeza é o homem mais lindo que eu já vi na vida.

— Perdão, e bom dia.— Falo desviando colocando na caixinha e saindo.

Ele não me respondeu só ficou me encarando, grosso. Olho para trás, mas especificamente para a mansão dele, e é maior da rua. Fico corada ao me lembrar do mico que eu passei.

Eu nunca tinha visto ele por aqui, talvez seja morador novo, talvez estivesse viajando ou sei lá, tanto faz.

Tanto faz nada, estou curiosa mas infelizmente vou ter que guardar minha curiosidade para mim mesma.

Continuo meu caminho até o fim da rua pra logo após voltar ao escritório e pegar os folhetos da Univates, pois é, é época de matrícula nas universidades e escolas, eu devia me matricular essa semana, talvez mais tarde eu passo lá.

Quero fazer faculdade de medicina. Eu me encanto por isso, porém não tenho dinheiro suficiente para me bancar.

Doce Pecado.Onde histórias criam vida. Descubra agora