Cap. 14 - Bem-vinda à Bordo

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Camila Cabello

— Não precisa ter medo. — O homem diz, assim que eu entro na cozinha. — Se não fosse seguro para você que eu estivesse aqui, Lauren jamais consentiria minha presença.

Ele sorri enquanto fala, mas há muito tempo deixei de me enganar por sorrisos.

Evitei ao máximo sair do quarto, mas estou morrendo de fome. Nos anos em que fiquei em poder dos albaneses, até mesmo isso eu aprendi a controlar — minhas necessidades básicas — mas agora é como se uma porta tivesse sido aberta. A intimidade recém criada com Lauren me fez um pouco mais confiante para arriscar.

Estamos a cerca de seis metros um do outro e não consigo decidir se continuo andando ou volto para o quarto, enquanto encaro o homem em silêncio.

Ele tem o cabelo ruivo e usa barba. Seus olhos parecem claros de onde estou, mas não posso ter certeza porque são pequenos, amendoados e avaliadores. O sorriso se mantém, mas ele não alcança o olhar.

Sei que da mesma forma que o analiso, ele devolve o favor. O outro homem, o que me trouxe para cá no dia em que saí do velório e que ouvi Lauren chamar de Dmitri, não tinha nada de simpático e ainda assim, eu o achei mais fácil de lidar do que esse agora.

Não gosto de sorrisos. Eu recebi poucos nesses últimos anos e não sei muito bem como agir quando alguém sorri para mim.

— Camila, não é?

— Você sabe meu nome. Todos aqui sabem. Então por que pergunta?

Não me importo de estar sendo rude. Se ele acha que sou uma idiota, vai precisar fazer melhor do que aquilo.

— Tem razão. Eu sei tudo sobre você.

— Não vai conseguir me assustar. — Respondo e me forço a ficar no lugar quando ele se levanta, apesar do seu tamanho me deixar nervosa.

— Por que eu iria querer assustá-la?

— Eu não sei, mas não perca seu tempo.

Ele vira a cabeça de lado, pensando.

— Você é divertida, Camila. Pensei que seriam dias entediantes, mas acho que me enganei.

— Lauren voltará hoje?

— Quem sabe? Ninguém além dela mesma conhece o próprio roteiro.

Ele estica a mão para me cumprimentar, mas eu ainda não sei se é uma boa ideia qualquer contato com o homem. Por fim, tomo uma decisão, oferecendo minha mão também, no que eu espero, seja um aperto firme.

— Bem-vinda a bordo, Camila. Eu sou Leonid.

— Leonid, ainda não tenho certeza se é um prazer conhecê-lo, mas sobre o que você disse a respeito de saber tudo da minha vida, aposto que já tem idade suficiente para compreender que ninguém conhece o outro realmente, a não ser que a pessoa o permita entrar.

Ele abre a boca, parecendo desconcertado, mas antes que possa dizer algo mais, eu ando até a geladeira.

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CAMREN: Proteção Na Máfia? (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora