Lauren Jauregui
Quatro anos depois
"Era uma vez um monstro. Talvez não um monstro completo, daqueles que devora crianças e agride mulheres ou idosos, mas ainda assim, um monstro. Essa pessoa sabia que jamais seria a mocinha da história. Ela carregava uma bagagem de vida pesada demais para conseguir qualquer tipo de redenção. Estava conformada em ter uma existência solitária. Nessa caminhada, seu coração jamais seria alcançado.
Um dia, uma rainha de olhos de chocolate precisou ser salva. Mesmo sem se sentir adequado para o papel, o monstro saiu em defesa da mulher inocente. Sendo quem era, em um primeiro momento o monstro pensou em usá-la para benefício próprio, mas a rainha inverteu o jogo e o monstro passou de dominador a dominado.
Por uma razão inexplicável, a rainha enxergou algo no monstro que ninguém mais percebera. Um coração inabitado. Ela decidiu que era ali que faria sua morada e sem pedir licença, se tornou a proprietária daquele território que, para todos os efeitos, era estéril.
A rainha foi persistente, uma verdadeira
guerreira e graças a ela, o monstro hoje tem sua própria família. Uma a qual ele zela com um cuidado quase obsessivo. O monstro não consegue relaxar. Ele não tem qualquer problema com isso, no entanto. Se o que precisa para manter sua família protegida é permanecer em constante vigília, ele o
fará."Enquanto observo minha esposa sorridente
descer as escadas do palco com seu diploma
universitário na mão, penso em tudo o que
passamos para chegar até aqui.Tenho cada um dos meus filhos sobre uma
perna e ambos batem palmas imitando as pessoas à nossa volta, sem fazerem ideia da importância do dia de hoje para minha rainha.Ela conseguiu.
Não foi uma caminhada linear, mas sim
cheia de tropeços. Há cerca de dois anos, após o nascimento do nosso segundo filho, chegou o
momento que sempre temi, mas que de certa
forma, aguardava. Ela finalmente encarou o que havia passado e se obrigou a pensar nos anos em que fora psicologicamente abusada.Não sei o que desencadeou aquilo, mas ela
decidiu que não podia mais empurrar seus medos para debaixo do tapete e começou a fazer terapia.Eu não tinha ideia de como ajudar, então apenas a ouvia quando sentia necessidade de desabafar após as consultas. Às vezes, ela queria conversar por horas, às vezes, mal falava comigo.
Aos poucos, no entanto, fomos nos ajustando
e nossas imperfeições novamente se realinharam.Talvez não sejamos um casal de comercial de
televisão. Minha grega tem um gênio difícil e eu não fico muito atrás, mas há amor de sobra para as reconciliações depois.— Mamãeeeeeeeee! — Innessa grita, arrastando o chamado ao infinito assim que vê
minha mulher se aproximar.— Oi, amor. — Diz, dando um beijinho na
cabeça da nossa garotinha. — E então, quem quer comemorar? Porque eu estou muito animada. — Volta-se para mim, me dando um beijo rápido na boca.— Eu! — Nossa filha grita e o irmão imita,
excitado e sorridente.As babás se aproximam e pegam as crianças.
Aproveito para puxá-la para os meus braços e
parabenizá-la do jeito que eu quero — no limite que a decência permite, em todo caso.— Aproveite a comemoração suave com as
crianças porque eu tenho planos de passar a
madrugada acordada. — Sussurro em seu ouvido.Ela cora — mesmo após todos esses anos —
mas sendo a provocadora que é, não perde a linha.— Vou aguardar ansiosa, Pakhan.
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CAMREN: Proteção Na Máfia? (G!P)
FanfictionCamila foi sequestrada e levada para fora da Grécia. Para sobreviver ao inferno, ela precisou se tornar outra pessoa e nada restou da menina doce e ingênua de dezesseis anos de idade. Lauren, chefe da máfia russa em território norte-americano, após...