Cap. 40 - Converse Comigo

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Camila Cabello

Camila?

— Mamãe, sou eu sim.

Eu tenho me programado há dias para
manter a calma. Disse a mim mesma que sou uma adulta agora e não mais a garotinha que foi sequestrada há quatro anos, no entanto, na hora que a ouço chamar meu nome, tudo está perdido.

Um choro convulsivo toma conta de mim e
preciso me sentar porque perco as forças das
pernas.

Como se fosse um reflexo meu, escuto seu
pranto contido. Ela sempre foi assim. Sofria em silêncio, sonhava para si mesma. É um traço que temos em comum — ou tínhamos, até o meu pesadelo começar.

Meu pai é um homem duro, frio. Já minha
mãe, é suave como seda, apesar da vida sacrificada que sempre levou.

— Eu sinto muito. Não era pra ser assim. —
Falo, tentando acalmar a nós duas.

Eu sabia que a veria novamente.

— Sabia?

Sim. Mesmo quando todos diziam para
que perdesse a esperança de reencontrá-la, eu sabia que ainda estava viva.

— Continue falando. Eu preciso ouvir.

O quê?

— Que sentiram minha falta. Que sou
importante para vocês.

Importante? Filha, você é o meu mundo
inteiro. Não se passou um dia em que eu não
pensasse e rezasse pela sua volta.

— Eles mentiram. — Digo entre soluços, me
sentindo novamente uma criança. — Disseram que vocês não me queriam mais.

Camila, eu não sei muito sobre o que aconteceu, aquela mulher que esteve com seu pai em Atenas não nos deu detalhes, mas você precisa acreditar que nunca faríamos algo assim. Se o seu pai errou, foi sonhando com um futuro melhor para a única filha.

Pelo canto do olho, vejo Lauren entrar no
quarto. Eu havia combinado esperá-la para
telefonar, mas ou fazia de uma vez ou perderia a coragem.

Ao me ver chorando seu rosto se transforma
em uma máscara de ira.

— Quem é?

Faço que não com a cabeça, ao mesmo tempo em que estico a mão para ela.

— Eu acredito na senhora.

Quando eu poderei vê-la? Onde você
está?

— Com ela. — Respondo simplesmente e sei
que ela compreende.

Vocês estão juntas? — Não há crítica em
sua voz, apenas preocupação.

— Sim, mamãe. Eu explicarei tudo com
calma. Eu só queria ouvir sua voz.

Lauren me pega no colo, me mantendo apertada contra seu corpo.

— Eu queria pedir.... agora que a senhora
sabe que está tudo bem, que tenha um pouco de paciência. Lauren conseguirá dar um jeito para que nos encontremos em segurança. Não quero colocá-la em risco.

Você quer dizer... que ainda corre perigo?

— Não, mamãe. Não é comigo que estou
preocupada. Estou protegida aqui e vocês também estarão, se me ouvirem. Lauren pôs homens para cuidarem de vocês aí na ilha. Essas pessoas que me levaram são vingativas.
Por favor, não se exponham. Peça para o meu pai não fazer nada também. As autoridades não irão ajudar. Minha namorada já tem tudo sob controle.

CAMREN: Proteção Na Máfia? (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora