Cap. 11 - Não Há Como Fugir

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Lauren Jauregui

No dia seguinte

Ela acordou antes de mim. Será que é um hábito ou já está estudando uma maneira de escapar? Porque eu não tenho dúvida de que tentará.

Ela não me perguntou qualquer detalhe além do que conversamos, o que me diz que sua mente já está chegando sozinha às conclusões.

Seus contrastes me mantêm presa.

Em um momento, ela posa de garota tímida, uma inocente jovem de quase vinte anos conformada com o próprio destino. Mas lá no fundo, eu enxergo uma rebelde. Admiro a mulher inteligente que fez o que julgou necessário para sobreviver.

Apesar disso, não confio nela.

Alguém capaz de ludibriar Gjergj por tantos anos, não deve ser subestimado. Não que ele seja um gênio, mas o bastardo é um depravado e me admira que a tivesse ao alcance das mãos e conseguisse se conter.

Talvez por respeito ao garoto.

Uma última vontade a alguém que ele sabia que não viveria muito.

E agora, quando pensou que finalmente a possuiria, eu a tirei de lá.

Deve ter sido difícil olhar uma mulher como Camila e não poder tê-la. Isso seria tentador para um homem normal, mas Gjergj é um completo doente.

Sinto o cheiro de comida e desço à sua procura. Eu dispensei Dmitri e agora, além do sistema de segurança na casa, somente os guarda-costas lá fora a protegem de estranhos.

Apesar de ter certeza de que não seria necessário — essa casa é tão segura quanto um forte — eu preciso dar o exemplo e seguir o protocolo.

Encontro-a olhando para fora da pequena janela acima da pia. Sua beleza me atinge de maneira ainda mais impactante na luz da manhã.

Ela está de perfil e considerando que quando foi trazida vinha de um velório, suponho que esse vestido também faz parte do guarda-roupas que mandei providenciar. De uma maneira primitiva, me agrada saber que fui eu quem a vestiu, figurativamente falando.

O vestido, assim como o de ontem, é sem mangas, a saia parando um pouco acima dos joelhos. Ele é claro e a faz parecer pura. Eu não estou acostumada a ter mulheres como Camila a minha volta. Sem qualquer maquiagem, o cabelo solto quase exigindo minhas mãos nele. Os seios são pequenos, mas ela tem curvas nos lugares certos. E aquela bunda?

Limpo a garganta para afastar a imagem dela nua em minha cama. A cortina castanha espalhada, o corpo perfeito pedindo para ser saboreado pela minha língua e pau.

— Eu preparei o nosso café da manhã.

Ela ainda não me olha, parecendo concentrada na paisagem lá fora.

— Não há como fugir daqui a pé. Você sucumbiria aos elementos da floresta. — Devolvo, para que saiba que não me engana.

— Eu não tentaria. — Mente. — Não gosto de espaços abertos.

Agorafobia. Esse é o nome do pavor de lugares abertos.

Essa é sem dúvida a conversa mais louca que já tive na vida. Como passei de imaginá-la nua para tentar lhe avisar o quão estúpido seria planejar uma possível fuga e a seguir, tratar de fobias?

— Eu sei. Conheço esse nome. Já estudei sobre fobias. Estudei sobre quase tudo. — Revela, parecendo optar por manter a guarda baixa, por hora.

Ando até onde está e segurando-a pelos ombros, a viro para mim. Sua pele queima meus dedos e aquele calor me agrada.

— Fale-me sobre isso.

CAMREN: Proteção Na Máfia? (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora