Cap. 39 - Confissão

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Camila Cabello

No dia seguinte

— Quando você pretende ligar para os seus
pais?

Fico olhando para Lauren, sem conseguir dizer
nada.

— Linda, o que está acontecendo?

Vou espontaneamente para seus braços e
escondo o rosto em seu peito.

— Estou com medo.

— Medo do quê?

— De que eles não me reconheçam mais
como sua filha.

— Como assim? Camila, ninguém esquece
um filho.

— Não estou falando de terem deixado de me
amar, Lauren, mas nós perdemos a conexão. —
Respiro fundo. — Eu passei muito tempo os
desprezando. E se eu não conseguir mais me
aproximar deles emocionalmente como antes?

Baby, se ainda não se sente pronta para
ter essa conversa, deixe-me saber e avisarei à sua mãe. Tenho certeza de que ela compreenderá, mas se quer um conselho, ligue. Quanto mais adiar, mais difícil será.

Lauren fica em silêncio e sei que quer me dizer
algo, mas não sabe como.

— Eu a decepcionei?

— Não. Você não precisa esconder o que é ou
o que está sentindo comigo, Camila. Mas há algo que eu li a respeito de sua... situação e gostaria de conversar.

— Minha situação? Eu não estou entendendo.

Pela primeira vez desde que nos conhecemos, Lauren parece pisar em ovos em uma
conversa.

— Por todo esse período em que está comigo,
você age como se o que passou não a tivesse atingido profundamente, mas nós duas sabemos que isso não é verdade. — Ele pausa. — Deus, eu sou uma merda tentando ajudar.

— Não, fale. Eu quero ouvir o que tem a me
dizer.

— Eu pesquisei sobre mulheres que sofrem
abusos psicológicos por um período prolongado, como no seu caso. Por mais que eu sempre vá estar aqui para você, talvez isso não seja suficiente.

— Você está sugerindo que eu procure um
psicólogo?

— Eu não sei. Talvez. Não entendo dessas
coisas, mas não quero que guarde tudo para você e já que não parece confortável em compartilhar comigo, eu pensei que talvez...

— Se não conto nada do meu passado, não é
porque não confie em você, mas por não querer me lembrar. Talvez você tenha razão e eu busque ajuda algum dia, mas não estou pronta ainda.

— Mesmo que não procurar ajuda afete sua
relação com seus pais?

— Você acha que afetaria?

— Não sei. Eu não sou o tipo de pessoa que
se arrepende de algo que tenha feito e até conhecê-la, nunca me preocupei se minhas atitudes feririam alguém, mas você não é assim. Sua essência é boa e eu não quero que se mantenha longe de sua família por algo que não foi culpa de nenhum de vocês.

— Por que você se preocupa?

— Porque família é importante. Eu me
afastei dos meus pais por circunstâncias do
passado. Quando a minha irmã morreu, houve uma ruptura. Na verdade, quase que pelo mesmo motivo que você teme agora: eu não poderia ser a filha que eles esperavam que fosse. Só que hoje eu vejo que talvez isso não tivesse importância. Eles me amariam de qualquer jeito. Não tenho como consertar a relação com a minha família porque estão todos mortos, mas você, sim.

CAMREN: Proteção Na Máfia? (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora