21 | RECAÍDA E ASCENSÃO.

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What's scarier than being
who you really are?

What's scarier than being who you really are?

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- M A D D I E -
2 de dezembro, quarta.

Meus pais chegaram no apartamento em silêncio. Depois de me cumprimentarem de uma maneira fria e distante, meu pai sentou em uma das poltronas da sala, suspirando e minha mãe continuou em pé, olhando para o chão, seus olhos verdes e brilhantes se mexiam rapidamente, como se ela tentasse entender algo complicado demais para seus conhecimentos.

Meu irmão parou ao meu lado, mas um passo atrás, me dando abertura pra "contar as novidades".

— Bom, vamos ao ponto, todos sabemos o que aconteceu. — Suspirei. — Eu tive uma recaída.

— Recaída? — Minha mãe deu um passo para trás e cobriu a boca com uma das mãos, como se não quisesse acreditar nas palavras até elas saírem da minha boca. — Que tipo de recaída? — Ela limpou a garganta e voltou para sua pose, sem tirar os olhos de mim.

Não respondi, tentando decidir se aquela reação era genuína e se significava alguma coisa.

— Pequena. Mads pulou algumas refeições. — Em respondeu por mim, quando viu que eu não falei nada.

— O que aconteceu, Maddie? Os relatórios da clínica disseram que você estava curada. — Sarah disse de uma forma doce, mas logo em seguida seu tom mudou e ela revirou os olhos. — Eu deveria ter notado quando você pediu a maldita salada no restaurante. Você não deveria ter voltado pra Miami se estava instável.

E lá estava ela senhoras e senhores. Cruzei os braços, e revirei os olhos também, eles nunca entenderiam.

— Eu não estou "instável", mãe. — Falei com a voz mais firme do que eu imaginava possível. — Eu só tive uma recaída. É completamente normal, mas não vai acontecer novamente. — Meu pai, que até agora estava só ouvindo, murmurou algo em tom sarcástico para si mesmo, de uma forma que eu não gostei nenhum pouco, mas eu não ouvi as exatas palavras. — Desculpa, o quê?

— Cuidado compradores. — Ele falou claramente dessa vez e se levantou. Tremi por impulso. — Quando eu quero comprar uma propriedade e procuro saber as reformas e ajustes que precisa... Roubos, vazamentos, insetos... Seja o que for, os vendedores sempre falam que "não vai acontecer novamente" e isso sempre é um sinal de que vai. — Ele cruzou os braços e me olhou sem paciência e uma sobrancelha arqueada.

— Você... Está me comparando com suas propriedades? — Engoli em seco, sentindo que a vontade de chorar estava próxima.

Meu peito doeu, eu nunca me senti tão humilhada.

— Só estou dizendo... Já escutei essas palavras antes e elas nunca são um bom sinal. — Meu pai disse como se fosse óbvio e ele possuísse todo o conhecimento do mundo. — Agora, eu e sua mãe colocamos muito dinheiro em você, Madison, na sua reabilitação. Como investidores, temos o direito de saber o estado do nosso investimento. Que seguranças você pode nos dar?

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