Capítulo VI

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Os Pevensie não conseguiram conter sua emoção. Ver Cair Paravel era tudo que queriam, e sabiam que não estava como deixaram, mas ver as ruínas realmente havia mexido com eles. O mato havia dominado tudo. Metade do Castelo continuava em pé, porém, o resto não passava de pequenas muretas inacabadas.

Eles haviam vivido tanta coisa nesse lugar, que agora era algo dominado pela natureza.

Magnólia por sua vez, não estava melancólica como os outros, conseguia ver apenas pelo outro ponto de vista. Admirada em como tudo parecia feito de mato, com apenas pequenos pedaços de pedra a mostra.

Os quatro adentraram o castelo, em sua parte não destruída, vendo que seu interior, apesar de imundo, continuava o mesmo.

-Os nossos tronos!- exclamou Edmundo, correndo sem demora para o seu, sentando como no dia de sua coroação.

E foi com isso, que iniciou uma longa conversa dos irmãos, relembrando aquele dia. Cada detalhe, como se tivesse acabado de acontecer.

Tantos anos. Tantas memórias. Antes que percebem, lágrimas ja rolavam pelas faces, até mesmo de quem dizia odiar chorar.

-Aqui deveria ser tão lindo- comentou Magnólia, ainda sentada na escada que havia próximo a entrada.

Ela, Gregor e seus cavaleiros haviam decidido dar um tempo para os irmãos, em respeito a sua memória, pois imaginavam o quão emocionante deveria ser.

-Meu avô guardava alguns desenhos daquela época, creio que ainda devo ter algum para lhe mostrar, se estiver interessada- respondeu o rei, apoiado no corrimão da mesma, observando a garota.

-Eu adoraria! Nunca me contam muito o que houve, sempre acabam censurando algo, e me sinto envergonhada de perguntar a eles- suspirou a loira, que virará bruscamente ao ouvir risadas repentinas.

-Por que acha isso? Aposto que devem ser muitas coisas, não devem querer lhe confundir- argumentou o mais velho.

Não entrava muito em sua cabeça toda essa coisa de outro mundo, primeira vinda, apenas acreditava em tudo. Oras, não é todo dia em que quatro ex-reis do século passado chegavam, ainda mais novos do que seus últimos retratos. Porém, se para ele, que crescerá ouvindo sobre, imagina para a garota ao seu lado, que sequer sabia da existência de Nárnia.

-Pode ser apenas coisa de minha cabeça...- encerrou a loira, apesar de não crer nesse pensamento.

Outro assunto rapidamente se formará entre o dois, mas logo foi cortado também, quando um dos guardas chamará o rei para discutir sobre possíveis caminhos de volta.

Entediada, a moça mais nova, que não conseguia ficar mais do que cinco minutos parada em um lugar, decidirá explorar o castelo. Correndo seus dedos pela parede, como se isso pudesse fazê-la sentir cada memória que continua ali.

"O que é isso?" Sussurrou para si mesma, vendo uma luz azul sair de um dos quartos, no fim do corredor. Sem pensar, apenas correu até o mesmo, estranhando ao ver apenas uma mesa, com um belo prato cristalino.

Pequenos gomos cor-de-rosa,cobertos por uma pequena camada branca enchiam a travessa. Mag não tinha ideia do que aquilo era, mas todos seus instintos diziam para comer aquilo.

Quando iria morder, algo encostou em seus ombros a chacoalhando, tirando da espécie de transe que havia entrado. Sequer lembrava-se de que estava acompanhando seus amigos.

-O que pensa que estava fazendo? Está parada igual uma doida- questionou Edmundo, sem entender por que a loira estava com o braço esticado, olhando para o nada. -Esta bem? Estamos lhe procurando a algum tempo- completou finalmente soltando os ombros da garota.

The New Queen || As Crônicas De Nárnia Onde histórias criam vida. Descubra agora