Capitulo IX

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      O caminho todo fora em completo silêncio, marcado apenas pelos sons de marcha, e passos dos cavalos. A tensão era quase palpável. Eles sequer sabiam quantos eram, ou mesmo quem era.

    Lúcia não soltava seu arco, com a flecha encaixada, pronta para atacar no primeiro movimento errado, enquanto sua irmã guiava o belo alazão.

   Pedro ainda pensava em uma forma, onde não fosse necessária batalha, porém estava mais do que pronto e determinado a ganhar.

   Magnólia era a mais nervosa dentre todos. Ela sabia o que podia causar, mas e se tudo saísse de seu controle, e ela acabasse machucando a seus amigos? A garota não tinha a menor ideia de como fazia aquilo! Sua maior vontade, era sumir, ir para longe de todos e voltar apenas quando soubesse o que fazer, mas aparentemente isso não era possível.

   Ela era uma bomba relógio.

   -Atenção! Em posição!- a voz de Luxa fora a primeira desde que saíram, ecoando no campo em que estavam, que dava visão completa para os inimigos.

    Não passavam de duzentos, aparentemente, e eles tinham bem mais que isso. Ótimo, estavam em completa vantagem.

    Porém ninguém esperava o que aconteceria em seguida. Todos os adversários se ajoelharam, e apenas um, em seu cavalo inteiro branco avançou, chegando o mais próximo da linha do meio.

    -A rainha não quer guerras no momento!- começou, com sua voz grossa e rouca ecoando por tudo. Sua armadura parecia cristalizada, de tão clara e brilhante, e seus olhos também eram cinzas. -Ela quer apenas sua herdeira, a garota sabera quando e onde ir, e em compensação, um presente irá ser deixado no castelo- continuou, enquanto todos se encaravam, fazendo um sinal, com que todos guerreiros recuaram após o término de suas palavras.

     Gregor, Pedro e Luxa tentaram se comunicar, mas era completamente em vão. Os cavaleiros ja estavam indo embora. Uma neblina, que não estava presente segundos antes, os impedia de seguirem. Aparentemente era para apenas Magnólia ir, de fato.

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     -Eu irei, não posso deixar uma guerra estourar por minha culpa!- insistia a loira, andando de um lado para o outro.

    -Ele deixou claro que ela não quer guerra agora, não quer dizer que você indo, irá tudo ficar na paz- Gregor argumentou.

     -E com o poder militar que tem aqui, dificilmente uma guerra será perdida, não podemos simplesmente te deixar ir- Pedro disse, observando o mapa enorme que continha na parede, e logo voltando seu olhar para Magnólia.

    -Mag, você não irá, nem que eu tenha que lhe amarrar na cama!- exclamou Lúcia, em um tom de bronca, porém abraçando sua amiga de forma acolhedora. Ela imaginava o quão deveria ser difícil.

     A garota estava num mundo desconhecido, que não era tão desconhecido afinal, com sua progenitora, que ela sequer conhecia, insistia em iniciar uma guerra por ela, mas havia a tentado matar em sonhos bizarros.

     Isso era de fato difícil de acreditar.

    -Lembre-se da flechada assim que chegamos em Nárnia, ela querer você, não quer dizer que te quer viva, e se o tal presente que iremos receber é sua cabeça em uma caixa branca com fita brilhante?- pela primeira vez em horas de reunião, Edmundo se pronunciara, ironizando o fato de tudo dessa rainha misteriosa envolver coisas claras e brilhantes.

     -Exatamente, ainda há o fato desse presente, sequer temos ideias do que possa ser- concordou Susana.

     O clima estava pesado na sala, era medo, tensão, angústia e ansiedade demais para um local não tão grande. Batidas na porta assustaram a todos, que estavam presos em suas próprias mentes, tentando entender tudo o que acontecia, e logo o mesmo menino de recados abrira a porta, recebendo uma discreta bronca do senhor que segurava a bandeja.

The New Queen || As Crônicas De Nárnia Onde histórias criam vida. Descubra agora