The New Queen || As Crônicas De Nárnia

Capítulo XXIII

   Em um longo suspiro, Magnólia despertou, sentando-se com tudo, assustada. A última coisa que se lembrava, era de alguém a atacando por trás, e então um escuro avassalador. Na esperança de ter sido apenas um pesadelo, a garota começou a olhar tudo ao redor, se assustando mais ainda ao ver tudo tão branco e cintilante.

    Merda! Nem precisava de qualquer aviso para que ela soubesse onde ou com quem estava.

    -Pensei que não fosse mais acordar Cristal, já fazem cinco dias!- exclamou Ruby entrando na pequena cela de sua irmã. -Mais um pouco iria perder a morte de seus amigos, já conseguimos matar o reizinho metido, arg, ainda não acredito que mamãe não me deixou ir, deve ter sido tão legal quando ele viu Gustav!- começou a soltar de uma vez, colocando um prato em frente a menina.

  Como assim cinco dias? Não podia ser, para ela mal pareciam ter se passado horas. E o que havia acontecido a Gregor?

   -Por que eu estou aqui? Me deixe ir!- foi a única coisa que a garganta da mais nova foi capaz de soltar. Cada letra arranhava sua garganta seca, mas não tinha a menor coragem de beber a água que sua irmã havia trazido. Vai saber o que tinha ali.

   -Oras, eu disse diversas vezes que ia, e eu fui, sabe que juntas somos mais fortes- respondeu dando de ombros. -Creio que deve ter muitas perguntas, deixe-me te atualizar de tudo, pois logo iremos para o campo, nossa mãe está louca pra te encontrar, mas você não acordava nunca- continuou, bebericando a água, logo começando a contar todos os fatos.

    Mesmo com Gregor morto, haviam conseguido avançar a ponte, e havia tido mais uma batalha, até chegarem na costa. Mas de lá não conseguiam sair de forma alguma, pois coincidentemente os navios que tinham estavam completamente congelados, coisa da qual os atrasaram em um dia, e precisavam de mais uma noite inteirinha para enfim chegar na ilha. Sendo assim, deixando um dia inteiro livre antes de chegarem ao solo falado.

   E por sinal, a ilha parecia minúscula no mapa, mas podiam levar até seis dias para a atravessarem por inteira. E bom, obviamente o castelo de Jadis estava longe da Costa. Seriam ao menos dois dias de viagem até a fortaleza, dependendo do ritmo em que andavam.

     Magnólia encarava cada milímetro da cela, que parecia muito com a que lembrava que Edmundo tinha ficado, tentando pensar em uma forma de matar Ruby e escapar. E ah, só de pensar em seu amado, a garota não pode esconder sua cara triste. Como ele e seus amigos deveriam estar agora? Céus, Lúcia devia estar tão abalada!

    -Por que você faz isso? Ruby, não precisa ficar ao lado dela!- indagou a mais nova.

    -Cristal, você não tem ideia alguma de quanto eu te procurei, para sempre ficarmos juntas, eles não querem que a gente fique juntas, nossa mãe sim, e eu não vou deixar que nada nos separe denovo- respondeu a mais velha, acariciando o rosto pálido de sua irmã.

    Diferente do que pensavam, Ruby tinha sim sentimentos. Por uma única pessoa. Sentia como Magnólia, ou Cristal, era um pedaço dela, e tecnicamente era mesmo. Seus sentimentos não eram nada normais, era algo completamente obsessivo. Ela mataria e morreria pela mais nova. Só que o que a menina sentia, não importava, tinha que ser tudo do jeito dela.

    -Eles não são assim, não iriam nos separar se você se aliasse a gente, ainda há tempo, podemos ser uma família- mentiu Magnólia, ainda na esperança de que conseguisse ajuda da mesma. -Pense, ficaríamos juntas aqui, e voltariamos para Londres juntas, eu logo irei sair do orfanato, morariamos juntas, igual você mesma disse que quer- continuou tentando apelar para o emocional, na esperança de ela ter um, vendo como a mesma começava a oscilar suas feições, provavelmente pensando em tudo.