Inconsciente

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[...]

Recovery girl olhou Aiko, e disse que não tinha nada de mais, que ela apenas estava "recarregando" depois de uma grande descarga de poder.

Da última vez que aconteceu isso com ela eu não pude vê-la, Enji não quis deixar eu me aproximar, já que ele julgou ser culpa minha.

Mas agora eu estava com ela, e Recovery girl me disse para cuidar dela, já que eu fui o último rosto que ela viu. Para que quando ela retomasse a consciência ela não entrasse em desespero como fez da última vez.

Já fazem 6 anos e apenas hoje que eu descobri essas coisas, descobri porquê isso acontece e que ela ficou em desespero por mim da última vez.

Quando aconteceu nós estávamos treinando na escola, ela já estava nervosa desde cedo naquele dia, ela nunca me contou o porquê, e então quando fomos lutar ela ficou descontrolada e fez isso, por sorte não me acertou, mas ela teve consequências por aquilo.

Eu não sabia como cuidar dela, mas Rumi disse que viria algumas vezes ao dia fazer a higienização nescessária nela. E disse que traria roupas dela para cá.

Eu não sei exatamente como eu vou falar com ela quando ela acordar, não é só "Oi, então na primeira vez em 4 anos que eu te vi você simplesmente desmaiou nos meus braços e eu te mantive no meu apartamento por ordens médicas."

Eu não acredito que tenha que ser assim, eu há momentos atrás só queria ver ela de novo, mas não nessa forma.

Estou com medo que algo aconteça com ela, e se ela não acordar mais? E se ela não tiver mais os poderes quando acordar? Ela ficaria arrasada com isso.

[...]

Naquela primeira noite eu dormi sentado ao lado da cama a olhando, e no dia seguinte a aquele, e no seguinte.

Eu dormi todos os dias olhando para ela, esperando algum sinal de que ela ia acordar, eu não saía do apartamento por nada.

Quem estava trazendo os mantimentos era Rumi, ela tava tomando conta de nós dois.

E no quarto dia, enquanto eu estava cochilando ao lado da cama eu escutei sua voz, e acordei com um sobressalto.

Mas quando abri os olhos ela continuava naquele estado profundo de sono. Então eu me convenci de que era apenas delírio.

Me levantei para buscar uma água, e de novo a voz dela, ela apenas chamava meu nome, mas ela parecia desesperada.

Eu voltei para o quarto de novo, mas ela estava da mesma forma, com excessão de seu peito que devido a respiração, agora mais acelerada, se elevava e abaixava rapidamente.

Eu voltei a me sentar a seu lado e segurei a mão dela, eu não sei porque eu fiz isso, mas me parecia adequado.

E alguns segundos depois a respiração dela voltou ao normal.

E então eu não soltei mais sua mão, eu fiquei o resto da noite segurando a mão dela, mas eu não consegui dormir de novo.

Quando o sol estava quase nascendo eu ouvi a voz dela novamente, mas dessa vez ela não apenas chamava meu nome, ela dizia "O que eu estou fazendo aqui? Quem me trouxe para cá de novo? Cadê? Cadê ele?" Ela repetia essas palavras, várias e várias vezes.

Um amor improvável (Keigo Takami/ Hawks)Onde histórias criam vida. Descubra agora