Pov Keigo
Saída do hospitalDepois de voar por um bom tempo pelo caminho de casa eu finalmente decidi entrar em casa.
Eu tomei um banho bem demorado e me deitei logo após.
Eu não conseguia dormir, tudo me levava a pensar nela, eu estava frustrado, quando eu finalmente encontrei ela, ela se esqueceu de mim.
O cheiro doce dela estava na minha cama, e tinha coisas dela pela casa toda.
Eu não ia conseguir dormir nem se quisesse.
O vazio doloroso continuava em meu peito, eu não sei porque eu estou assim, mas isso há de sumir.
Liguei os noticiários para tentar me destrair, mas a única coisa que eles falavam era dela, que ela finalmente acordou e que estava bem.
Eu estou feliz que ela acordou, mas ainda assim estava triste, eu não acredito que ela se esqueceu de mim.
Eu por fim acabei conseguindo cochilar por umas horinhas, mas acabei acordando depois de sonhar com ela.
Eram exatas 3:33 am quando eu olhei no relógio, eu tentei voltar a dormir, mas não consegui. Por fim eu subi no telhado como costumava fazer quando pensava nela.
Eu ia ver as estrelas, por mais que parecesse estúpido era como se ela estivesse comigo quando eu faço isso.
Quando éramos adolescentes nós saíamos direto para ver as estrelas e falar bobagens...droga, que diferença isso faz agora? Ela nem vai mais se lembrar.
Eu tenho que dar um jeito de esquecer ela, tenho certeza que não vai querer mais se aproximar de mim.
Eu preciso criar distrações para tirar ela da minha cabeça, talvez eu aceite alguma criança na minha agência esse ano para ocupar meu tempo.
O torneio esportivo da U.A é daqui à 2 semanas, talvez encontrar alguém para treinar seja a chave para me esquecer dela.
Por mais que durante todos esses anos eu não tenha esquecido ela, agora parece ser diferente, eu sinto como se tivesse alguma coisa faltando.
E acredito que agora será mais difícil ignorar o fato de ser apaixonado por ela praticamente durante malditos 7 anos.
Eu irei tentar, não posso ficar me lamentando por isso, e ela vai ficar bem sem mim, é até melhor para ela se esquecer de mim.
[...]
Eu falhei, é isso mesmo, eu falhei. Eu me dei uma única missão, ignorar o fato de que Aiko me esqueceu.
E advinha, aqui estou eu de novo, pela quarta noite consecutiva deitado no meu telhado olhando para as estrelas e chorando.
A que ponto chegamos não é mesmo, bem no fundinho do poço, e a cada vez que eu choro parece que eu cavo mais dez centímetros à fundo.
O vazio dentro de mim só aumentava, a dor parecia que ia me consumir por dentro, meus pensamentos todos pareciam me guiar a ela.
Tudo que eu fazia me lembrava dela, eu não conseguia simplesmente tomar café, ou passar de fora de uma floricultura, até mesmo deitar na minha própria cama trazia ela a meus pensamentos.
Eu só sonhava com ela, eram sonhos consecutivos, desde a primeira noite um sonho dava continuidade ao outro.
Mas parecia mais que eu estava vivendo, na primeira noite eu apenas sonhei com o ocorrido de ela me esquecer e a dor em meu peito.
No dia seguinte sonhei com ela no hospital, ela estava com Rumi, mas ela também não parecia feliz.
E no dia seguinte à aquele eu sonhei comigo, comigo ao telhado, comigo recebendo algum tipo de ligação.
E esta noite que passou sonhei com nós dois nós encontrando em uma cafeteria.
Isso era apenas ilusão da minha cabeça, minha cabeça estava tentando completar o vazio que estava agora no meu peito.
Eu continuei pensando e pensando até que ouço meu telefone tocar. Eu desci rapidamente até o meu quarto e voltei para o telhado.
Era um número desconhecido, mas quando se é um herói e agente duplo não se pode estar recusando chamadas, então eu atendi.
E era ela, eu pude ouvir sua doce voz novamente, ela parecia tensa e preocupada, mas por incrível que pareça ouvi-la parece ter diminuído um pouco da dor.
Nós combinamos de ir até uma cafeteria na manhã seguinte.
Parece que meus sonhos estão vindo para a realidade, até mesmo na sequência.
Essa tarde eu teria que assinar alguns papéis para participar como possível agente de alguma criança.
Mesmo com Aiko falando comigo eu não iria desistir de contratar alguém, não era seguro de que a Aiko viria a fazer amizade novamente comigo, então.
Eu fiz tudo que eu tinha para fazer, mas aquelas palavras ditas por ela quando ela ainda se lembrava de mim não saiam da minha cabeça, "Amo você, asinhas vermelhas", será que eu voltaria a ouvir algo do tipo vindo dela?
Parei de pensar um pouco e fui para cama, e acabei, mais uma vez sonhando com ela.
Mas dessa vez foi um sonho do passado. Basicamente aquela lembrança que tenho certeza que ela me mostrou quando estava inconsciente em minha casa.
Do dia em que eu a beijei, e como na lembrança que ela havia me mostrado eu podia sentir, como se estivesse acontecendo naquele momento.
Dessa vez o sonho foi apenas com ela cuidando de mim e da parte do beijo em diante. Felizmente não revivi a parte terrível daquele dia.
Eu não sei porque, mas depois daquele beijo, chegamos a um consentimento silencioso de que aquilo não deveria ser mencionado no dia seguinte.
Se tivéssemos comentado, se tivéssemos feito de novo, se eu não fosse tão covarde para me declarar naquela maldita formatura talvez isso nem tivesse acontecendo, talvez estaríamos juntos e felizes agora, mas a minha maldita boca só gosta de falar em hora errada, quando precisa eu não digo.
Me arrependo de tê-la abandonado, me arrependo de não ter dito nada, me arrependo de não tê-la beijado de novo, me arrependo disso tudo, mas não me arrependo nem por um segundo dos dias em que passei ao seu lado ansiando para que ela acordasse.
Não me arrependo de ter mostrado o meu melhor e meu pior lado na adolescência para ela, não me arrependo de ter aberto uma exceção para ela quando o assunto era fazer contato com alguém.
Não me arrependo de nem um momento se quer que eu escolhi estar com ela.
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Um amor improvável (Keigo Takami/ Hawks)
FanficKeigo é uma pessoa um pouco ocupada agora e percebeu que fez uma das piores escolhas de sua vida, quando ele resolve concertar seu erro do passado tudo da errado. Ela se esqueceu, e cabe a ele decidir se vale a pena lutar por ela. Será que ele fará...