Vilã?

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Dabi me explicou que eu a principio não precisaria ir ao covil, mas eu teria de encontrar com ele para podermos discutir os planos. Mas que com o tempo eu teria de me apresentar para o pessoal.

Não achei a ideia tão ruim, eu poderia trabalhar e me vingar sem que minha carreira fosse por água a baixo, tudo que eu sempre pedi.

Meu desejo não era que Eiji morresse, mas que no mínimo perdesse tudo que passou a vida conquistando. Não só por mim, mas também por tudo que fez com Dabi, Shouto e Rei.

Eu merecia o que tinha passado, mas eles não, eles eram vítimas de toda aquela situação, e eu os amava demais, não perdoaria nunca o que ele fez com eles, mesmo que eles mesmos o perdoasse.

E então meu sangue esquentou, era aquilo que eu queria, eu queria que Eiji perdesse seu posto de herói número um, eu queria que toda a sua carreira fosse por água abaixo.

E então eu topei sem hesitar. Dabi me deu um sorrisinho de canto e fechamos o trato com um aperto de mãos.

Eu sabia que as ideias viriam fácil como o respirar, mas eu precisava de um espaço para poder trabalhar, então logo decidi voltar para a casa.

A partir de hoje eu ficaria todos os dias com a maior parte do tempo livre e sozinha em casa.

Logo voltei para a minha casa.

Pov Keigo

Aiko parece uma nova pessoa depois que perdeu a memória, e estou gostando um pouco disso...sei que não parece certo, mas não posso esconder o que sinto.

Desde que ela me "aceitou" tenho agido normalmente como antes, o treino com Tokoyami hoje foi mais produtivo e até mesmo tem sido mais fácil lidar com a dor.

Parece que Aiko me da uma vontade de viver, de fazer com que tudo seja belo, de sempre estar com um sorriso no rosto. Acredito que ela seja a pessoa certa pra mim, sempre foi.

Gostaria muito que Aiko recuperasse sua memória, mas gosto do jeito que tá, eu, ela e Shouto parecemos uma família.

Eu estava retornando para o que agora eu chamava de casa, não podia esperar pra ver Aiko. Estou pensando em leva-lá pra jantar fora.

Chegando em casa dou de cara com uma Aiko fixada em seu notebook e percebo que está planejando algo.

- Olá, querida.
- Oi Oi, passarinho.
- Tá fazendo o quê?
- Estudando.
- Pra?
- Só porque gosto.
- Hmmm, tô te estranhando.
- Você tá me estranhando desde que acordei naquele hospital.
- Você tem razão, desculpa.

Ela estava muito concentrada, não tirava o olho da tela por nada. Enquanto falava continuava a digitar, seja lá o que é que estivesse escrevendo.

- Posso ver?
- Não.
- Por que não, amorzinho?
- Não me chama assim!
- Por que não, querida?
- É íntimo demais, somos amigos sinceros. Lembra?
- Se o que você quer dizer com "amigos sinceros" é "amigos coloridos", sim, eu me lembro perfeitamente.
- Pois é, passarinho. A menos que queira que eu atire este notebook em você, peço encarecidamente para que não me chame de tal maneira.
- Ala, do nada ela tá toda culta. O que te aflige? Por que tem tanto medo que eu te chame por "amorzinho"?
- Nada me aflige, e não tenho medo, só não acho que seja ideal, vai que você arranja uma namorada. Ela morreria de ciúmes.
- Você está com ciúmes.
- Eu não estou não.
- Está sim, de quem?
- Tem mais de uma então?
- Sabia._ ela fechou a cara e eu cai na risada. - Fica tranquila, vida, eu só tenho você!_ ela revirou os olhos tentando manter o rosto sério, mas deixou escapar um sorriso singelo de canto.

Amo irritar ela, mesmo que eu esteja correndo o risco de ser assassinado brutalmente e que depois ela faça um ritual e dance em volta do meu corpo dilacerado.

- Vamos jantar.
- Você e qual delas?
- Você.
- Não sou pro seu bico, passarinho.
- Não é o que parece quando me implora pra não parar.
- Cala a boca, você é só meu fim de noite.
- Fim de noite? Então é você quem tem outros?
- Tenho quem eu quiser, enquanto você tem quem pode.
- Então você é pouca coisa, já que posso ter você.
- Você não pode, deu sorte dos deuses quererem te beneficiar por seja lá qual o feito bondoso que seu coração podre fez.
- Olha como fala do seu coração.
- Não, falei do seu.
- Exatamente._ ela corou. Aiko nunca consegue me vencer nessas brincadeirinhas de provocação.
- Vamos jantar onde?
-Onde quiser.
- Outback.
- Por mim tá ótimo.
- Você vai pagar, já que sou uma dama.
- Tudo bem, senhorita. Algo a mais?
- Não, obrigada.
- Tá bom então, caso precise de mim estarei tomando banho...de porta aberta.
- Não vou precisar.

Me direcionei ao banheiro e ela permaneceu ali em frente ao computador, digitando como uma louca.

E como ela mesma disse, não precisou mesmo de mim. Acabei meu banho e estava saindo do banheiro quando ela abre a porta vestida unicamente por sua toalha rosa.

- Tá olhando o que, passarinho? Vaza do banheiro.
- Isso é jeito de tratar um passarinho carente de afeto.
- Vá buscar o afeto das outras então, pois eu quero tomar meu banho na paz._ disse enquanto deixava a toalha cair. Antes de entrar no chuveiro ela fez questão de se abaixar pra pegar a toalha.
- Isso não se faz, Aiko.
- Isso o quê?
- O que está fazendo comigo. Vai me deixar assim?_ percebi que ela olhou exatamente pra onde eu queria que olhasse.
- Vou. Saí do banheiro, Keigo._ ela começou a tomar seu banho.
- Aikooo...
- Fora.
- Vai me chamar de machista, mas eu sei que você quer.
- Não é porquê eu quero que eu vou te dar. Fora!

E eu fui obrigado a sair do banheiro mesmo que quisesse ficar, com a cabeça nela fui me trocar.

[...]

Eram 20hrs e Aiko ainda estava de frente para o espelho.

- Aiko, você está aí tem duas horas.
- E daí?
- A gente vai sair 20:30.
- Estarei pronta.
- E se não estiver?
- Pois então leve as outras.
- Que outras, palhaça? Eu só tenho olhos pra você!
- Confia.
- Ah, se enxerga, garota. Mais perfeita que você não tem né.

Um amor improvável (Keigo Takami/ Hawks)Onde histórias criam vida. Descubra agora