A dor só aumentava

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No dia seguinte

Eu comecei a me arrumar eram 8:30 am, eu não queria me atrasar nem um minuto se quer.

Eu cheguei lá na hora exata, e por incrível que pareça ela já estava lá, desde que me lembro ela nunca chega na hora.

- Olá..._eu estava esperando que na continuação ela adicionasse um insulto ou um apelido._...Keigo._ mas não.
- Oi! Tudo bem?
- Eu estou melhorando aos poucos, e você.
- Eu estou bem...
- Que bom...vai pedir o quê?
- Acho que só um café forte sem açúcar.
- Eu também, apesar de não ter mais dores de cabeça.
- Elas cessaram??
- Sim, mas eu acho que é por causa de meus poderes estarem recarregando.
- Ah sim...então por um lado isso foi bom...
- Sim._ ela deu uma risada doce._ Sabe, eu sei que você era alguém importante, mas eu não me lembro de nada, então o que acha de me contar alguma coisa?
- Bom...por mim tudo bem._ eu chamei o garçom e fiz nosso pedido._ Nós éramos amigos, nos conhecemos no primeiro dia de aula na U.A e desde então nos tornamos inseparáveis.
- Eu sinto muito...
- Pelo o quê?
- Por ter me esquecido de você...eu me sinto mal por isso, é como se tivesse alguma coisa faltando em mim, como se tivesse ficado apenas um vazio.
- Não seja por isso, eu posso lhe contar tudo, e talvez você se lembre com o tempo, não tem que se pressionar demais._ ela assentiu.
- Me conte mais...
- Me deixe pensar...hmmm..a gente costumava fugir de casa à noite para que nem seu tio, nem meu pai suspeitassem que estávamos nos encontrando.
- A gente não podia se ver?
- O seu tio me achava má influência para você, então ele falou com meu pai para me manter longe...
- Mas isso não deteu a gente né..._ ela riu_ éramos terríveis.
- Sim._ eu ri._ nós tínhamos um lugar que íamos toda noite....o que acha de eu te levar lá hoje?
- Eu adoraria. Não posso trabalhar mesmo._ ela sorriu para mim.
- Ótimo!_ eu respondi feliz.
- Ei...quando eu acordei no hospital e te perguntei quem era, você disse alguma coisa sobre Asinhas vermelhas...o que isso quer dizer?
- Era um apelido que você colocou em mim desde o dia que nós conhecemos...
- Ah...parece realmente uma coisa que eu faria..._ ela riu_ Então, senhor Asinhas vermelhas, onde é esse lugar?_ eu me senti corar.
- Não muito longe daqui, é depois de um ferro velho, eu não faço ideia de como você achou aquele lugar, mas era incrivel._ nosso café chegou e continuamos conversando, a conversa fluía eu contei algumas das coisas que costumávamos fazer ela me contou algumas coisas que ela lembrava desses dias. E parece que ela apenas esqueceu as partes onde eu estava.

Eu não sei porque, mas por mais que ela estivesse sorrindo eu senti que ela não estava realmente feliz, não eram sorrisos sinceros.

Ela parecia estar quebrada por dentro, não me lembro de ela ser assim, nunca a vi dessa forma, era sempre eu quem estava assim.

Ela me disse que sentia um vazio, como se algo faltasse, eu estava sentindo a mesma coisa, será que isso seria uma coincidência? Ou teria realmente a ver com ela ter se esquecido de mim?

Eu resolvi não dizer nada do que pensava para ela, eu não poderia encher a cabeça dela com isso agora, ela parecia já ter muitos problemas, e seria esquisito um estranho ficar falando essas coisas para ela.

Porque era assim que ela me enxergava, um estranho, ela não se lembra a de ter me conhecido antes do hospital, então isso devia ser completamente estranho e talvez desconfortável para ela.

Nós combinamos de nós encontrarmos de fora da casa dela para ir ao lugarzinho que íamos quando éramos adolescentes.

Agora eu sabia onde era sua casa, e eu tinha seu número, mas não era dessa forma que eu queria que fosse, mas era o que eu tinha por hora.

Eu a deixei em casa antes de ir para a agência, e me encontrar com ela só piorou as coisas, porque agora que eu não conseguia parar de pensar nela mesmo.

Fui repreendido três vezes por assistentes da minha agência por não estar prestando atenção no que eles me diziam.

Pov Aiko

Keigo me deixou em casa, eu não iria fazer nada o dia inteiro, eu fui afastada do cargo de heroína por enquanto, já que eu não tinha poderes.

Mesmo que eu tenha feito artes marciais minha vida toda por achar meus poderes inúteis isso ainda não resolveria nada, pois os vilões e os outros heróis tinham poderes e eu estaria me colocando em um perigo desnecessário.

Eu cheguei a tentar pedir para participar de patrulhas, mas confiscaram minha licença de heroína, então eu não poderia fazer nada.

Parecia que as coisas só pioravam, todas as amigas que eu tinha eram heroínas e nesse momento estavam fazendo alguma coisa de herói e eu estou aqui presa em casa, sem poder ajudar as pessoas.

Rumi disse que eu preciso primeiro me ajudar para que eu possa ajudar alguém.

Mas eu não sei como me ajudar, a cada hora que passa parece que o vazio só aumenta, e eu não sinto que tenho um motivo aparente para continuar aqui.

Os dias que passei no hospital eu dormi o dia todo, tirando pelos momentos que eu estava fazendo exames para ver se corria tudo bem comigo.

Aparentemente eu estava saudável, mas desde que acordei sinto que não pertenço a esse lugar, sinto que não pertenço a esse corpo, sinto que algo foi tirado de mim, mas eu não sei o que exatamente.

A dor em meu peito só aumentava e eu me sinto sozinha, eu estava sozinha. Eu resolvi tomar um banho para isso passar, mas não resolveu, na verdade só piorou.

Eu me olhava no espelho mas não conseguia me reconhecer, era como estar olhando para outra pessoa.

Então eu voltei para cama e dormi, dormi até acordar por causa de um sonho ruim, dormi até que aquela dor pudesse me alcançar novamente.

E percebi que eu chorava, e chorava muito, era um choro silencioso, e a dor e o vazio tomava conta de mim.

Eu não estava mais aguentando, eu precisava esvair aquela dor eu precisava tirar aquilo de mim, eu não queria mais sentir aquilo, então eu me levantei da cama, e estava indo em direção a cozinha, e comecei a procurar loucamente por algo que poderia me ajudar.

Mas antes que eu pudesse pegar algo o interfone tocou, e eu tive que ir atender.

Era Keigo, ainda não havia dado a hora que ele iria me buscar, e eu estava ali, desarrumada e com o rosto de sono estampado de lágrimas, mas Keigo não estava diferente, porém ele apenas estava com um aspecto de choro não chorando como eu.

- Me desculpa, eu senti que precisava ver você, eu não sei porque...você tá bem?_ ele perguntou olhando fixamente em meus olhos, ele estava agora com uma expressão de preocupação.
- Eu tô ótima._ disse secando meu rosto com as costas da mão._ Eu estava cortando cebolas...por que está aqui? Não deu a hora de sairmos ainda.
- Me desculpa...eu...não sei porque, eu apenas precisava vir, eu pensei que pudesse precisar de mim...foi uma ideia estúpida...desculpa.

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Autora: Sumi, mas voltei já kakka

Um amor improvável (Keigo Takami/ Hawks)Onde histórias criam vida. Descubra agora