O recomeço

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Eu comecei a correr atrás do corpo de Keigo, eu estava desesperada, eu gritei por seu nome, mesmo que eu soubesse que seria em vão eu precisaria tentar falar alguma coisa a ele, algo que faria ele tentar.

Eu o chamei, até que esquecesse seu nome, e quando eu senti que o esqueceria por completo eu o encontrei.

Mas ele era agora uma criança, ele estava sentado ao chão, e parecia que estava com medo de mim.

Eu continuei me aproximando, e percebi que ele não tava com medo de mim, e sim de um homem atrás de mim, ele estava indo na direção dele, e percebi que aquilo era uma ilusão.

Eu não queria me esquecer, eu não podia, então eu escrevi na neve o apelido que eu havia dado a ele quando nos conhecemos.

Mas aquilo começou a deixar de fazer sentido, a imagem dele era fraca em minha mente, quase nada.

E então eu disse "Amo você, asinhas vermelhas", e aquilo parou de fazer sentido, eu já não sabia porque eu o amava, nem quem ou o que era asinhas vermelhas.

Então eu senti meu mundo todo parar, como se algo tivesse sido roubado de mim, tirado a força, como se fosse um pequeno fio que acabara de ser arrebentado e incendiado.

Eu sentia uma dor pior que antes, um vazio horrível e doloroso no meu peito.

De repente tudo ficou preto, e eu me esquecera de tudo e todos, eu já não existia mais, nada existia.

[...]

Recobrei a consciência, e lá estava ele, eu não lembrava seu nome, não lembrava porque ele estava ali, mas eu precisava dizer aquilo que estava preso em mim, eu não sabia porque eu tinha que dizer aquilo, mas eu tinha.

- Me perdoa, me perdoa por favor!_ eu exclamei com exatidão.
- Te perdoar pelo o quê?_ ele me olhou confuso.
-...eu amo você, asinhas vermelhas._ eu não sabia porque, mas eu disse isso.
- Eu também amo você._ ele respondeu.
- Não desiste de mim, por favor._ eu não fazia ideia do que estava falando, e tenho certeza de que ele também não.
- isso nunca. _ ele respondeu e lágrimas escorreram pelo meu rosto.

Ele colocou suas mãos em meu rosto e secou minhas lágrimas, e por um momento, por uma fração de segundo eu me lembrei.

Eu me lembrei dele, eu sabia quem era, eu sabia porque ele estava ali, eu sabia seu nome.

E eu deitei minha cabeça sobre suas mãos, desejando sentir mais daquilo, desejando não me esquecer.

Naquele momento aquele vazio havia cessado, aquela dor acabara e eu olhei mais uma vez para seu rosto, e então eu perdi a consciência.

[...]

Quando acordei eu estava num hospital, eu não sabia porque eu estava lá, e ao meu lado havia um homem, aparentemente da minha idade, cabelos loiros caídos pelo rosto belo e claramente cansado, ele tinha graciosas asas vermelhas e brilhantes olhos dourados.

Eu sabia que o conhecia de algum lugar, eu sabia, mas não me lembrava dele, nada. Me ocorreu que talvez fosse um médico, o que se eu fosse julgar pela vestimenta não fazia sentido, mas não tinha outra explicação para a sensação de conhecer ele.

Um amor improvável (Keigo Takami/ Hawks)Onde histórias criam vida. Descubra agora